Marcão Gomes: O "não voto" venceu
Marcão Gomes é vereador de Campos
Marcão Gomes é vereador de Campos
Passado o pleito eleitoral de 2020, é momento de refletir sobre os resultados desse segundo turno das eleições não só em Campos dos Goytacazes, como em todo o país. O “não voto” ganhou em várias cidades e isso deve servir de lição e reflexão para toda a classe política.
De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o número de abstenções no 2º turno das eleições municipais foi de em média de 29,47%. Número muito alto, apesar de não podermos esquecer que estamos em meio à pandemia do novo coronavírus. Mesmo assim, é notório o desinteresse pelo voto há algumas eleições.
Em linhas gerais, isso nos mostra que o candidato que saiu vencedor no pleito já vai começar a gestão com um expressivo número de campistas que não escolheram a sua administração e que, por essa razão, ou votaram no adversário ou não votaram. Outro dado muito expressivo refere-se ao número de pessoas que estão desencantadas com a política. A confiança das mesmas terá que ser arduamente conquistada ainda.
Para se ter uma noção, ao todo, 239.452 eleitores de Campos dos Goytacazes não se sentem representados pela família Garotinho e não gostariam que seus membros retornassem ao Executivo da cidade. Esse total é a soma dos votos conferidos ao candidato Caio Vianna, votos nulos, votos em branco e as abstenções no último domingo.
Isso significa que a maior parte dos eleitores não deram legitimidade ao candidato, que ainda não foi declarado eleito por questões judiciais. Para piorar a situação, o “eleito” ainda se encontra com a chapa sub judice, cuja condição será avaliada pela Justiça Eleitoral. Mais uma vez a cidade vive um clima de insegurança política que deve trazer desdobramentos nos próximos dias.
E, continuando nosso raciocínio: um número expressivo de eleitores — 129.358 — não escolheram nenhuma das duas candidaturas, o que representa o somatório entre os votos nulos, brancos e abstenções. Por fim, acredito que o recado dos eleitores foi dado. E todo homem público que faz a boa política tem que ser capaz de reconhecer os erros e reconquistar a confiança das pessoas desacreditadas que preferiram não participar de forma efetiva do processo eleitoral.
A nossa democracia passa por um momento de questionamento, em que tamanha falta de interesse é visível nas urnas por todo país. É preciso entender o recado e reconquistar os que desistiram do seu direito de exercer esse importante ato democrático, que inclui escolher seus representantes.
Sigamos em frente! 

ÚLTIMAS NOTÍCIAS