Protesto na porta da Prefeitura cobra aulas presenciais para todos os alunos
Dora Paula Paes 03/02/2022 09:48 - Atualizado em 03/02/2022 17:57
  • Protesto cobra aulas presenciais (Fotos: Rodrigo Silveira)

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Pais, alunos, professores e representantes de escolas, principalmente da rede particular de ensino, mesmo com chuva e cidade alagada, foram para a frente na Prefeitura de Campos, na manhã desta quinta-feira (3). O grupo pede que o governo Wladimir Garotinho reveja o decreto que deixou de fora da volta às aulas no próximo dia 7, crianças de 4 a 11 anos. Eles entendem que o município está praticando segregação no âmbito escolar. Ainda hoje, às 15h, a promotora de Justiça, Anik Assed, titular da Promotoria de Tutela Coletiva da Infância e Juventude em Campos, recebeu pais de alunos e representantes de escolas. O grupo foi recebido pelo governo, que informou ter dialogado e caminhado para um consenso, unindo ações que assegurem escolas seguras e com regime de ensino híbrido.
O advogado do Sindicato das Escolas Particulares do Norte e Noroeste Fluminense (Sinepe), Bruno Lannes, disse que o Sinepe segue atuando para reverter esse quadro imposto pela prefeitura, através da Saúde. Ele explicou que foi realizada, na quarta-feira (2), uma assembleia, onde ficou definido que além da atuação política como essa manifestação de hoje, o Sindicato também judicializar a questão. "Vamos ingressar em juízo com uma ação, em Campos, no intuito de garantir o direito à Educação para as crianças que foram segregadas", disse ele.

A presidente do Sinepe, Rosana Juncá, presente na manifestação na frente da Prefeitura enfatizou: " Nós já sofremos demais. A escola particular ficou fechada por quase dois anos, muitas fecharam. E, agora, essa decisão difícil. Como que se abre uma escola, com alguns segmentos funcionando e outros não. Se o problema é a vacinação, a vacinação está aí. É só o poder público acelerar essa vacinação. Dentro das escolas, tenho certeza, as crianças estão muito mais amparadas do que fora. A Vigilância Sanitária já foi a todas as escolas".

Rosana disse ainda que espera a sensibilidade do governo e da pasta da Saúde. “É preciso nos entender. Foi o único comércio que ficou fechado praticamente durante esses dois anos. Muitos pais ainda não fizeram matrícula com medo, alunos com problemas psicológicos e pedagógicos, já que online não é a mesma coisa que presencial. Por isso, estamos aqui hoje fazendo esse movimento”, completou.

Proprietário da Rede Riachuelo de Educação, Fabiano Rangel, também no protesto, informou que aderiu ao movimento, por entender que o prejuízo é gigantesco em cima das crianças no campo pedagógico e emocional. "As escolas precisam voltar presencialmente. Não tem como segregar só um segmento para não voltar. Pelo decreto, com a liberação do sexto ao nono ano do Fundamental II, são crianças de 10 a 11 anos, que também não foram vacinadas. E crianças com 5 anos que já foram vacinadas não foram liberadas", destacou.
"Queremos nossos filhos e netos nas salas de aula, não a minoria. Ficar em casa não tem mais sentido, ficar com avós, madrinhas, vizinhos, o lugar das crianças agora é dentro das salas de aula. Meu filho de 13 anos voltará, mas minha neta de 11 anos, não. Por isso, estou aqui com chuva e tudo. Minha neta ainda não foi vacinada, porque sua faixa etária ainda não foi chamada", disse Isabela Sales, mãe e avó de aluno.
Conversa com o governo — A presidente do Sinepe falou sobre a reunião com representantes do governo Wladimir. Segundo ela, saíram da reunião esperançosos. "Eles prometeram um novo decreto, em cima de que crianças que já foram vacinadas vão retornar antes do dia 7. Vamos para a reunião com a doutora Anik Assed e passar para ela o que está acontecendo", disse ela, ressaltando que é possível trabalhar com ensino híbrido, fazendo revezamento. Receberam a comissão dos manifestantes o secretário de Saúde, Paulo Hirano; o secretário de Educação, Marcelo Feres; e dois procuradores do município.
De acordo com a Prefeitura, ficou acordado que as escolas públicas e privadas abrirão as unidades escolares, durante o mês de fevereiro, em regime híbrido, visando promover um mapeamento, acompanhamento e atendimento individualizado junto aos alunos e pais de alunos, a fim de identificar as dificuldades e limitações encontradas após dois anos de pandemia, e desenvolver um projeto de reforço escolar.
No caso dos alunos do Ensino Fundamental — anos finais (6º ao 9º) — e Educação de Jovens e Adultos (EJA) da rede municipal de ensino e na rede privada, as aulas presenciais em grupo seguem liberadas a partir da próxima segunda-feira (7), respeitando as regras sanitárias. Já os alunos do Ensino Fundamental — anos iniciais (1º ao 5º) — e os alunos da Educação Infantil (entre 0 e 5 anos incompletos - berçário, maternal I e II, e pré-escolar I e II) deverão receber o atendimento individualizado para reforço escolar, até completarem 15 dias após tomarem a vacina contra a Covid.
— O objetivo é nivelar a aprendizagem dos estudantes, de modo que ninguém fique para trás. Todos os profissionais deverão estar nas escolas a partir de segunda-feira de forma presencial, incluindo assistentes sociais, pedagogos, professores, etc, para fazermos esse acompanhamento e reforço individualizado. Paralelo a isso, precisamos avançar no processo de imunização dos estudantes, de modo a garantir um retorno presencial seguro para toda a comunidade escolar. O foco, neste momento, é a vacinação dos alunos”, orientou o secretário Marcelo Feres.
Também ficou pactuado que a Prefeitura fará a atualização do decreto municipal, a fim de esclarecer possíveis pontos de dúvidas e elucidar, ainda, as possibilidades pedagógicas para um melhor aproveitamento dos espaços no ambiente escolar. Além disso, as escolas se comprometeram a promover uma campanha de incentivo à vacinação, para um retorno seguro às aulas presenciais, tanto para os estudantes quanto para os profissionais do ensino. A Seduct está elaborando, ainda, um Manual Operacional do Projeto Escola Segura e Aberta a fim de nortear os trabalhos.
Veja vídeo da manifestação:

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