"Cada eleição é uma eleição", diz vereador reeleito Igor Pereira sobre presidência da Câmara
17/11/2020 07:53 - Atualizado em 17/11/2020 16:59
O vereador reeleito Igor Pereira (SD) disse nesta terça-feira (17), em entrevista ao Folha no Ar - 1ª edição, da Folha FM 98,3, que os números da eleição municipal do último domingo (15) não interferem na eleição da mesa diretora da Câmara Municipal. Embora sem oficializar, mas também sem negar que será candidato a presidente da Casa Legislativa, Igor afirmou que o fato de ter sido o segundo candidato a vereador mais votado do seu partido, com 3.271 votos, atrás de Marquinho Bacellar (SD), que teve 4.836, não o desqualifica a se candidatar à função pelo grupo político.
— Acho que cada eleição é uma eleição. Se a gente parar e comentar pelas últimas, o vereador Fred Machado (Cidadania), com todo o respeito, até é uma pessoa por quem tenho um carinho e um respeito muito grandes, foi um dos vereadores menos votados e foi presidente da Câmara. Se olhar pela outra legislatura, o Dr. Edson Batista também foi um vereador que não teve uma votação expressiva e foi presidente da Câmara. A questão de votação, de ter sido o mais votado ou não, a eleição da Câmara é outra eleição — disse Igor Pereira. — Vejo que não tem nada a ver que a votação para vereador influencie na eleição da mesa, até porque a eleição da mesa é pela vontade e o voto dos 25 vereadores — pontuou.
Mantendo a mesma linha de pensamento, Igor comentou que os5.574 votos recebidos por Dr. Abdu Neme (Avante) não o tornam favorito a presidir a Câmara. “Não vejo votação de vereador credenciar para a eleição da mesa. O que vale, e o que você sai com um passo à frente, é o vereador ser agregador, fazer política de grupo, convencer os companheiros. Se você tem dois, três, cinco ou 10 (mil votos), não vejo isso como fator para influenciar na decisão da mesa”, enfatizou o vereador reeleito.
Segundo Igor, sua eventual candidatura à presidência da Câmara será decidida em conversas com o grupo político.
— Sempre falei nas minhas entrevistas e lá na Casa de Leis que eu sou o grupo. Gosto de fazer política de grupo. Em Campos, está faltando isso. Agora, se eu sou candidato a presidente da Câmara ou não, eu acho que, a partir de hoje, daqui para frente, qualquer tipo de candidatura se constrói. Para você chegar a ser candidato ou não, isso é um projeto de grupo. Ninguém é candidato sozinho. Eu não tenho como ser candidato a qualquer coisa, que seja a presidente, vereador, deputado, se eu não tiver grupo. Hoje, nós vamos começar a conversar — afirmou Igor.
Outro tema comentado na entrevista foi a possibilidade de confirmação do indeferimento da candidatura a vice-prefeito de Frederico Paes (MDB) pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que acarretaria também no indeferimento do prefeitável Wladimir Garotinho (PSD), o mais votado no primeiro turno, e consequentemente levaria Dr. Bruno Calil (SD), candidato do grupo político de Igor Pereira, ao segundo turno. Tal mudança, contudo, depende de agilidade no julgamento, ainda sem data definida.
— Preparados, nós estamos muito, como estávamos preparados no primeiro turno. Mas, política é assim: você ganha, você perde. Tem o ganhar perdendo, tem o perder ganhando. Tem vários movimentos. Estamos preparados, sim (caso Bruno Calil vá ao segundo turno). Vamos trabalhar muito. Agora, se vai acontecer ou não... No Tribunal Regional Eleitoral (TRE), 6 a 0 (embargos de declaração) e 5 a 1 (julgamento do mérito). Como vai ser no TSE? Corre o risco de acontecer? Eu acho que sim. Acredito que seja, logicamente, antes do dia 29. Tudo pode acontecer. Vamos aguardar — falou Igor Pereira.
Na visão do vereador reeleito, a incerteza quanto à presença ou não de Bruno Calil no segundo turno não inviabializa que o grupo defina a quem apoiará no cenário atual, entre Wladimir Garotinho e Caio Vianna (PDT).
— Acho que não tem amarra, não. Política é assim. Nós perdemos a eleição. Trabalhei muito com o doutor (Bruno Calil). Mas, política é assim. Na política, a gente aprende com os resultados. Estou ainda fazendo a leitura de onde foi o erro. Não foi um projeto que se consolidou. Isso acontece. Haverá outros projetos em que tenho certeza que vamos sair com a vitória. Agora, isso (o julgamento) não amarra. A gente senta e conversa política, a gente discute política. Se a gente tiver que fazer acordo com quem quer que seja, a gente vai fazer. Tem que tratar, tem que cumprir, e é assim que vai ser feito. Não vejo amarra— disse Igor Pereira. — Estamos discutindo o cenário de hoje. O que vai acontecer nesse espaço curto de tempo, se tiver qualquer decisão judicial que mude o cenário, aí a gente vai discutir, nesse momento, a mudança no cenário — ressaltou.
De acordo com Igor, ainda não há decisão tomada pelo grupo sobre a quem será o apoio caso o segundo turno fique mesmo entre Wladimir e Caio. 
— Não sou a pessoa indicada a falar para onde vão migrar os votos do grupo. Eu acho que eles vão estar dialogando, e aí o nosso grupo vai ver o que é melhor para Campos. Logicamente, haverá discussões políticas de grupo. Mas, eu confesso que não tenho essa informação, até porque nós retornamos o diálogo ontem. Logicamente, vamos estar conversando a partir de hoje. Mas, confesso que ninguém tem a informação de para onde vão os votos do grupo, até porque a eleição foi domingo (15). Temos duas semanas para o segundo turno. E confesso também que, a partir de hoje, já tem que começar a definir. Hoje, amanhã, no máximo, (o grupo) já vai começar a definir — explicou.
Confira a entrevista completa:

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