Debate entre candidatos ao Governo do Rio marcado por acusações
Aluysio Abreu Barbosa 19/09/2018 22:13 - Atualizado em 21/09/2018 14:11
Entre o final da tarde e início da noite desta quarta-feira, se deu o debate entre os candidatos a governador do Estado do Rio, promovido pelo SBT. Para quem esperava discussão de propostas, o tempo foi mais tomado pela troca de ataques. A novidade é que o líder nas pesquisas, Eduardo Paes (DEM), dessa vez não foi o único alvo preferencial, por sua ligação com o ex-governador Sérgio Cabral (MDB). Estagnado há um mês nas pesquisas, com várias condenações judiciais, sob ameaça de ser preso pela quarta vez, inelegível e concorrendo por liminar, Anthony Garotinho (PRP) sofreu bastante com as cargas dos adversários.
O político de Campos começou o debate falando de um “assunto terno”, a proteção dos animais, com Tarcísio Motta (Psol), mas prometeu tratar depois de “temas mais duros”. Só que foi obrigado a fazê-lo antes do que esperava. Pouco depois, o ex-juiz federal Wilson Witzel (PSC) perguntou como Garotinho esperava governar o Estado, “tendo uma extensa folha de antecedentes criminais”, citando suas duas mais recentes condenações, por desvio de dinheiro da Saúde e formação de quadrilha armada. O ex-governador sentiu o golpe e passou a trocar acusações de “desequilibrado” com Witzel.
Segundo colocado nas pesquisas e conhecido pelo fraco desempenho nos debates, Romário Faria (Podemos) foi lembrado por Tarcísio de que já havia apoiado Cabral, o senador Aécio Neves (PSDB) e o governador Luiz Fernando Pezão (MDB). E respondeu: “Apoiei e fui enganado como a população. Cansei de ser enganado”. Mas o ex-craque sofreu mais com as perguntas dos jornalistas. Lembrado que é acusado de ocultar patrimônio como iates, mansões e carros de luxo, colocando-os em nome de terceiros, o senador repetiu a desculpa ensaiada: “o dinheiro é meu e eu dou para quem quiser”.
Eduardo Paes também foi imprensado pelos jornalistas. Foi questionado pela prisão do seu ex-secretário de Obras, Alexandre Pinto, pela Lava Jato carioca; além das acusações de improbidade sobre dois ex-secretário de Saúde, Hans Dohmann e Daniel Soranz. O ex-prefeito do Rio lavou as mãos em relação ao primeiro caso, mas defendeu os outros dois acusados. Ele também foi atacado na tabela entre Garotinho e Indio da Costa (PSD), que se repete desde o primeiro debate, feito pela Band em 16 de agosto. Mas atribuiu a aliança dos adversários ao atual prefeito carioca, Marcelo Crivella (PRB), e dispensou pedido de direito de resposta.
Tarcísio voltou a exibir a articulação dos debates anteriores. E encerrou o desta quarta-feira apostando chegar ao segundo turno. Já Márcia Tiburi (PT) quis ironizar a mediadora do debate, Isabela Benito, chamando-a de “animadora”. E foi ironizada de volta, quando a jornalista foi obrigada a interromper duas vezes a candidata. Tiburi foi criticada até pelo equilibrado Pedro Fernandes (PDT), quando mostrou ignorar o que são as receitas variáveis do Estado do Rio.

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