Ethmar Filho: Em apoio a Israel
Ethmar Filho - Atualizado em 11/09/2020 19:53
Nascido em Lodz, Polônia, em 1887, Arthur Rubinstein tornou-se um dos grandes pianistas do século XX. Aos três anos, Rubinstein começou a estudar piano e, aos cinco anos, fez sua primeira apresentação pública. Quando Rubinstein tinha dez anos, sua mãe o levou para fazer um teste com o famoso violinista Joseph Joachim. Impressionado com a atuação do menino, Joachim aceitou ser o responsável por sua formação geral e musical. Joachim, que permaneceu como conselheiro próximo do jovem Rubinstein, apresentou-o a Heinrich Barth. Foi sob a tutela de Barth que Rubinstein deu seus primeiros passos em direção a um desempenho sério.
Depois de apenas três anos de estudos na Alemanha, Rubinstein fez sua estreia no Beethoven Hall, com a Filarmônica de Berlim. Ele tocou obras de Mozart, Chopin e Schumann, bem como o “Concerto no. dois em G”, de Camille Saint-Saens, que ele continuaria a tocar ao longo de sua carreira. Rubinstein continuou a se apresentar em toda a Europa recebendo ótimas críticas. Em 1906, ele viajou para Nova York para se apresentar no Carnegie Hall. A recepção em Nova York foi legal, mas ele não terminou a turnê de 75 shows pelo país como havia planejado. Depois de retornar a Paris, Rubinstein absteve-se de fazer aparições públicas por quatro anos. Durante este tempo, viveu uma existência tempestuosa — algumas vezes era pobre e sem um lugar para dormir, e em outras, viveu entre a elite culta. Ele continuou a tocar e tornou-se amigo do maestro Serge Koussevitzky e do compositor Igor Stravinsky.
Em 1914, com o início da Primeira Guerra Mundial, Rubinstein trocou Paris pela Espanha. A viagem de pelo país foi um momento decisivo em sua vida. Ele havia se tornado um pianista mais maduro e apaixonado desde sua apresentação no Carnegie Hall, e o povo espanhol respondeu com entusiasmo. Lá, ele aprendeu a língua e começou a tocar as obras dos compositores espanhóis Manuel de Falla, Isac Albéniz e Enrique Granados. Seu modo de tocar não era o jeito calmo e controlado do músico clássico tradicional, mas um abraço selvagem e desenfreado ao piano. Foi sua atuação carismática e apaixonada, ao invés de seu virtuosismo, que atraiu um grande público. Rubinstein seguiu sua estada na Espanha com uma excursão extensa, igualmente bem recebida na América do Sul. Essas apresentações deram a ele dinheiro e incentivo para retornar à Europa e continuar atuando. Uma vez em Paris, voltou à vida frenética que levava antes da guerra. Com seus amigos Cocteau e Picasso, ele aproveitou a vida social de artista, mas sentiu que seu próprio modo de tocar havia estagnado. Só aos quarenta anos que decidiu se estabelecer. Foi então que conheceu a filha do grande maestro polonês Emil Mlynarski.
Embora Nela Mlynarski fosse quase vinte anos mais jovem que ele, eles se casaram em Londres em 1932. Mais do que qualquer outra coisa, esse relacionamento e o início da vida familiar impuseram a Rubinstein a necessidade de retornar aos rigores do estudo. Logo após o nascimento de seu primeiro filho, Rubinstein alugou uma pequena casa de fazenda e começou a praticar de doze a dezesseis horas por dia. Em 1937, voltou ao Carnegie Hall no auge de seu desempenho. Passaram-se mais de trinta anos e, desta vez, ele foi saudado como um gênio. Em sua performance de Chopin, os críticos viram não apenas o mestre músico, mas uma reinterpretação revolucionária da obra do compositor.
Rubinstein percebeu que a crescente ameaça da ocupação nazista exigia a transferência imediata de sua família para a América, onde ele encontrou um lar em Los Angeles entre vários outros refugiados europeus. Embora tenha se tornado cidadão em 1946, ele viveu a maior parte de sua vida posterior na Europa. Após a guerra e a perda de toda a sua família em Lodz, se dedicou a atuar publicamente em apoio ao novo estado de Israel. Apesar da idade e da saúde debilitada, Rubinstein continuou a se apresentar. Mesmo depois de ficar cego, ele viajou pelo mundo dando palestras e ensinando. Aos 83 anos, terminou sua biografia, e, seis anos depois, trocou sua esposa por outra mulher. Ele morreu em Genebra, na Suíça, em 1982, e suas cinzas foram enterradas em uma floresta israelense com o seu nome. Entre os seus muitos prêmios, estavam a Legião de Honra Francesa e a Medalha da Liberdade Americana. Seu compromisso de longa data com a música e seu extenso corpo de trabalho permanecem uma inspiração para os amantes da música clássica em todo o mundo.
Maestro Ethmar Filho – Mestre em Cognição e Linguagem

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