Ex-governador do ES assassinado a tiros em Vitória
26/12/2018 18:00 - Atualizado em 27/12/2018 17:52
Agência Senado - Divulgação
O ex-governador do Espírito Santo, Gerson Camata (MDB-ES), 77 anos, foi assassinado por volta das 17 horas dessa quarta-feira (26), numa calçada em frente a um bar, na rua Joaquim Lírio, na Praia do Canto, em Vitória. Segundo a polícia, o ex-governador foi morto com um tiro no pescoço depois de uma discussão com um ex-assessor, causada por uma ação judicial movida por Camata contra ele. O ex-assessor Marcos Vinicius Moreira Andrade, que trabalhou durante 19 anos com Camata, fugiu do local, mas foi preso em seguida. Ele teria confessado o crime. O governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (sem partido) decretou luto oficial de sete dias no estado.
O Samu chegou a ser acionado, mas o ex-governador morreu no local. Segundo a polícia, o autor dos disparos foi levado para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), onde prestava depoimento até o fechamento desta edição. A arma usada não tinha registro e foi apreendida.
Segundo testemunhas, o suspeito se aproximou do ex-governador, que estava em frente ao bar, e perguntou sobre o pagamento de uma dívida. Camata teria respondido: “Isso aí é com a Justiça e com meu advogado”. O homem teria se afastado um pouco, sacou a arma e disparou.
Momentos depois do assassinato, a polícia prendeu Marcos Vinicius Moreira Andrade. O ex-assessor estava a menos de um quilômetro de distância do local do crime, voltando para casa. Após ser preso, ele disse que matou o ex-governador porque foi processado por injúria, o que levou ao bloqueio de R$ 60 mil dele. Em 2009, Andrade denunciou o ex-governador em 2009, ao Globo, por suposto recebimento de propina de empreiteiras, entre elas a Odebrecht, e apropriação de dinheiro de funcionários do gabinete dele, no período em que era senador.
Camata começou na vida pública como vereador da capital do Espírito Santo em 1967, no mandato seguinte, em 1971, foi eleito deputado estadual. Depois, deputado federal por dois mandatos, de 1975 a 1983, governador do Espírito Santo em 1983 e foi por três vezes senador pelo estado, de 1987 até 2011.
Camata foi o primeiro governador democraticamente eleito depois da Ditadura Militar. Era casado desde 1981 com Rita Camata, também ex-deputada federal, e que relatou o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). (S.M.) (A.N.)
 
 

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