Morre a presidente da Associação SOS Atafona, Soninha Ferreira
Mário Sérgio Junior 09/11/2025 08:09 - Atualizado em 11/11/2025 17:16
Soninha Ferreira
Soninha Ferreira / Foto: Parahybano
A presidente da Associação SOS Atafona, Sônia Terra Ferreira, morreu neste domingo (9) aos 81 anos. A informação foi confirmada pela própria associação. Ela sofreu um AVC no último dia 16 de outubro, durante o velório de seu amigo, o advogado Geraldo Machado, e foi internada desde então. O velório aconteceu a partir das 15h deste domingo no Santuário Nossa Senhora da Penha, em Atafona, onde também haverá uma missa de corpo presente às 8h desta segunda-feira (10). O sepultamento será no Cemitério do Caju, em Campos, às 11h desta segunda.
"Com o coração dilacerado, comunicamos o falecimento de Dona Sônia, presidente do SOS Atafona. Partiu uma mulher de fé, amor e entrega, que marcou nossas vidas com sua luz. Fica a dor da saudade e a certeza que o céu hoje a recebe com honra", dizia nota de pesar publicada pela Associação SOS Atafona.
Após passar mal no dia 16 de outubro, Soninha foi internada no Hospital Ferreira Machado, onde ficou até o dia 27 de outubro, quando foi internada no Hospital São José do Avaí, em Itaperuna.
Soninha Ferreira era filha do ex-deputado federal Alair Ferreira, que morreu aos 66 anos em 1987, em Brasília, e irmã do empresário Alair Ferreira Filho, morto em um acidente de carro na BR 101 em 2013. Ela foi casada por 21 anos e teve três filhos. De seu pai, ela herdou muitos bens como a TV Norte Fluminense, uma distribuidora da marca Brahma e uma agência de automóveis, que se desfizeram ao longo do tempo.
Nascida em Campos no dia 16 de agosto de 1944, Soninha viveu na cidade até os 18 anos, quando se mudou com a família para o Rio de Janeiro. Sua relação com Atafona começou na infância, já que uma família passava verão por lá. É uma mudança para a Cidade Maravilhosa não a distância do balneário não. E depois de tantas idas e boas-vindas de veraneio, no carnaval de 1997 ela sentiu que era hora de deixar a capital. E se fixou em Atafona.
Na vida profissional, Soninha trabalhou por muitos anos nas empresas de seu pai. De 2001 a 2016, prestou serviço na Prefeitura de São João da Barra, na Secretaria de Turismo e no Palácio Cultural. Também presidiu, por 15 anos, a Irmandade de Nossa Senhora da Penha. Em 2017, criou o "Moinho de Vento", um espaço para eventos no terreno de sua casa, que serviu durante muitos anos como palco do Atafolia, um famoso e concorrido evento carnavalesco organizado pelos empresários Peri Ribeiro e César Tinoco.
A sua casa em Atafona foi construída pelo pai nos anos 70 e se tornou um dos símbolos da praia sanjoanense. Ela teve que deixar a residência em 2022, após o mar atingir o muro do imóvel. Mas sua pretensão era manter a casa preservada.
Durante anos, até os dias atuais, ela lutou por uma solução contra o avanço do mar em Atafona, presidindo a Associação SOS Atafona. À frente da SOS Atafona desde 2019, Sônia liderou um grupo que vai além de uma organização ambiental. Sob a presidência dela, o grupo protagonizou manifestações públicas, pressionou autoridades em Brasília e conquistou o início do Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental para execução de obras costeiras.
A Câmara de Vereadores de São João da Barra emitiu nota de pesar. "A Câmara de São João da Barra manifesta profundo pesar pelo falecimento de Soninha Ferreira e se solidariza com sua família e seus amigos. Presidente da Associação SOS Atafona, Soninha era uma das moradoras mais conhecidas e queridas da localidade e sempre foi muito atuante no meio cultural e religioso, tendo presidido por 15 anos, a Irmandade de Nossa Senhora da Penha. Por sua contribuição ao município de São João da Barra, recebeu da Câmara, em 2022, a Medalha Narcisa Amália Filha do ex-deputado federal Alair Ferreira, Soninha faleceu na manhã deste domingo, aos 81 anos.”, disse a nota.
Amigo de longa data, o publicitário Cláudio César Soares lembrou com carinho de Soninha. "Uma ótima amiga. Sempre humilde desde a adolescência. Infelizmente passou mal no velório de Geraldo Machado, abraçada comigo. Vai deixar muitas saudades", disse.
A historiadora e coordenadora do Arquivo Público Municipal de Campos, Rafaela Machado, também lamentou. "Muito sentida pelo passamento de Soninha. Nos aproximamos quando ela fez contato para doar o acervo do pai ao Arquivo. O que mais me deixou tocada nessa doação foi observar a imensa tristeza de Soninha por ver os registros do pai se perdendo junto a sua casa em Atafona. Ela sofreu pela casa e sofria ao ver tantas fotos em meio às areias da praia. Acabamos nos aproximando muito depois disso e ganhei dela uma imagem de Nossa Senhora da Penha, um terço para a minha filha e uma cartinha muito carinhosa. Que Deus e Nossa Senhora da Penha a recebam com ânimo e alegria, como ela merece. E que por aqui possamos continuar o seu legado por Atafona", disse.

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