O radialista, ex-bancário e ex-presidente do Teatro Trianon, Nilson Maria Pessanha, morreu ao 72 anos, na noite desse sábado (10), em decorrência de complicações da Covid-19. Ele estava internado na UTI do Hospital Prontocardio desde o início de abril. Devido à causa da morte, o sepulmento será restrito apenas a familiares. Vários amigos e parentes lamentaram a morte de Nilson.

Advogado formado e ex-funcionário do Banco do Brasil, onde se aposentou, foi à frente dos microfones de várias emissoras que Nilson Maria ganhou destaque. Conhecido como o "Dono da Tarde" entre os radialistas, Nilson também foi apaixonado pelo Clube Esportivo Rio Branco e pelo carnaval campista.

O gerente da rádio Folha FM 98,3, Cláudio Nogueira, lamentou a morte do comunicador. "Nilson Maria foi uma soma que o rádio teve. Porque ele era profissional de outra área, mas parece que nasceu para a Comunicação. E ele somou muito durante essa passagem dele no rádio. Foi um cara multifacetado para a Comunicação, tanto na área esportiva quanto na área de conhecimentos gerais, e por último fazia o 'Encontro de Corações'. Infelizmente, lamentavelmente, perdemos mais um companheiro para essa doença. E olha que ele estava se cuidando muito. Com certeza, no tempo que passou na Continental, marcou época e deixou saudades. E o que fica agora foi essa soma que ele deu para a gente, sempre com paciência e carinho que ele teve com a gente", disse.

O jornalista e sobrinho de Nilson, Luiz Maria Costa, lembrou com carinho do irmão caçula de seu pai. "Nilson foi um tio sempre presente na minha vida, irmão caçula do meu pai. Foi minha inspiração no momento em que optei por cursar Comunicação. Cresci passando férias com ele, em Campos, e ficava fascinado com a forma como ele conduzia seu programa de rádio. Um cara do bem, apaixonado pelo Rio Branco, pela União da Esperança, pela vida, pela família, pelos amigos. Uma parte de mim que se vai", afirmou.

O deputado federal Christino Áureo também lamentou a morte de Nilson. "Que ele possa levar também para o outro plano toda a alegria e o bem que semeou aqui. Como colega do Banco do Brasil e como admirador de seu talento, deixo aqui minha homenagem e solidariedade à família. Siga em paz", disse.

O radialista Arnaldo Garcia ressaltou as características de Nilson. "Nilson era alegre, entusiasta, incentivador, criativo, carinhoso e amigo, muito amigo! Um dos maiores campistas da minha geração, pois era uma pessoa muito envolvida: futebol, carnaval, administração pública. Sempre respeitando e elevando as pessoas. Deixa um enorme número de amigos da União da Esperança, sua escola de coração; do Rádio, onde foi um mestre; da administração, onde atuou como presidente do Trianon e no Esporte, antes de ser fundação; das boas rodas de conversa, pois advogado, sem atuar, era um cidadão sempre atento, atualizado. Campos perdeu um grande filho, que sabia promover a cidade e a sua gente", destacou.

O também jornalista Antunis Clayton lembrou com carinho do amigo. "Tenho mais de 200 programas de rádio do Nilson Maria gravados. Três camaradas marcaram muito a minha infância na rádio, Valdebrando Silva, Talvane Coutinho e Nilson Maria. Esses três camaradas foram muito importantes na minha infância. Eu ouvia muito, meu pai ouvia, a paixão pelo rádio é uma coisa que herdei do meu pai, e tinha sempre um rádio ligado na parte dos fundos da casa. E esses três camaradas foram muito especiais na minha formação de ouvinte de rádio e de apaixonado pelo rádio. Com Nilson não cheguei a dividir emissora, mas cheguei a participar de alguns quadros de algumas edições do programa dele como convidado. Poucas vezes senti tanto a morte de uma pessoa, como eu senti a de Nilson. Ele me ligou há pouco mais de um mês, ele estava na praia e estava bem, e me chamava de meu filho. Sempre perguntando por mamãe, sobretudo depois do falecimento de papai. Sempre ligava para nos falarmos um pouco. A gente era muito presente um na vida do outro. E Nilson tem uma característica muito interessante, até guardada as proporções, semelhante a do Chico Anysio. Ele dava voz a velhos radialistas que não estavam mais em emissoras, que já tinha parado com rádio, assim como Chico dava abertura na Escolinha do Professor Raimundo para os humoristas que não tinham mais espaço. Então nesse aspecto ele se assemelhava muito com Chico Anysio. Nilson sempre foi um protetor da classe, sempre foi uma voz amiga. E para completar, ele era apaixonado por duas paixões que tenho: o Clube Esportivo Rio Branco e a nossa querida União da Esperança", recordou.

