Situação do antigo Hotel Flávio debatida na primeira reunião do Coppam
Jhonattan Reis 26/06/2018 15:03 - Atualizado em 29/06/2018 13:35
Reunião do Coppam
Reunião do Coppam / Jhonattan Reis
A primeira reunião do Conselho de Preservação do Patrimônio Histórico e Cultural de Campos (Coppam) com a sua nova presidente, a também presidente da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima (FCJOL), Cristina Lima, aconteceu entre a manhã e o início da tarde desta terça-feira (26) e teve a situação do prédio do antigo Hotel Flávio (imóvel localizado na rua Carlos de Lacerda, 46, no Centro de Campos) como principal pauta. O imóvel e regiões próximas a ele foram interditados, ainda nesta manhã, devido ao risco de novo desabamento. Na reunião, que aconteceu na sede do órgão, foi definido que a família responsável pelo prédio do antigo Hotel Flávio encaminhará um ofício ao Coppam para depois o órgão definir os próximos passos.
Um amigo da família proprietária do imóvel, que é arquiteto e urbanista, esteve presente na reunião e solicitou que fosse definido se poderia haver autorização para que o prédio, que é tombado, seja demolido parcial ou totalmente. “A fachada ainda pode ser estabilizada, mas o interior do prédio está ruindo e, ainda, ameaçando a estrutura dos prédios vizinhos. Nosso ponto de vista é que se acabe com a ameaça dos patrimônios dos vizinhos. Então, a gente gostaria de derrubar o que está ruindo, que é o interior, e manter a fachada”, falou ele, que preferiu não ter a identidade divulgada. Também informou que os proprietários, que moram no Rio de Janeiro, estariam vindo para Campos em busca de resolver a situação.
Jonatha Lilargem
Depois disso, foi definido que a família precisaria encaminhar um ofício ao Coppam, ainda nesta terça, fazendo a solicitação, por escrito, para depois o órgão definir uma resposta.
— A gente está tentando colaborar com a questão do Hotel Flávio, no sentido de preservar as vidas das pessoas e os riscos, mas sabendo, a todo o momento, que a responsabilidade não é da Prefeitura, e sim dos proprietários do imóvel. Porém, como um órgão público, temos que zelar pela integridade de todos os munícipes, e é assim que sentimos a obrigação de colaborar neste momento. A partir desse documento, enviado pelos donos do imóvel ainda hoje (terça), o Coppam verá o que pode agilizar para minorar os danos em relação a essa urgência e teremos os próximos passos — disse Cristina Lima.
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O coordenador de Defesa Civil, major Edison Pessanha, também esteve presente e comentou:
— A gente vem recebendo várias denúncias sobre a estrutura desse prédio, desde semana passada. Uma parte dos barrotes já havia caído e, no domingo, houve maior desabamento. Nós, da Defesa Civil, fizemos a parte que nos compete, que era isolar o lugar e verificar a estrutura. Terminamos de isolar a área, hoje (terça) de madrugada, por período indeterminado. Também solicitamos a colocação de tapumes no local.
O subprocurador Geral do Município, Paolo Pereira, confirmou que o imóvel não pertence à Prefeitura. Também estiveram presentes na reunião representantes de imóveis vizinhos que precisaram ser completa ou parcialmente interditados por conta dos riscos em relação à estrutura do prédio do antigo Hotel Flávio.
Ainda na reunião, Cristina Lima apontou que haverá reunião do Conselho toda terça-feira, às 10h, sendo que, em caso de eventuais necessidades, haverá reuniões extraordinárias. De acordo com a presidente do Coppam, não houve representante da Câmara Municipal na reunião de desta terça.
Outros assuntos — A reforma do Palácio da Cultura também foi pauta da reunião. Cristina Lima apontou a possibilidade de a Prefeitura receber verba federal no valor de R$ 1,5 milhão para destinar à reforma do espaço cultural. Porém, a verba não pode ser destinada a um local tombado. Ela sugeriu, então, a proposta de destombamento do Palácio da Cultura para a Prefeitura poder aceitar a verba e, depois, promover o tombamento novamente. A questão dividiu opiniões.
O vice-presidente da Associação de Imprensa Campista (AIC), Vitor Menezes, foi um dos presentes contrários à medida.
— Destombar um patrimônio é uma coisa muito sério. Sugiro que a Prefeitura encontre outras formas para fazer isso, porque tomar essa atitude seria um péssimo exemplo.
Um dos favoráveis foi o secretário municipal de Educação, Cultura e Esporte, Brand Arenari: — Num momento de profunda escassez, a gente não deveria deixar de fazer esse movimento para que esse recurso chegue e a gente possa reformar o Palácio. A opção que temos hoje é: ou a gente faz isso ou o prédio se deteriorará. Não estou fazendo uma defesa completa do destombamento, mas, se existe a possibilidade, devemos pensar nisso.
Após debate sobre a questão, Cristina Lima comentou: — Essa situação vai ser melhor assimilada e a gente vai buscar dados sobre o tombamento, sobre quanto falta para recuperar o prédio, sobre a proposta da verba, como ela viria e se a Prefeitura está apta a recebê-la.
O assunto será debatido nas próximas reuniões.
A terceira pauta da reunião foi sobre a ocupação do espaço do Centro Cultural Olavo Cardoso por uma escola particular.
— Sobre isso, não decidimos nada, porque ainda estamos vendo a questão a nível de intenção, já que não há nada de concreto. O fato de o Olavo (Cardoso) ter sido mudado, por lei, de museu para centro cultural é uma coisa que o nosso jurídico, da Prefeitura, vai se aprofundar — falou a presidente do Coppam.
Nova presidência — A nova composição do Coppam, segundo a Prefeitura, visa tornar mais efetiva a atividade do órgão, que conta com sete representantes do poder público e outros sete da sociedade civil.
 
 

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