"Sicário: Dia do Soldado" entra em cartaz
27/06/2018 18:24 - Atualizado em 29/06/2018 13:35
Divulgação
Entre os filmes que entram em cartaz nesta quinta-feira (28) nos cinemas de Campos dos Goytacazes, o destaque é para “Sicário: Dia do Soldado”. De acordo com a crítica, esta sequência do excepcional thriller de 2015, “Sicário: Terra de Ninguém”, pode não ter a força de um Denis Villeneuve por trás das câmeras, mas “Sicário: Dia do Soldado” (2018), é definitivamente um filme forte, sobre o peso das ações e suas incontroláveis consequências, e que como poucos atualmente, evoca desesperadamente um terceiro e definitivo capítulo.
Na época em que foi anunciada ao público, esta sequência ao original de Villeneuve parecia desnecessária para a maioria dos fãs do filme de 2015. O fato de que o próprio Villeneuve, a protagonista Emily Blunt e o diretor de fotografia Roger Deakins não retornariam para a continuação e criaram ainda mais desconfiança no público. Mas apesar do ceticismo em torno da produção, os fãs não têm do que reclamar. É simplesmente soberbo. Tenso e arrojado do início ao fim, o filme ainda guarda alguns momentos de partir o coração, além de performances impecáveis de sua dupla de protagonistas, Benicio Del Toro e Josh Brolin.
Em “Dia do Soldado”, o letal “sicário” (ou matador, se preferirem) Alejandro (Del Toro), é novamente recrutado pelo agente federal Matt Graver (Brolin) para sequestrar a filha de um infame chefão das drogas. O plano é usar o sequestro para começar uma guerra entre dois cartéis, e assim eliminar a ambos do mapa. Porém, quando o plano é exposto, Alejandro recebe ordens para matar a garota (Isabela Moner, de “Transformers: O Último Cavaleiro”), mas mesmo um assassino frio e impiedoso como Alejandro não está disposto a eliminar uma criança, e sua recusa ameaça dar início a uma nova e verdadeira carnificina.
O filme é dirigido pelo cineasta italiano Stefano Sollima (da excelente série “Gomorrah”), que tinha a ingrata missão de substituir o excelente Denis Villeneuve na cadeira de diretor. E o italiano não decepciona. Sollima entrega uma sequência que tornou-se extremamente necessária. É claro que a grande força está no roteiro fenomenal (mais um) de Taylor Sheridan, que além de direto e econômico, ainda transmite um insuportável senso de tensão.
O roteiro de Sheridan se aprofunda nos personagens vividos por Brolin e Del Toro de maneira inesperada e, mais uma vez, ambos correspondem com plenitude. Del Toro é a pura competência de sempre, enquanto que Brolin ganha mais espaço nesta sequência com a saída de Blunt, e o ator faz valer cada minuto em cena. Aliás, que ano para este ator; primeiro, encarnou o mega-vilão Thanos em “Vingadores: Guerra Infinita”. Depois, foi o antagonista Cable em “Deadpool 2” e, agora, é mais uma vez protagonista de outro excelente filme, dando dimensão e profundidade a seu Matt Graver.
“Dia do Soldado” pode não trazer o esplendor visual do filme dirigido por Villeneuve, mas o roteiro soberbo de Sheridan e a mão firme de Sollima nunca deixam o filme sequer passar perto de escorregar. Sollima se sai até melhor que Villeneuve no que diz respeito ao trabalho com os atores. Além disso, o filme é extremamente atual. Há pouco de preto e branco na fronteira entre o México e os Estados Unidos, e esta inconstante e perigosa zona cinza é completamente capturada pelo roteiro de Sheridan. Trata-se de um thriller dramático com algo realmente importante a dizer. A jovem Isabela Moner também está ótima na produção, e numa nota mais íntima, o filme é dedicado ao falecido compositor islandês Jóhann Jóhannsson, responsável pelo score musical do primeiro filme. Quem o substitui é seu conterrâneo Hildur Guðnadóttir, que atuou como violoncelista na orquestra do filme original.
“Sicário: Dia do Soldado” é sombrio e perturbador, um produto que amplia e enriquece os elementos narrativos do primeiro filme. Junte a isso as presenças nervosas de Del Toro e Brolin e o resultado é fogo na bomba! Tenso, emocionante e orquestrado de maneira sólida, é uma espécie de “Perigo Real e Imediato” (Clear and Present Danger, 1993) para a nova geração. Porém muito, mas muito mais visceral e empolgante.
Também entra em exibição a animação “Os Incríveis 2”. Permanecem em cartaz “Oito Mulheres e Um Segredo” e “Jurassic World: Reino Ameaçado”. (A.N.) (C.C.F.)

ÚLTIMAS NOTÍCIAS