O município de Campos fechou mais um mês com saldo positivo na geração de empregos com carteira assinada. No mês de agosto, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego, foi registrado um saldo de 551 empregos, e no acumulado do ano o saldo positivo foi de 3.739 vagas com carteira assinada. Em comparação com 2024, os dados apontam que de janeiro a agosto do ano passado o município teve um saldo maior que 2025, uma diferença de 16%.

O especialista em finanças e professor do Centro Universitário Fluminense (Uniflu), Igor Franco, comentou os dados. "Embora tenha apresentado o maior saldo positivo entre contratações e admissões dos últimos anos, a desaceleração na geração de vagas totais em relação ao ano passado pode indicar que Campos acompanha a tendência nacional de desaceleração do mercado de trabalho. Embora possamos indicar um componente cíclico após anos de números muito fortes, o efeito combinado da taxa de juros (nas máximas dos últimos 20 anos) e a redução do impulso fiscal de gastos governamentais parece estar começando a pesar sobre a economia nacional e também local", avaliou.

No mês de agosto de 2025, segundo o Caged, o setor de Serviços apresentou saldo positivo de 461 empregos, seguido do de Comércio, que teve 141 vagas geradas. Já a Indústria registrou saldo positivo de 22 empregos. Na contramão, os setores de Construção e Agropecuária tiveram um declínio na geração de postos de trabalho, com saldo negativo em 20 e 53, respectivamente.

Já no acumulado do ano, o saldo positivo é impulsionado pelos setores de Serviços (+2.308), Agropecuária (+1.040), Indústria (+485) e Comércio (+134). O setor de Construção aparece com saldo negativo, de 228.

Em comparação com o ano passado, o saldo mensal deste ano foi 191% maior que o registrado em agosto de 2024, que foi de 189. Já no acumulado do ano, Campos registrou o saldo de 3.739 em 2025 e 4.457 entre janeiro e agosto de 2024.

Na região Norte Fluminense, o saldo de empregos em agosto foi de 1.334, com incremento de 63,7% em relação ao mês anterior. Na comparação com o mesmo mês do ano passado o crescimento foi de 39,7%. Segundo o economista, professor da Uenf e diretor do Núcleo de Pesquisa Econômica do Estado do Rio de Janeiro (Nuperj), Alcimar das Chagas, Macaé, Campos e São João da Barra tiveram papel importantes através do setor de serviços.

No acumulado de janeiro a agosto deste ano, o saldo atingiu 12.080 vagas de emprego. Macaé apresentou uma participação relativa de 54,3%; Campos, 30,9%; São Francisco de Itabapoana, 6,3%; e São João da Barra, 5,6% do total.

"Setorialmente, considerando os principais municípios geradores de emprego na mesorregião (Macaé, Campos, São Francisco de Itabapoana e São João da Barra), as atividades de serviços lideraram com a geração de 6.588 vagas de emprego, seguido pelas atividades industriais com a geração de 2.541 vagas, da agropecuária com 1.670 vagas e do comércio com 1.174 vagas. A construção civil eliminou 233 vagas de emprego no acumulado do ano", comentou Alcimar.

O estado do Rio de Janeiro gerou 81.489 vagas no acumulado do ano, enquanto o país gerou 1.501.930 vagas no mesmo período. "A participação do estado do Rio de Janeiro de 5,43% indica uma desaceleração importante neste ano, já que a participação no mesmo período do ano passado era equivalente a 8,5% do saldo total do país", finalizou o economista.