Linda Mara há 42 dias foragida
Aldir Sales 18/11/2019 21:58 - Atualizado em 22/11/2019 14:14
Rodrigo Silveira
A ex-vereadora Linda Mara (PTC) completa, hoje, 42 dias foragida da Justiça. Condenada a cinco anos e quatro meses de prisão no regime semiaberto por participação no “escandaloso esquema” de troca de votos por Cheque Cidadão na última eleição municipal, ela é procurada pela Polícia Federal desde o dia 8 de outubro depois que o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) expediu mandados de prisão contra Linda, Thiago Virgílio (PTC) e Kellinho (Pros) após o trânsito e julgado. O advogado João Paulo Granja explicou que o fato da ex-parlamentar não se entregar pode complicar ainda mais sua situação perante a Justiça.
— Linda Mara mostra, de forma inequívoca, o desrespeito à decisão proferida no processo e sua falta de interesse em cumprir de forma espontânea aquilo que foi determinado. Obviamente, como consequência destes atos dela, existe a possibilidade do juiz fixar um regime mais gravoso, com menos liberdade, que seria o regime fechado. Isso só vai piorar sua situação, a não ser que ela se perpetue fugindo da polícia. Isso, obviamente, de acordo com o tempo que ela ficar foragida, pode conduzir a uma prescrição, mas só se ficasse muito tempo foragida. Mas, a princípio, a consequência seria tornar a pena mais gravosa — explicou o advogado.
Após a condenação dos três em segunda instância, a defesa insistiu em novos recursos no TRE, enquanto outro réu na mesma ação penal, o ex-vereador Jorge Rangel (PTB), apelou ao Tribunal Superior Eleitoral.
Todos os condenados criminalmente na operação Chequinho conseguiram habeas corpus com o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), para recorrerem em liberdade até o final dos respectivos processos. No entanto, neste meio tempo entre os recursos no TRE, o presidente da Corte considerou que houve trânsito e julgado e mandou executar as penas de Virgílio, Kellinho e Linda, enquanto a defesa de Rangel ainda recorre no TSE.
O primeiro a se entregar foi Kellinho. Depois do delegado da Polícia Federal Paulo Cassiano convocar uma entrevista coletiva com a imprensa para explicar que os ex-vereadores estavam foragidos, o político do Pros se apresentou na sede da PF, em Campos, no último dia 31 de outubro. Na sequência, a Polícia Militar prendeu Thiago Virgílio em sua própria casa, no Parque Aurora, no dia 3 de novembro.
A sentença contra os três ex-vereadores aponta o cumprimento da pena em regime semiaberto. No entanto, com Linda Mara foragida, Cassiano explicou que pediria ao TRE para que revesse para o regime fechado contra a política do PTC por causa do descumprimento de ordem judicial.
Não é a primeira vez que Linda Mara é considerada foragida. Durante a fase de investigação, a Justiça emitiu mandado de prisão contra a ex-vereadora. Apesar de diligências, a ex-assessora particular da ex-prefeita Rosinha Garotinho foi encontrada apenas cinco dias depois, em Copacabana, no Rio de Janeiro, após uma denúncia anônima.
Na última semana, o trio entrou com novo recurso no STF, que está nas mãos de Lewandowski. Esta é a última oportunidade dos ex-vereadores conseguirem reverter a ordem de prisão depois que o plenário do TSE decidiu pela manutenção do cárcere. 

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