Doutor Maninho: "Torcer para que Wladimir e Rodrigo se entendam"
Aluysio abreu barbosa, Cláudio Nogueira, Gabriel Torres e Hevertton Luna 18/06/2025 06:51 - Atualizado em 18/06/2025 07:18
Doutor Maninho no programa Folha no Ar
Doutor Maninho no programa Folha no Ar / Rodrigo Silveira
“Como campista, o que mais ouço nas ruas é uma sensação para que eles (Wladimir e Rodrigo) se entendam”, ressaltou Doutor Maninho no programa Folha no Ar nesta terça-feira (17), na Folha FM 98,3. Ainda afirmou que a cidade está muito bem representada por Wladimir e Rodrigo Bacellar. O ex-presidente da Fundação Municipal de Saúde (FMS) comentou sobre a questão do cofinanciamento da saúde pelo Estado do Rio. Além disso, o recém empossado na Câmara de Campos destacou como será sua atuação na legislatura. Maninho ainda analisou o pleito do próximo ano.
Protagonismo de Wladimir e Bacellar – “Vejo isso com muito orgulho de ser campista, dois gigantes campistas se projetando como lideranças em todo o estado. Eu como campista que sou, fiz residência médica no Rio de muito tempo, no hospital universitário Pedro Ernesto, também policial militar, conheço muita gente da capital. E, hoje, a gente que Campos é uma cidade que, com a ascensão do Rodrigo, se projeta na política do Estado de maneira geral. Então vejo isso com muito orgulho, com muitos bons olhos. São dois gigantes. Como campista, nós temos que ficar felizes com isso, mas torcer para que eles se entendam.”

Campistas no pleito – “Eu acredito que todas essas possibilidades são reais. Wladimir preenche todos os pré-requisitos para ser vice-governador de Eduardo Paes. O Rodrigo, pela sua habilidade política inegável, ele hoje ele vem como pré-candidato ao governo do Estado e sentado na cadeira.”

Francos favoritos – “Política, mais para perto, tudo pode mudar. A gente viu o que aconteceu com o Witzel, por exemplo, que realmente foi uma exceção, mas essas exceções podem mudar. Eu analiso que os dois pré-candidatos que têm maior chance e que vão disputar como francos favoritos são realmente o Eduardo Paes e Rodrigo Bacellar. Eu acho que muita coisa ainda pode mudar, nós ainda estamos muito longe do pleito, muita coisa pode acontecer.”

Vice de Paes – “Eu acho que o Eduardo Paes precisa de um pré-candidato a vice que quebre essa barreira dele no interior, porque ele realmente não transita bem no interior. Eduardo é muito forte na capital. A gente sabe, isso é público e notório, que Wladimir seria realmente um nome de peso pra ser pré-candidato na chapa de Eduardo Paes, pela projeção que Wladimir tem hoje no interior, não só em Campos, como também em outras cidades do interior.”

Máquina do Estado – “O Rodrigo ele está começando. Eu acho que ele teve uma subida muito significativa em muito pouco tempo. A gente sabe que a máquina do governo do Estado é poderosa. Então muita coisa pode acontecer.”

Articulação de Bacellar – “O presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar, tem uma capacidade de articulação indiscutível, que ele já mostrou. Tudo está levando a crer que ele vai concorrer ao governo do Estado sentado na cadeira, baseado numa articulação da cúpula do governo do Estado. A gente tem aí a federação do União Brasil com o PP. Eu acredito que Rodrigo será candidato. “

Resolver as diferenças – “A gente espera que isso se resolva, principalmente a partir de agora que nós temos um campista à frente do Governo do Estado. Eu tenho certeza que essas diferenças entre os dois vão ser resolvidos. O prefeito ontem convidou, postou um vídeo, eu vi hoje de manhã, convidando o governador. Então, existe na verdade um descompasso muito grande nesses primeiros seis meses.”

Entendimento – “Como campista, o que mais ouço nas ruas é uma sensação para que eles se entendam. Existe aquele ditado que na política a gente só falta ver elefante voar. Então, eu acho que possível é. Torço para que eles, mesmo que não caminhem juntos no próximo pleito, Rodrigo venha candidato a governador e Wladimir a deputado federal ou um possível vice-governador pelo Eduardo Paes, eu ainda não sei direito o que vai acontecer, acho que ninguém sabe. Mas a gente torce que eles, independente do lado que venham, se entendam.”

Fiel da balança – “Washington Reis é muito forte na baixada e ele ia mudar esse tabuleiro todo dependendo de como ele vem. Por exemplo, será que ele viria como pré-candidato também? A gente vê uma possibilidade dele vir até como pré-candidato e Wladimir como vice. Então é um cenário que está muito aberto ainda. Uma entrada de um Washington Reis, por exemplo, como pré-candidato, embolaria muito esse cenário. Do jeito que está desenhado hoje, sem o Washington, é uma visão. Com ele, já é outra visão que muda completamente esse cenário.”

