Qualidade da água em Campos
18/01/2020 14:15 - Atualizado em 21/01/2020 17:31
Maior município em extensão territorial do Estado do Rio e terceira melhor cidade em sane-amento (água e esgoto) do RJ — de acordo com o independente Instituto Trata Brasil — Campos, com quase meio milhão de habitantes, não tem problemas com a qualidade de água distribuída pela empresa Águas do Paraíba (Grupo Águas do Brasil). No Rio de Janeiro, o governador Wilson Witzel anunciou ontem detalhes sobre como pretende conceder a Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) à iniciativa privada, após o serviço prestado pela empresa receber críticas pelas alterações de odor e paladar, causadas pela presença da substância geosmina na água. O diretor de Saneamento e Grande Operação da companhia, Marcos Chimelli, foi exonerado nesta sexta-feira.
O rígido controle de qualidade da Águas do Paraíba, — reconhecido pela população e órgãos técnicos— é resultado de investimentos de mais de R$ 500 milhões no sistema de saneamento e do conjunto de ações e procedimentos, que exige o completo monitoramento das redes de distribuição — com 1.500 quilômetros de extensão — e dos mananciais afluentes da principal fonte de captação de água da cidade, o rio Paraíba do Sul.
Como explica o gerente de operações, engenheiro Silas de Souza Almeida, para esse controle de redes e mananciais, são realizadas 6 mil análises de amostras de água mensalmente pela empresa, nos sistemas produtores de água do município e em 200 diferentes pontos de distribuição em ruas e bairros da cidade, além de 100 análises mensais realizadas por laboratório independente, credenciado pelo Instituto Estadual de Ambiente (Inea). “Investimentos e controle rígido e permanente, diariamente, permitem garantir a qualidade de água. Mas, isso não basta. É preciso também usar as tecnologias mais avançadas, produtos químicos adequados e diversificadas ações e procedimentos, cujos resultados são auditados e conferidos o ano inteiro pelos órgãos ambientais nas esferas municipal, estadual e federal”, salientou Silas Almeida.
O controle da qualidade da água não é feito apenas na cidade. A empresa Águas do Paraíba tem, além da Eta Coroa – uma das maiores, mais complexas e ecologicamente correta do Rio de Janeiro -- mais 46 sistemas produtores, distribuídos nos 4 milhões de quilômetros quadra-dos do município, que têm 54 poços profundos e abastecem 74 distritos localidades no interior e área rural de Campos.
Morador há 25 anos de Campo Novo, o produtor Aparício Oliveira de Moraes dá o seu testemunho: “Antes todo mundo aqui usava água de cacimba, do subsolo. Com o crescimento da comunidade, esses poços foram contaminados por esgoto. Mas, há um ano e meio, quando entrou a Águas do Paraíba, nossa realidade mudou . Temos água limpa e de excelente qualidade”, afirmou.
O contabilista Otacílio Andrade, que mora na rua Rossini Quintanilha Chagas, no Parque Impe-rial, veio de Casemiro de Abreu para Campos. Chegou em 1991. E lembra que tinha problemas intestinais permanentemente, causados pela má qualidade da água, de acordo com o seu médico. Após a assunção de Águas do Paraíba nos serviços de saneamento da cidade, em 1999, nunca mais teve o problema: “Águas do Paraíba está de parabéns”, declara
É o que, satisfeito, também reconhece outro cliente da empresa, o vendedor Pedro Castillo, residente na rua Joaquim Salles, no IPS, um dos bairros centrais da cidade: “Não tenho o que reclamar. A água é muito boa, não tem nenhuma impureza e a pressão é ótima”.
Complementando essa estrutura, Águas do Paraíba também construiu e está operando oito estações de tratamento de esgoto, que atendem a mais de 90% da área sob a sua responsabilidade para esse serviço. (A.N.)
Witzel fala em concessão da Cedae
O problema da qualidade da água no Rio de Janeiro passou a ser investigado pela Polícia Civil, que ouviu ontem funcionários da Cedae na Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados. O governador levantou a hipótese de que a falha ter sido em razão de interesses contrários ao próprio leilão de concessão. “Por isso, a Polícia Civil está investigando”, disse Witzel por meio de nota.
Em comunicado à imprensa, o governo do estado informou que Witzel se reuniu ontem com representantes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no Palácio Guanabara, sede do governo do estado, e discutiu medidas e prazos para a concessão, que deve ser feita ainda este ano.
A forma de concessão proposta pelo BNDES ainda precisa ser aprovada pela Câmara Metropolitana e por prefeituras do interior do estado, com as quais o governador deve se reunir nos próximos dias. Já o banco começará em fevereiro uma rodada de visitas a investidores no exterior para atrair potenciais interessados.
A substância produzida por algas não traz prejuízos à saúde, mas altera o gosto e o cheiro da água, que ficam semelhantes aos de terra. O caso fez com que a água mineral desaparecesse das prateleiras cariocas e fluminenses.

ÚLTIMAS NOTÍCIAS