A ex-presidente Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima, Cristina Lima também lamentou a perda. "Está muito difícil serenar o coração diante de tantas perdas! Trabalhamos juntos em alguns carnavais, ele como presidente da Associação das Escolas de Samba e, no governo Mocaiber, quando ele estava à frente do Trianon e eu na Gerência de Cultura do Município. Era uma pessoa amena, alegre, que criou vários projetos de valorização do artista campista. Vários nomes do cenário artístico nacional que se apresentaram no Trianon, se tornaram seus amigos, pela forma simpática, entusiasmada e acolhedora com que os recebia. Foi o primeiro entrevistado do programa 'O avesso do avesso', levado ao ar durante 3 anos, em que o ex-prefeito Sérgio Mendes e eu, através da TV Educativa, dávamos destaque às pessoas que tiveram efetiva contribuição a diversos setores do município. Nilson tem uma folha de serviços inegáveis e comprovados. O domingo ficou mais cinza! Que sua trajetória espiritual seja assistida pela luz. Nós ficaremos por aqui nos consolando com doces recordações! Um abraço especial a Rose, companheira amorosa de todos os momentos", disse.

O advogado e procurador do município Arthur Gusmão também prestou sua homanagem. "Impossível esquecer essa vinheta: 'O dono da tarde é ...Nilson Maria'. Os debates populares com grandes figuras da planície... o resumo das novelas... a descrição da belíssima secretária do programa e tantos outros quadros do programa líder de audiência. Que me perdoem as FMs, mas o rádio AM é inesquecível, vive na minha memória e no meu coração e o dono da tarde era um dos melhores. Ao contrário do que dizia outro monstro do rádio Olavo Cardoso, Campos hoje não acorda sorrindo, mas o céu certamente acorda e já estreia novo programa nas ondas celestes. Que Dom Bosco receba de braços abertos o filho que se orgulhava de ser Salesiano. O show, o programa, a vida tem que continuar... que Deus na sua infinita Misericórdia continue cuidando de todos nós", disse.

O jornalista e escritor Péris Ribeiro também prestou suas condolências. "Uma grande perda para a Comunicação campista, em particular. Nilson Maria era realmente o 'Dono da Tarde'. E para os amigos, fica a saudade de um parceiro alegre e irreverente, ao contar os seus 'causos'", disse.

O jornalista e também radialista Alexandre Paiva Neto falou sobre o amigo. "Tive o privilégio de trabalhar ao lado dele e de compartilhar bons momentos juntos. O Dono da Tarde, como ficou conhecido no rádio, deixou o seu nome gravado na história da Comunicação de Campos e região. Que Deus conforte familiares e amigos neste momento de profunda dor", disse.

"Nilson é uma das mais lindas páginas da radiodifusão Campista. Um bom homem , que promoveu nas tardes do rádio os 'encontros dos corações'. Grande Perda. À todos da família, recebam o meu abraço de solidariedade neste momento de tão grande dor e perda", lamentou o ex-candidato a prefeito de Campos Roberto Henriques.

A Associação de Imprensa Campista (AIC) emitiu nota de pesar: "A Associação de Imprensa Campista registra com profundo pesar, o falecimento do radialista Nilson Maria. Em sua trajetória no rádio, fez imenso sucesso. Porém, deixou sua marca também fora da Comunicação, era advogado, bancário - chegando a ser presidente do Sindicato dos Bancários - e presidente da extinta Fundação Teatro Municipal Trianon. Nilson tambem será lembrado por sua forte ligação com o esporte e o samba. A AIC expressa solidariedade e as mais sinceras condolências aos familiares e amigos do 'Dono da Tarde', como era carinhosamente conhecido".

O músico Renato Arpoador, que foi batizado artisticamente por Nilson Maria, também lembrou do amigo. "Tempos difíceis, acabo de receber a notícia do falecimento do amigo e padrinho Nilson Maria, o primeiro a me chamar de Renato Arpoador num programa de calouros no Cine Capitólio. Mais que um nome artístico, ele me deu uma marca da qual muito me orgulho. Que Deus ilumine seu espírito e conforte os seus. Obrigado", escreveu em seu perfil em uma rede social.

Nilson Maria também presidiu a extinta Fundação Teatro Municipal Trianon, de 2005 a 2008. Neste período, desenvolveu, com apreço, a função de administrar um dos maiores teatros do país. Em sua gestão, projetos como “Clube do Choro & Cia”, “Clube do Jazz & Bossa” e “Boa Noite, Amor”, ganharam notabilidade, sendo oferecidos, gratuitamente, ao público. Aos domingos, o “Arte Trianon”, promovia o encontro das famílias, nos jardins do teatro, para atividades recreativas, sempre acompanhadas de apresentações musicais de artistas locais. O Festival Nacional de Teatro (Fenat), também marcou a gestão de Nilson Maria à frente do Trianon, sendo realizado em 2006 e 2007. Outro projeto de destaque elaborado por Nilson foi o "Ouro da Terra".