Representantes do setor produtivo de Campos se reuniram com alguns vereadores na noite desta segunda-feira (7), na sede da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), para falar da insatisfação quanto à proposta de mudança no código tributário apresentado à Câmara pelo prefeito Wladimir Garotinho (PSD). Participaram do encontro os vereadores Rogério Matoso (DEM), Hélio Nahim (PTC), Igor Pereira (SD), Anderson de Matos (Republicanos) e, remotamente, Nildo Cardoso (PSL). Outros dois — Bruno Vianna (PSL) e Maicon Cruz (PSC) — também estiveram presentes, mas deixaram o local antes do fim da reunião. De acordo com o presidente da CDL local, José Francisco Rodrigues, eles se comprometeram de que um grupo com 13 vereadores vai votar contra o projeto, visando a sua retirada de pauta. Há ideia de que sejam colocados outdoors na cidade agradecendo aos vereadores caso seja confirmada a iniciativa. Nesta terça (8), membros do setor produtivo terão uma reunião com Wladimir Garotinho, às 11h.

— Nós fomos pegos de surpresa lá atrás, quando foi para a Câmara aquele pacotão, vamos dizer assim. Graças a Deus, conseguimos com que os vereadores tirassem o projeto de votação e nos ouvissem, para que conseguíssemos ter uma noção. Nem os próprios vereadores conheciam o decreto na íntegra. O governo ficou de nos procurar para a gente ver o que pode ser feito — José Francisco Rodrigues.

— No nosso entendimento, o momento de hoje não é propício para pacote nenhum, para ninguém, para alteração nenhuma de alíquota em qualquer atividade que seja. E esse não é um pacote para uma, duas ou três atividades, ele abrange toda a população da cidade. Então, acho que, neste momento, o governo deveria pensar, retirar de pauta isso, deixar mais para frente, não sei se teria espaço lá no futuro para isso. Acho que não tem. Acho que, daqui para frente, temos que pensar em como administrar, fazer uma gestão diferente, que vai ser o caminho para que nossa cidade volte a crescer, volte a ter um desenvolvimento em que toda a população possa ser atendida — pontuou o presidente da CDL.

Na opinião do vereador Rogério Matoso, as possíveis mudanças no código tributário o deixam complexo, sobretaxando determinados serviços. O movimento atual busca alternativas para que o setor produtivo não sofra prejuízos. “É muito fácil você falar que está em um momento calamitoso economicamente e taxar o cidadão para pagar a conta. Isso é um contrassenso muito grande. Pelo contrário, tem que se buscar alternativas para tornar a cidade mais atrativa, menos burocrática, com mais oportunidades para os pequenos, médios e grandes empresários poderem empreender aqui e trazerem mais possibilidade de empregos”, declarou Matoso.

O discurso foi o mesmo do vereador Hélio Nahim. “A CDL e as demais entidades passaram a responsabilidade a esses 13 vereadores, para que não deixem passar um pacote que acha que vai trazer algum benefício para o município, mas, na verdade, só vai trazer um maior índice de desemprego e maiores dificuldades para o comércio local”, declarou ele.