Quem passa, cedo, pela rua Lacerda Sobrinho (antiga Sacramento), observa uma turma, que envolve inclusive senhores de idade, conversando para encarar, logo depois, uma jornada dura pela frente. São vendedores de picolé.
Antes das 8 horas, o grupo já está à espera de que os seus carrinhos de trabalho sejam abastecidos. Aí, sai pelas ruas de Campos vendendo o picolé “Pingo Doce”.
É preciso bater perna, cumprindo o ditado de que cobra que não anda não engole sapo. Ao final do dia, os vendedores voltam ao ponto de partida. A fábrica do “Pingo Doce” fica na Rua Lacerda Sobrinho, ao lado do Ginásio do Automóvel Clube Fluminense.
A contrapartida financeira é a comissão, um percentual sobre o que é vendido. O trabalho é duro. Infelizmente, para os picolezeiros, quanto mais dias quente, melhor. A temperatura alta alavanca as vendas.
Afinal, o mesmo sol que os castiga, quando rodam a cidade atrás de freguês, é uma fonte de energia para o que vendem.