Retorno do Samba na Praça, em Campos, confirmado para 19 de dezembro
Matheus Berriel - Atualizado em 12/11/2021 15:57
Roda de samba reúne músicos profissionais e amadores
Roda de samba reúne músicos profissionais e amadores / Divulgação
Símbolo de resistência da cultura popular em Campos, o Samba na Praça voltará a ser realizado no dia 19 de dezembro, um ano e 11 meses após a sua última edição. Durante esta semana, inúmeras pessoas comemoraram nas redes sociais o retorno do evento, que faz parte do calendário oficial do município, sempre acontecendo no terceiro domingo de cada mês, a partir das 10h, no Jardim do Liceu. É obrigatório o uso de máscaras, seguindo decreto da Prefeitura em vigor. Durante a roda de samba, que terá apoio do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro NF), serão recolhidos alimentos, materiais de limpeza e higiene pessoal, brinquedos, roupas e outros tipos de doações para entidades necessitadas.
Há um mês, foi liberada a realização de eventos com até 2 mil pessoas em ambientes abertos de Campos, respeitando a proporcionalidade de 1,5m² de área livre por pessoa. Os eventos devem ser comunicados às autoridades competentes e não podem ultrapassar a capacidade máxima permitida no alvará do Corpo de Bombeiros
— Nós esperamos o relaxamento das medidas. Podíamos até ter pedido antes, mas esperamos até dezembro para ficar com mais segurança e ver se não muda nada até lá, se os índices continuam diminuindo desse jeito ou se o governo não muda a resolução em vigor — afirma um dos coordenadores do Samba na Praça, Alcebíades Leão, conhecido como Bida. — Como fazemos no terceiro domingo de cada mês, havia a possibilidade de retornarmos já em novembro, mas achamos que ficaria muito em cima. Voltando em dezembro, nós ganhamos mais tempo para organizar, receber a liberação da Prefeitura e viabilizar junto às autoridades — pontua.
Segundo Bida Leão, mais de 35 mil pessoas já passaram pelo Jardim do Liceu em 42 edições do Samba na Praça, que acontece desde o final de 2015. A mais recente ocorreu no dia 19 de janeiro de 2020. Após uma pausa em fevereiro, outra edição estava marcada para o dia 15 de março, mas foi cancelada como medida de prevenção à Covid-19, que começava a se alastrar no Brasil e no mundo.
— Desde que anunciamos a volta do Samba na Praça, temos percebido uma grande manifestação positiva no Facebook, onde temos quase 6 mil seguidores. Parece que o evento vai bombar. Grande parte do grupo que frequenta o Samba na Praça é formada por pessoas que não vão aos eventos noturnos que voltaram a acontecer. Há famílias, inclusive com crianças e idosos, pessoas que estão com saudade. Os ambulantes que nos seguem desde o início também estão parados, é uma turma que sempre nos ajudou. A gente agradece o carinho e pede que todos cumpram os protocolos, usem máscara e tentem manter um distanciamento no dia do evento — destaca Bida.
Tradicionalmente, além da cultura e do entretenimento, o Samba na Praça também possui uma vertente social. Várias campanhas de doações são realizadas, com proposta de repassar todo o material recebido a diferentes entidades. No último dia 27 de junho, uma live beneficente do projeto possibilitou doações de cestas básicas ao Hospital Psiquiátrico Espírita Doutor João Viana e ao Asilo Nossa Senhora do Carmo.
— Em todo mês de dezembro, a gente costuma ajudar entidades que cuidam de crianças, pedindo brinquedos, livros, roupas. Mas, neste ano, acho que a gente vai misturar um pouco, por não terem sido realizadas outras edições do evento. Sabendo da necessidade de diversas entidades, vamos pedir brinquedos, livros, mas também alimentos, materiais de limpeza, roupas de todos os tamanhos, vários tipos de doações, porque assim poderemos ajudar a instituições de diferentes áreas — explica Bida Leão.
Além dele, o Samba na Praça possui diversos coordenadores, como Nilson Athayde e amigos. Ao todo, o grupo envolve quatro músicos profissionais e outros 11 que se reúnem para animar a roda, com repertório variado, passeando por clássicos do gênero pré-pautados ou pedidos na hora pelo público.
— Não somos uma banda. Somos um grupo de amigos que começou, em 2015, a procurar um lugar para passar um domingo com a família, fazendo o que a gente gosta, que é cantar e tocar samba. A coisa cresceu e, de poucas pessoas no início, já reunimos milhares em torno do samba — finaliza Bida.
Evento já reuniu mais de 35 pessoas em 42 edições
Evento já reuniu mais de 35 pessoas em 42 edições / Divulgação

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