Pesquisa da Fiocruz analisa Lagoa Salgada no 5º distrito
20/07/2019 15:46 - Atualizado em 05/08/2019 15:11
Lagoa Salgada, em SJB
Lagoa Salgada, em SJB / Secom - SJB
A Lagoa Salgada, no 5º distrito de São João da Barra, considerada patrimônio geopaleontológico da humanidade, recebeu a vista na última semana da pesquisadora titular da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Escola Nacional de Saúde, Adriana Martins. Ela realizou a coleta de material que poderá, a partir da identificação de organismos fabricadores de proteínas, ter interesse na área da saúde. O estudo, na fase inicial, irá compor a biblioteca de conhecimentos, com microorganismos que existem ou que já existiram no local.
— Vamos observar, através desse estudo, quais são os organismos presentes na lagoa e comparar com o genoma das diversas espécies de microorganismos do mundo inteiro que já estão depositados numa Biblioteca Genômica, chamada GenBanke — disse Adriana ao acrescentar que é a primeira vez que esse tipo de estudo é feito no município.
A Lagoa Salgada, de acordo com a pesquisadora, tem uma importância para a comunidade científica internacional devido à singularidade de seu ecossistema. “São poucos os lugares similares e nós, brasileiros, temos a obrigação conhecer esse patrimônio mundial; ver o que aqui existe e o que pode ser utilizado não só para saúde, como para outras áreas”, destacou Adriana.
A secretária de Meio Ambiente e Serviços Públicos de São João da Barra, Joice Pedra, explica “que o município apoia projetos e pesquisas difundindo ainda mais a ciência aliada à preservação ambiental”.
Visita científica – Também na última semana, estiveram na Lagoa Salgada, para um encontro acadêmico-científico, os professores Maulori Cabral, responsável pelo Departamento de Virologia, do curso de Microbiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Carmen Eugênio e Neuza Barros, da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf).
Maulori classifica o local como um laboratório a céu aberto, que remonta o ambiente na formação do Planeta Terra, com o surgimento, entre 3,9 à 3,6 bilhões de anos, das cianobactérias que começaram a produzir oxigênio no planeta, deixando como bioconstruções os conhecidos estromatólitos carbonáticos.
A visita foi acompanhada pelo geógrafo e subcoordenador do Espaço da Ciência Maria de Lourdes Coelho Anunciação, Alex dos Santos Ramos, e pelo guia de Turismo Científico, André Pinto, ambos representando a secretaria de Meio Ambiente e Serviços Públicos. (A.N.)

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