Royalties em alta no mês de maio, mas sinal de alerta continua ligado
21/05/2025 23:23 - Atualizado em 21/05/2025 23:33
Plataforma PNA-1
Plataforma PNA-1 / Divulgação
Os municípios produtores de petróleo recebem, nesta quinta-feira (22), os royalties de maio pelo regime de concessão. Apesar de a região ter amargado queda no último depósito da participação especial (PE) e, como mostrou a Folha nesta quarta (21), do sinal de alerta com as oscilações negativas dos últimos repasses, neste mês a variação é positiva para todos os municípios produtores de petróleo. Nos cofres da Prefeitura de Campos serão depositados R$ 45.849.813,55, valor 11,9% superior aos R$ 40.975.658,78, de abril. Em comparação com maio de 2024, quando o município recebeu R$ 41,2 milhões, a queda foi de 11,3%.
Para o município de São João da Barra serão pagos em maio R$ 18.148.850,30, enquanto em abril o repasse foi de R$ 15.848.683,22 — o que mostra uma alta de 14,5% neste mês. Em comparação com o mesmo período do ano passado, quando o município recebeu R$ 17,9 milhões, o oscilação positiva foi de 1,3%. 
Detentor da maior parcela de royalties entre os municípios da região, Macaé registra um aumento de 14,4% no depósito deste mês (R$ 80.200.970,14) sobre o pagamento de abril (R$ 70.125.302,03). Quando a comparação é com maio de 2024 (R$ 76,3 milhões), a alta é de 5,1%.
Ainda no Norte Fluminense, Carapebus vai receber R$ 8,6 milhões, um aumento de 15,8% em relação a abril (R$ 7,5 milhões). Já Quissamã terá um repasse de R$ 11,5 milhões, valor 8% maior que os R$ 10,7 milhões do mês passado.   
Repasses áquem do esperado e pessimismo com os próximos depósitos 
Superintendente de Petróleo e Gás de São João da Barra, Wellington Abreu avalia que o repasse de maio foi impactado por fatores conjunturais que pressionaram o mercado de petróleo em março, mês de referência para o repasse pelo regime de concessão desta quinta. “A redução no preço médio do barril, bem como a desvalorização cambial registrada no período, em comparação com fevereiro, não foram suficientes para derrubar o aumento da produção, impulsionado pela diferença de dias úteis entre os dois meses — março, com três dias a mais, proporcionou elevação nos volumes produzidos e, consequentemente, no cálculo dos repasses. Apesar deste resultado momentaneamente favorável, o cenário global segue marcado por elevada volatilidade”, pontuou Abreu.
Wellington afirma, ainda, que “os repasses acumulados em 2025 têm se mostrado aquém das expectativas, tanto na comparação com o mesmo período de 2024 quanto em relação às projeções orçamentárias elaboradas para este exercício fiscal”. Para ele, em junho a tendência é de redução mais acentuada, especialmente para os municípios de Campos, Macaé e Rio das Ostras.
No mês passado, o prefeito de Campos, Wladimir Garotinho (PP), que é presidente da Organização dos Municípios Produtores de Petróleo (Ompetro), também chegou a falar sobre “problemas de fluxo de caixa nos próximos meses”. Na análise dele, isso ocorrerá pela queda de royalties devido a interdições e acidentes em plataformas na Bacia de Campos, somado ao tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Secretário executivo da Ompetro, Marcelo Neves, também avaliou que os impactos devem começar a ser sentidos em junho.

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