Sindicato dos médicos declara repúdio à denúncia intitulada "farra dos atestados" em Campos
Virna Alencar 04/03/2020 18:11 - Atualizado em 10/03/2020 14:33
A 3ª Promotoria de Tutela Coletiva do Núcleo Campos informou nesta quarta-feira que reunirá as informações disponíveis para instaurar inquérito com o objetivo de apurar eventual ato de improbidade administrativa quanto aos casos de concessão e apresentação de atestados médicos em Campos, denunciados na última segunda-feira (02) em reportagem exibida pela InterTv, do Grupo folha, no RJ 2ª edição. Também nesta quarta, o presidente do Sindicato dos Médicos de Campos (Simec) José Roberto Crespo declarou repúdio à denúncia intitulada como “farra dos atestados” na Saúde pública de Campos e a qualificou como maldosa. Na terça-feira (02), a Prefeitura de Campos e o Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) informaram que irão abrir sindicância para apuração do caso. Atualmente, os médicos de Campos estão em greve há 23 dias e alegam, além do cumprimento do acordo que pôs fim à greve em agosto do ano passado, por parte da Prefeitura de Campos, a falta de condições de trabalho.
O presidente afirmou que não há qualquer irregularidade por parte dos médicos citados e que os mesmos apresentaram comprovam o motivo do afastamento.
— Falar em farra dos atestados é um termo pejorativo. Acho que foi, de certa forma, uma denúncia maldosa, infeliz. Farra é para todo mundo, como se todos estivessem no meio. Mas são casos pontuais, que obviamente precisam ser apurados pelos órgãos competes – o Cremerj e a Prefeitura de Campos – para avaliar se houve desvio ético por parte desses profissionais. Mas, estive com os citados e eles me apresentaram documentos suficientes que comprovam o motivo dos afastamentos. Além de ter generalizado os profissionais da área médica, a denúncia também envolveu outro órgão, o de perícia médica do município, profissionais que têm uma carreira e nome a zelar — declarou.
Em nota enviada na terça, a Prefeitura informou que “será instaurado um processo administrativo para apurar detalhadamente cada caso”. Já o Cremerj disse que “o conselho não foi informado pela Prefeitura, no entanto, abrirá sindicância para apurar os fatos”.
De acordo com a reportagem, alguns médicos apresentaram atestados e continuaram com atendimento particular. Os dados revelaram a ausência de 16% dos médicos concursados no ano passado e o percentual aumentou 40%, comparado a 2018. 

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