Saulo Pessanha
31/03/2025 08:08 - Atualizado em 31/03/2025 08:42
Os 50 anos da fusão RJ-GB mereceram poucas linhas nos jornais. Certamente porque tanto pelo lado de lá (antiga Guanabara) como pelo lado de cá (antigo Estado do Rio de Janeiro) não há contentamento com o processo imposto em 1975 pelo governo militar.
É certo que, à época em que foi concretizada, a fusão alcançava um sonho do comércio carioca. Tanto que o Clube de Diretores Lojistas levantou a bandeira do movimento, sobretudo porque o ministro Mário Andreazza (Transportes) se dispôs a construir, em tempo recorde, a ponte Rio-Niterói.
Efetivada, a fusão RJ-GB, com o decorrer dos anos, acabou não agradando aos dois lados. Inclusive, tempos mais tarde, o deputado campista Aluizio de Castro (falecido) levantou na Assembleia Legislativa um movimento pró-desfusão. A ideia não evoluiu.
A cidade de Niterói, que era a capital do antigo Estado do Rio de Janeiro, perdeu muito com a fusão. Assim é que o Fluminense, o seu principal, jornal, resistiu o quanto pôde. Mas acabou fechando.
Primeiro, o Fluminense deixou colocar nas ruas a sua edição impressa. Já a online continuou a ser parcialmente atualizada. Mas também foi paralisada.
O Fluminense foi um jornal centenário. Teve, inclusive, sucursal em Campos, no início dos anos 70. Era comandada pelo saudoso jornalista Martinho Santafé.
Ao perder o status de capital de estado e sendo convertida em sede de um município, Niterói vivenciou um processo de esvaziamento, sobretudo econômico.