Nélio Artiles: Choques
Nélio Artiles 09/09/2020 17:35 - Atualizado em 09/09/2020 17:36
Alguém já pediu para ficar sem pensar por um pequeno tempo? É quase impossível conter lembranças, imagens ou pensamentos que aparecem. Isso representa o grau de atividade elétrica de nosso cérebro, que não para nem na hora que estamos dormindo. Cada pensamento ou decisão que se toma vem dessas múltiplas e minúsculas descargas em pontos diversos no cérebro. Desregulação de alguma dessas sinapses pode levar a doenças como ansiedade extrema, depressão ou mesmo doenças da esfera mental, como esquizofrenia.
Assim também é o nosso coração, que constantemente se excita, independente de nossa vontade, por ondas elétricas que são conduzidas em todas as células cardíacas. Dependendo de nossas diferentes emoções, como medo, reações de fuga ou luta, paixões entre outras, ele ativa esses circuitos, aumentando ou diminuindo a frequência e a força de contração. Respiramos automaticamente sem percebermos, captando o oxigênio do ar ambiente, que chega aos alvéolos (saquinhos) pulmonares e por mecanismos físicos, químicos e elétricos, oxigenamos o sangue e descarregamos o gás carbônico para fora.
O que vemos, o que percebemos, o que sentimos, o que queremos, tudo isso é originado por uma ativação celular, cientificamente comprovada. Mas, somos apenas animais elétricos? E esta percepção do "eu" de cada um? De onde vem? É a alma somada ao espírito? Religiosos creem que sim, porém ateus garantem que somos células que funcionam sozinhas, provenientes de trilhões de mutações evolutivas. Animais que rastejam, pequenos ou grandes, que andam, voam ou nadam, também funcionam eletricamente. Nas duas situações, há fé na crença de ter ou não ter um Criador, que continua a ver e cuidar de toda a criação.
Como somos seres eletrizados, funcionando como uma rede de fios capilarizados, somos frágeis e ao mesmo tempo perigosos, funcionando em uma perfeição incrível. Os seres humanos descarregam choques, mas não elétricos, e sim de violência, desrespeito, desvalorização, entre outros. Crendo ou não no Divino, o homem precisa se proteger dele mesmo, que costuma ser o maior inimigo da própria sobrevivência, nesta casa que se chama planeta Terra.

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