Produtores artístico-culturais de Campos vivem expectativa por aprovação do Plano Municipal de Cultura na Câmara
10/12/2020 15:49 - Atualizado em 10/12/2020 15:54
Prefeito Rafael Diniz e presidente da Fundação Cultural, Cristina Lima, exibem o documento
Prefeito Rafael Diniz e presidente da Fundação Cultural, Cristina Lima, exibem o documento / Supcom
Campos caminha para ter em breve o seu primeiro Plano Municipal de Cultura após a implementação do Sistema Nacional de Cultura, em 2005. Desejo antigo da classe, o documento elaborado pelo Conselho Municipal de Cultura (Comcultura) já foi enviado pela Prefeitura à Câmara Municipal, onde está tramitando e, após passar pelas comissões pertinentes, será levado a audiência pública. A expectativa é de que esta audiência aconteça nas próximas semanas, viabilizando em seguida a votação do plano pelos vereadores. Ainda não há definição de datas.
A construção do Plano Municipal de Cultura de Campos é fruto de anos de análises e discussões. Fazem parte do processo de construção as Conferências Municipais da Cultura de 2006, 2012, 2014, 2016 e 2018, que inspiraram a definição de diretrizes, objetivos, estratégias, metas e ações para o setor artístico-cultural de 2021 a 2031.
— A criação do plano, sem dúvida, é uma grande conquista, e sua elaboração teve a participação da sociedade civil, representada pelos vários segmentos que compõem o Conselho Municipal de Cultura. Ou seja, são propostas voltadas para as classes artística e cultural elaboradas por elas mesmas. Há muito tempo ansiava-se por este plano, e por isso ele é um marco na história da Cultura de Campos, um legado deixado pelo governo Rafael Diniz — disse a presidente da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima, Cristina Lima, destacando as discussões junto ao poder público municipal durante o processo.
De acordo com o presidente do Comcultura, o professor e pesquisador Marcelo Sampaio, o Plano Municipal contém quatro grandes diretrizes, dois objetivos, 25 estratégias, 37 metas e 83 ações, que vão atender aos produtores artístico-culturais da planície goitacá. Uma campanha está sendo realizada nas redes sociais no intuito de sensibilizar os vereadores pela necessidade da aprovação.
— Desde a década de 1970, a classe artística de Campos anseia pela aprovação na Câmara dos Vereadores de um Plano de Cultura para o nosso município. Neste século, este anseio se intensificou com a realização das Conferências Municipais de Cultura, e só na atual gestão do Comcultura, a primeira presidida pela sociedade civil, conseguimos enviá-lo para ser aprovado — comentou Marcelo Sampaio. —Trata-se de um documento robusto, elaborado da forma mais democrática e transparente possível, que propõe políticas culturais públicas de 2021 a 2031. A aprovação dele fará justiça a todos os fazedores de cultura que, direta ou indiretamente, participaram da sua elaboração — pontuou.
A partir da implementação do Plano Municipal, Campos passará a contar com a integralidade do chamado “CPF Cultural”, composto também pelo Conselho Municipal e pelo Fundo Municipal de Cultura. Devido à sua relevância, o documento é tratado como uma carta de navegação pela professora e produtora cultural Kátia Macabu, que é relatora do Plano e a primeira presidente do Fórum Regional de Cultura do Norte Fluminense. “O Plano é o Norte que os gestores da cultura municipal irão seguir nos próximos 10 anos”, comentou Kátia.
O envio do projeto à Cãmara, no início de dezembro, foi considerado uma conquista pelo prefeito Rafael Diniz (Cidadania). “Esta é a comprovação do diálogo responsável e franco que sempre tivemos com a classe cultural. Nosso objetivo é fomentar e fazer com que a cultura seja fortalecida, e isso sempre fizemos em nosso governo, através de diversas ações. Inclusive, possibilitando que, pela primeira vez na história, o Conselho de Cultura fosse presidido por representante da sociedade civil”, afirmou Rafael.
Histórico — Em publicação no Facebook, o professor e jornalista Orávio de Campos Soares, secretário de Cultura de Campos na gestão Rosinha Garotinho, citou a existência de um Plano de Cultura no município na década de 1970, durante mandato do ex-prefeito Raul Linhares, que tinha Amaro Prata Tavares como diretor de Cultura.
— Foi o melhor plano para os artistas de teatro. A Prefeitura comprava um de cada três espetáculos nas montagens em cartaz no Teatro de Bolso, com pagamento à vista. Curiosidade: quem fazia os pagamentos, na tesouraria à época instalada no Solar Barão de Araruama, era o escritor Waldir Pinto de Carvalho, tesoureiro do Erário — lembrou Orávio. (M.B.) (A.N.)

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