Gabriel Torres
03/05/2025 08:41 - Atualizado em 03/05/2025 08:47
Fábio Ribeiro no Folha no Ar
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Genilson Pessanha
"Pode ser prenúncio de uma união sim, por que não?". A frase é do vereador Fábio Ribeiro (PP) sobre a Federação entre seu partido e o União Brasil, lançada na terça-feira (29). A aliança coloca lado a lado os adversários políticos Rodrigo Bacellar e Wladimir Garotinho, presidente da Alerj e prefeito de Campos. Na Câmara, enquanto a maioria dos parlamentares prefere não comentar, Fábio cogitou uma união visando o governo do Estado em 2026.
Enquanto alguns vereadores do PP adotam cautela ao comentar a Federação e aguardam maiores informações do prefeito Wladimir Garotinho, há quem fale na possibilidade de uma aliança entre os dois grupos políticos, pelo menos visando a eleição para governador em 2026.
O vereador Fábio Ribeiro comentou a possibilidade de composição. "A gente fica muito esperançoso. Porque é falar das duas maiores forças políticas de Campos caminharem juntas, por exemplo. Rodrigo Bacellar, presidente da Alerj, e Wladimir Garotinho, que é o prefeito do maior município do estado. Então, isso pode ser prenúncio de uma união sim, por que não?", afirmou.
Para Fábio Ribeiro, Bacellar precisa do apoio do prefeito de Campos na futura disputa ao governo estadual. "O Eduardo Paes, que não tem o interior, e o Rodrigo Bacellar, que apesar de ter o interior, precisa de ajuda. Ele precisa, vamos dizer assim, de complemento eleitoral. E isso o Wladimir pode trazer", disse o vereador.
O vereador Marquinho Bacellar, presidente do União Brasil em Campos, foi procurado pela equipe de reportagem, mas não retornou até o fechamento desta matéria.
Na Câmara de Campos, a Federação terá nove parlamentares: sete do Progressistas, que são base do governo, e dois do União Brasil, de oposição. Além da direção estadual, os partidos terão que definir o comando em cada município. Nesse arranjo, base e oposição vão precisar se acomodar no mesmo guarda-chuva partidário.
Os vereadores das duas legendas continuam base e oposição, já que os partidos seguem com certa independência e são obrigados a atuar juntos apenas nas eleições. A necessidade de consenso deve acontecer na montagem de nominata para as eleições proporcionais, como deputado e vereador.
No estado do Rio, o comando da aliança será dividido entre os presidentes estaduais dos dois partidos, o deputado federal Doutor Luizinho (PP) e o presidente da Alerj Rodrigo Bacellar (União). Doutor Luizinho já afirmou que vê Bacellar com condições de ser o candidato da Federação, embora o assunto ainda precise ser discutido.
Federação
A aliança tem a maior bancada da Câmara com 109 deputados. No Senado, empata com o PL e PSD com 14 senadores. Além de contar com seis governadores e 1350 prefeitos. No Norte Fluminense, o União Brasil tem as prefeitas Carla Caputi (São João da Barra) e Geane Vincler (Cardoso Moreira), enquanto o Progressistas tem Wladimir Garotinho (Campos) e Marcelo Batista (Quissamã).
O lançamento da aliança aconteceu após meses de negociações entre os presidentes do União, Antonio Rueda, e do PP, Ciro Nogueira. Ambos farão uma co-presidência da federação até o final deste ano. Em janeiro de 2026, um novo presidente deve ser escolhido pelo grupo.
No manifesto político com as posições da Federação são feitas crítica as gestões do Partido dos Trabalhadores e citado como positivo o Plano Real, do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Há ainda a defesa da diminuição do papel do Estado na economia.
Segundo a legislação eleitoral, o modelo de federação impõe aos partidos um tipo de parceria que deve durar no mínimo quatro anos, diferente da coligação, quando a combinação se dá apenas durante as eleições.
As legendas ficam obrigadas a atuarem juntas em disputas majoritárias, a presidente, governador e prefeito. As legendas terão direito a R$ 953 milhões do fundo eleitoral, a maior fatia, em números de 2024 que serão atualizados.