A Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) de Campos registrou mais ocorrências de violência contra a mulher neste ano em comparação com o mesmo período de 2024. De 1º de janeiro a 23 de setembro, foram 2.627 registros, 173 a mais que no ano passado. As medidas protetivas de urgência também cresceram, até agora foram solicitadas 1.354, contra 1.250 no ano anterior.

O caso mais recente aconteceu nessa segunda-feira (22). Uma mulher foi agredida no Parque Vicente Gonçalves Dias, em Guarus. A vítima relatou para Polícia Militar que um homem, que seria agiota, teria lhe agredido na cabeça após invadir sua casa. O motivo da agressão seria que a mulher deve dinheiro ao homem.

O suspeito também teria ameaçado a mulher de morte. Ela precisou de atendimento médico no Hospital Ferreira Machado (HFM) e passa bem.

Já no domingo (21), um homem de 25 anos foi preso em flagrante após agredir a companheira de 21 anos, no Parque Presidente Vargas. A prisão foi realizada pelo crime de lesão corporal, no contexto de violência doméstica.

De acordo com a Deam, a vítima compareceu à delegacia e relatou que foi agredida pelo companheiro após uma discussão. Durante o desentendimento, o homem a empurrou pelas costas, fazendo com que caísse ao chão e sofresse lesões. Na sequência, ela deixou o local e procurou a Deam para relatar o ocorrido e solicitar medidas protetivas de urgência.

Os agentes localizaram o acusado no Parque Presidente Vargas, onde ele foi preso sem oferecer resistência.

Os registros feitos na Deam contêm diferentes tipos de violência previstos na Lei Maria da Penha, como física, psicológica, sexual, patrimonial e moral. Essas situações incluem agressões, humilhações, controle financeiro, perseguição, assédio e até restrição de liberdade.

Neste ano, foram 2.627 registros de ocorrência, 1.354 medidas protetivas de urgência solicitadas, 993 autores indiciados e 134 prisões realizadas.

Já em 2024, durante o mesmo período, foram 2.454 registros, 1.250 solicitações de medidas protetivas, 735 indiciados e 104 prisões.

Os dados apresentados nesta reportagem não apontam, necessariamente, que a violência aumentou, mas sim que mais mulheres têm procurado a delegacia para registrar os casos e solicitar medidas protetivas. Isso pode refletir maior conscientização e acesso ao atendimento especializado.

Segundo a subsecretária de Políticas Públicas para Mulheres de Campos, Josiane Viana, o município vai implementar a Ronda Maria da Penha e o Centro Especializado de Atendimento à Mulher (Ceam) itinerante para áreas mais distantes de Campos, ampliando o acesso a serviços de acolhimento.

“O equipamento oferece diversos tipos de atendimento entre eles terapêutico, jurídico, assistência social, entre outros. Além de oferecer cursos em parcerias para encaminhar essas mulheres para o mercado de trabalho, após ficarem emocionalmente bem”, disse Josiane.

A reportagem entrou em contato com a delegada responsável pela Deam de Campos, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria. (J.A.)