Comércio em Campos comemora medidas do governo
Paulo Renato do Porto 17/07/2019 20:58 - Atualizado em 21/07/2019 15:39
O governo tem um pacote de medidas pronto para impulsionar a atividade econômica e que pode ser anunciado nos próximos dez dias, afirmou o ministro da Economia, Paulo Guedes. Uma das medidas é a liberação de R$ 42 bilhões do FGTS, a serem sacados no mês de aniversário dos correntistas, e do PIS/Pasep, onde se prevê que R$ 21 bilhões ficarão disponíveis, mas só R$ 2 bilhões devem ser retirados pelos trabalhadores. Nesta quinta-feira, devem ser divulgadas as regras para o FGTS e PIS/Pasep.
O ministro sinalizou que devem ser liberados o saque de até 35% dos recursos das contas ativas. Outra medida em estudo é a de limitar a retirada total do fundo após demissão sem justa causa.
A ideia em estudo é limitar os saques das contas ativas, de até R$ 5 mil, em 35% do saldo; de até R$ 10 mil, em 30% do saldo; e acima de R$ 10 mil, em 10% do saldo. Ainda se estuda uma faixa intermediária, entre R$ 10 mil e R$ 50 mil. O calendário da liberação do dinheiro seria feito com base na data de aniversário.
O presidente da Associação Comercial e Industrial de Campos (Acic), Leonardo Castro de Abreu, saúda a liberação.
— A liberação de dinheiro extra é sempre bem-vinda. Por um lado, a população pode saldar débitos, colocando a vida financeira em ordem. Assim, o dinheiro movimenta a economia, já que os empresários recuperam um dinheiro que não teria previsão de receber. Por outro lado, o consumidor também pode fazer compras — destacou.
A medida foi igualmente bem recebida pelo presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Orlando Portugal.
— Essa medida tem que ser para ontem. Já que o atual cenário não permite esperar grandes obras de infraestrutura, essa injeção de recursos na economia é fundamental. Do contrário, o País estará fadado a quebrar com mais empresas fechando e maior número de pessoas desempregadas nas ruas — analisa.
O presidente regional da Firjan, Fernando Aguiar, definiu o pacote como “extremamente positivo” para a economia.
— O setor empresarial precisava de medidas como essa, especialmente o comércio, assim como a construção civil. As famílias com dívidas a pagar serão também beneficiadas. Depois da reforma da Previdência, essa foi uma medida extremamente positiva — comentou.
O economista Alcimar Chagas Ribeiro, da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), porém, vê a medida com ceticismo e ressalvas.
— Num primeiro momento, a medida vai gerar um entusiasmo, mas após seus efeitos tudo voltará à estaca zero, creio eu. Convém lembrar que esse estímulo ao crédito gerou elevado grau de endividamento nas famílias. Sem medidas de sustentabilidade que gerem emprego e renda não haverá o reaquecimento consistente e duradouro da economia — avaliou.

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