Projeto Polvo pede doação para continuar beneficiando bebês prematuros
Virna Alencar 03/09/2019 15:32 - Atualizado em 09/09/2019 13:41
Projeto Polvo
Projeto Polvo / Divulgação - HPC
O projeto Polvo, que auxilia no tratamento de bebês na UTI Neonatal do Hospital Plantadores de Cana (HPC), em Campos, precisa de linha para confecção dos polvinhos. Segundo a enfermeira chefe do setor, Arilza Machado, por mês, aproximadamente 40 bebês recebem alta e todos saem levando seus polvinhos, mas com a falta de material o projeto social corre risco de ser interrompido. A iniciativa é pioneira no estado do Rio de Janeiro e, nos quase três anos de implementação, atendeu a mais de 1.500 crianças.
Projeto Polvo
Projeto Polvo / Divulgação - HPC
Arilza informou que a quantidade de polvos prontos é suficiente para atender por mais 30 dias. “Precisamos de linhas de crochê 100% algodão, manta siliconada hipoalergênica, que é uma manta que a gente faz o enchimento desses polvinhos, para aceitarem alta temperatura, serem esterilizados sem problema nenhum. Toda vez que divulgamos as necessidades do projeto, a população chega junto, doa muitos materiais, às vezes vêm até novas artesãs; mas, depois, acaba caindo no esquecimento, até mesmo porque as pessoas não têm noção de quanto a gente gasta. Então, precisamos fazer novas campanhas. Toda criança recebe o polvinho, a nossa preocupação é termos que parar com o projeto”, afirmou.
O projeto que acontece no HPC, de forma social e voluntária, segue um modelo adotado na Dinamarca, em 2013. “A gente teve conhecimento dos benefícios que estava trazendo para os bebês internados e solicitamos a autorização da direção do hospital para que pudéssemos estar participando do projeto. No início foi um grupo de São Paulo que deu toda assessoria, para que pudéssemos desenvolver esse trabalho. A gente percebe que realmente auxilia no tratamento do bebê, que acaba ficando mais calmo porque se remete à sensação que tinha dentro do útero na mãe e, quando toca os tentáculos, os sinais vitais dele ficam dentro da normalidade e isso auxilia no tratamento”, finalizou.
Divulgação - HPC
A artesã e atendente de farmácia, Gerusa Xavier, de 54 anos, contou que atualmente cerca de 10 voluntárias trabalham na confecção dos polvos e acabam ficando desmotivadas com a falta de material. Ela está desde o início da implementação do projeto e falou sobre a sua experiência. “Fui encontrada pelo projeto. Sempre quis fazer um trabalho voluntário. Passei por um trauma e, no período, vi, em minha rede social, uma matéria sobre o projeto desenvolvido na Dinamarca. Foi amor a primeira vista. Fui à busca de informações, nunca tinha feito crochê, mas comprei o material e fiz um polvinho. Não sabia o que fazer com ele e, ao chegar ao HPC, uma mãe de bebê prematuro ouviu minha conversa com a recepcionista e falou do desejo de levar a ideia do projeto para o hospital, que foi abraçada. Não conseguimos mais parar de confeccioná-los. Quando o material acaba, ou quando a mão de obra reduz, nossos corações choram”, lamentou.

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