Antes das eleições no primeiro turno, eu disse em entrevista ao Folha no Ar que a desesperança era a marca da campanha para a prefeitura de Campos. De 2016 para 2020 a abstenção eleitoral subiu de 18% para 25%. Além da Covid ter possivelmente contribuído para este aumento, a subida por sí só não pode ser tomada como indicador de desesperança. Mas acho que boa parte desta abstenção cresceu sim correlacionada com este sentimento negativo em relação à política municipal. No segundo turno é diferente, pois o voto motivado como veto tende a aumentar de peso, contrabalanceando o papel que a esperança dacadente não pode desempenhar. Por isso, acredito que a rejeição à "família Garotinho" pode motivar muita gente a ir votar no segundo turno para evitar a volta deste grupo político ao poder. Não acredito que a eleição já esteja decidida.