Após polêmica com os Virgílio, Wladimir exonera DAS ligados a Maicon Cruz
- Atualizado em 01/02/2022 10:34
Maicon Cruz
Maicon Cruz / Divulgação
O Diário Oficial da Prefeitura de Campos trouxe, na edição desta terça-feira (01), portarias com nomeações, exonerações e designações. Entre elas chamam atenção sete exonerações a pedido (sendo seis delas na Educação e uma na Obras). Alguns nomes são ligados ao vereador Maicon Cruz (PSC), que desde o dia 21 de janeiro havia anunciado que seus aliados iriam pedir exoneração dos cargos. A polêmica começou com o ex-vereador Thiago Virgílio, que criticou Maicon por ter cargos no governo e se declarar independente para a população, e teve aval do vereador licenciado e atual secretário de Governo de Campos, Juninho Virgílio — primo do “pit bull rosa”. Nesses 10 dias entre o pedido e a exoneração, Maicon chegou a provocar em uma entrevista sobre o porquê de Thiago não questionar o prefeito Wladimir Garotinho (PSD) não ter tomado a atitude assim que seus aliados protocolaram o ofício. O episódio expõe mais uma vez a inconsistência da base governista na Câmara.
Thiago postou um vídeo nas redes sociais no qual Maicon diz que é independente e usou palavrões para criticar a postura do parlamentar e foi seguido pelo seu primo, Juninho Virgílio: “Pra falar que é independente, tem que entregar os cargos que tem no Executivo”.
Desde o final do ano passado, Maicon tem criticado a atuação do secretário de Educação do município, Marcelo Feres, e feito cobranças públicas, inclusive na tribuna da Câmara. O vereador defendeu que sempre teve postura independente no Legislativo e afirmou que “pouco se importa” para o que o secretário de Governo pensa.
— O que o governo e o secretário pensam, pouco me importa. Não sou capacho de governo e o governo que fique à vontade para fazer o que quiser com os cargos. Nada disso vai, de forma alguma, intervir no meu mandato. Eu sou independente, fui eleito assim e continuarei sendo, para pode criticar o que tiver de ser criticado. Não serei conivente por causa de cargos, não vou ser adepto dessa política do toma lá, dá cá — afirmou Maicon em entrevista à Folha, há 11 dias.
Nas redes sociais, Thiago Virgílio postou um vídeo no qual Maicon aparece falando com pessoas na rua que ele é um vereador independente. A reação do ex-vereador foi explosiva. “Independente de c* é r***! Que independente você é? Recebeu ‘apoio’ do nosso grupo na sua campanha. Agora cospe no prato que comeu. Seus ‘amiguinhos’ tudo (sic) empregados no governo municipal e você quer dizer que é independente? As ‘costas quentes’ que você tem dentro do grupo é o presidente da Câmara, Fábio Ribeiro. Então você entrega os cargos no Executivo e coloca aí no Legislativo”.
Sobre as palavras de Thiago, o vereador lembrou indiretamente do histórico de condenação da operação Chequinho. “Não vou descer ao nível que ele levou, olha o histórico político dele. A população espera e merece mais de nossos políticos”.
Base e divisões – Entre maio e junho do ano passado, durante as discussões do polêmico projeto de reforma no Código Tributário, aconteceu o primeiro racha na base de Wladimir na Câmara. Inicialmente, 23 dos 25 vereadores eleitos compunham o grupo, mas com a proposta de um pacote de 13 medidas de austeridade, Anderson de Matos (Republicanos), Helinho Nahim (PTC), Igor Pereira (SD), Nildo Cardoso (PSL) e Rogério Matoso (DEM) se debelaram e deixaram a situação.
Ao todo, 12 dos 13 projetos foram aprovados e ficou faltando a alteração no Código Tributário. Foi quando Fred Machado (Cidadania), Bruno Vianna (PSL) e Raphael Thuin (PTB) também se posicionaram contrários e o texto nunca chegou a ser votado. Em todas as fases, vereadores que deixaram a base e tinham indicações no governo acabaram com elas exoneradas. Thiago Rangel (Pros) também chegou a se posicionar contra o governo, inclusive tendo embate na Câmara com Juninho Virgílio, que é do mesmo partido, mas acabou recuando e indicou nomes para a Empresa Municipal de Habitação (Emhab).

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    Arnaldo Neto

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