Gestão da saúde – “A gente sabe que a saúde é tripartite, ou seja, ela tem a obrigação dos três entes federativos e quando um desses entes falha, acarreta um problema para a saúde e para o atendimento da população. Porque quem sofre é realmente quem está na ponta. Então, é importante que a gente separe aqui, porque existe o repasse obrigatório do Governo Estadual, que é a PPI. É o repasse que é feito para os pacientes, por exemplo, que são regulados pelo Estado, que eles entram dentro do teto e contabiliza dentro do nosso Fundo Municipal de Saúde, que é a PPI. Uma vez que Campos é um município que recebe essa verba obrigatória. Existe o cofinanciamento estadual para nossa rede, são portarias específicas que o Estado publica para ajudar no financiamento da nossa rede, Ferreira Machado, HGG, São José. Esses números de cofinanciamento, como o prefeito divulgou, foram bastante robustos nos dois primeiros anos. No ano anterior, caiu bastante, até agora em 2025 não houve nada.”

Repasses do Estado – “Uma análise fria dos números aí a gente consegue ver que o repasse do Governo do Estado no que diz respeito ao cofinanciamento não vem sendo feito. Ele diminuiu muito, principalmente no último ano e nesse ano. Campos, que é um município polo, segundo dados do Fundo Estadual de Saúde 2024, Campos recebeu R$ 42,98 por cidadão. Ou seja, em 44º lugar, sendo um município polo regional. Eu não vejo explicação para isso, uma vez que Campos é um município polo, atende toda a região.”

Avanços na saúde – “Na área da saúde a gente evoluiu bastante nesses últimos anos, fizemos muitas coisas, muitos projetos eu participei ativamente. Por exemplo o SOS Coração, os mutirões, eu pretendo reimplementar os mutirões porque achei que foi uma política pública que deu certo. Logicamente que esses mutirões dependem de recursos, esses recursos muitas vezes nós conseguimos através de emendas. Então acho que nós vamos continuar lutando e isso eu tenho certeza que o prefeito é um mestre em angariar recursos pra que a gente possa realmente fazer esses mutirões e reduzir as filas.”

Centro de Doenças Imuno-Infecciosas – “A descentralização do atendimento da dengue específico, que é o que a gente está falando no que diz respeito ao CRDI. No ano passado, foi uma escolha que se mostrou bastante assertiva. Uma vez que foram mais 20 mil e tantos casos de dengue, 30 mil casos aproximadamente. Nós tivemos apenas quatro óbitos. Porque a gente sabe que o diagnóstico precoce da dengue, que é o que deve ser feito, é o que previne complicações, o paciente evoluir de maneira desfavorável. “

Descentralização do CRDI – “Como o Campos é uma cidade com uma extensão territorial muito grande, são 100 quilômetros de uma ponta a outra, esse atendimento descentralizado foi uma escolha realmente assertiva. Para mim não tem cabimento um paciente, por exemplo, em Farol com um quadro suspeito de dengue ter que vir para o centro da cidade para poder fazer uma medida que pode ser feita lá próximo da sua residência. Muitas vezes uma simples hidratação, seja venosa, seja oral, ela vai se mostrar eficaz no sentido de prevenir complicações que podem levar ao óbito.”

Não foram desassistidos – “Não foi simplesmente o fechamento e a população ficou desassistida. Isso não aconteceu. Foi feito um estudo baseado no que preconiza o Ministério da Saúde, que é descentralização do atendimento. Aliás, hoje nós vamos ter duas e meia da tarde a inauguração lá no Cesec, lá da Faculdade de Medicina, um aparelho semelhante ao CRDI, com uma parceria da Prefeitura de Campos, da Fiocruz e da Faculdade de Medicina. Onde vão ser feitas pesquisas também, talvez até em maior número do que o CRDI.”

Dívida com hospitais – “Existe sim uma dívida pretérita, essa dívida ela é do CNPJ da Prefeitura com a rede. Isso é reconhecido, ninguém nunca discutiu a existência dessa dívida. O que se discute é o valor. Realmente essa dívida está judicializada. Alguns falam em R$ 40 milhões, outros em R$ 100 milhões, eu só ouço falar, mas não tive acesso aos dados que levaram um dizer que é100 ou R$ 40. O que posso dizer e afirmar é que essa dívida está judicializada, portanto cabe à Justiça arbitrar o valor que tem que ser pago. E, uma vez que isso aconteça, essa dívida será paga ou via bloqueio judicial ou a Prefeitura vai pagar. Mas no momento acho que é o que a gente tem para falar no que diz respeito a essa dívida.”

Atuação na Câmara – “O meu foco será principalmente na saúde, por onde tenho o maior conhecimento técnico. Mas estarei atuando com responsabilidade em todas as pautas que importam para a cidade. Quero contribuir propondo, fiscalizando, dialogando, com a meta de somar forças pelo bem de Campos. No que diz respeito à saúde, tenho alguns projetos pessoais que quero levar à frente. Por exemplo, pretendo levar o atendimento ortopédico em comunidades mais distantes, onde as pessoas virem até o grande centro seja um pouco mais difícil.”

Embate – “Eu pretendo agregar, eu estou entrando na Câmara com o intuito de agregar, de dialogar. Logicamente que em alguns momentos a gente tem que ir para o confronto, isso é do jogo político. Eu pretendo fazer isso com diálogo. Eu acho que discussões, muitas vezes discussões acaloradas, elas podem ocorrer num ambiente político. Espero que isso não seja levado para o lado pessoal.”

“Não via futuro na cidade de Campos” – “Eu com toda sinceridade e humildade não via futuro pra Cidade de Campos. Então, como amigo pessoal dele, e isso eu já falei diversas vezes, por diversas vezes tentei persuadi-lo a não vir candidato a prefeito. Porque eu entendi que esse seria o fim político dele, ele na época um jovem deputado federal, estava muito bem lá em Brasília. Wladimir, ele é um político que ele tem uma capacidade de articulação, uma habilidade muito grande. Ele estava muito bem em Brasília e eu, como amigo pessoal dele, achava que ele ia fazer um péssimo negócio vindo candidato ao prefeito.”

Soldado no grupo – “Eu faço uma política de grupo a gente faz respeitando a hierarquia. Eu sou coronel na polícia, mas aqui no grupo eu sou soldado. Nós temos um líder que é o prefeito Wladimir Garotinho, que ele tem os seus compromissos, suas convicções. A gente ainda não conversou sobre isso. No momento, estou focado em ser vereador. Me candidatei para ser vereador. Mas, a gente tem um líder e se ele entender que a minha presença se faz necessária em alguma outra secretaria ou em algum outro local, a gente vai conversar.

De volta à Prefeitura? – “A gente tem nossa vontade pessoal, mas tem que atender à demanda do nosso gestor maior, do nosso líder, que é o prefeito. Então, quando ele entende que ele precisa de figura A, B ou C alocada no Executivo ou no Legislativo, logicamente isso é feito mediante uma conversa prévia, mediante um diálogo, e a gente entende que deve seguir a determinação do nosso líder maior que é o prefeito.”

Apoio de Bolsonaro – “A influência de Bolsonaro no governo do Estado é inegável. Porque ele no Rio de Janeiro tem uma vantagem bastante expressiva, é muito forte. Campos também é uma cidade conservadora. A gente viu isso nas urnas. Então acho que a ajuda de Bolsonaro para Rodrigo a gente não pode negar que vai vir, que é uma ajuda bastante significativa. Isso é inegável, não tem nem muito o que falar a mais.”

Disputa no Senado – “O que eu tenho praticamente certeza, acho que todos têm, é que uma vaga é do Flávio. Eu, no que diz respeito à qualidade de candidato, sou fã do senador Carlos Portinho. Ele é o melhor senador do ponto de vista Legislativo, o líder do governo Bolsonaro, líder da oposição, bolsonarista raiz, trouxe muitas emendas pra Campos. Não só pra Campos, mas pra toda a região. Fico triste dele não aparecer nessas pesquisas porque acho que ele merece. Ele é um senador que tem muito conteúdo e mostrou trabalho.”

Tarcísio na presidência – “Então acho que para a direita seria muito melhor que trabalhasse já um nome. A gente tem alguns nomes, tem Tarcísio, Zema, o governador de Goiás, o Caiado. Mas vejo que, até pelo trabalho que vem fazendo à frente do Governo do Estado de São Paulo, o governador Tarcísio seria o melhor nome a concorrer contra Lula. Apesar de todos os problemas que Lula vem enfrentando, ainda é o franco favorito. Se ele vier candidato, a probabilidade dele ganhar a eleição é maior.”

Lula ainda é forte – “Eu vejo primeiro com muita felicidade e alegria porque realmente não quero que ele ganhe a eleição. Então, fico feliz com isso. Pelos locais que eu transito, que são basicamente aqui na região Sudeste, não esperava nem que ele ganhasse a eleição no último pleito. Ele é muito forte no Nordeste, na Bahia principalmente, em Pernambuco.”

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