Enilson Mendes, o saudoso Jaburu, muito ligado ao samba e ao futebol (foi um torcedor apaixonado do Goytacaz), integrou, por anos, os quadros da Polícia Militar em Campos, atuando no policiamento do trânsito. Mas, reza a lenda, Jaburu, durante todo o tempo que serviu à PM, jamais multou alguém. No histórico de atuação de Jaburu, há uma abordagem que foi testemunhada por José Francisco Maciel. O relato é divertido: "Jaburu, encarregado do trânsito na Praça do Santíssimo Salvador e adjacências, passava, de vez em quando, pelo “Ao Gato Preto”, um barzinho que funcionava na Rua 21 de Abril. Ia cumprimentar o proprietário José Psiu. Numa dessas idas ao bar, Jaburu deu com um carro que ia subindo a 21 de Abril, na época com a mão ocorrendo pela descida ao lado dos Correios. De pronto, Jaburu, dando um apito estridente, para o veículo infrator. Todos no bar ficam atentos para ver aplicação da primeira multa por parte de Jaburu. Diálogo que segue: — O senhor está na contramão. Os documentos, por favor! — Sinto muito, policial. Mas acabo de chegar a Campos para assumir a gerência do Bradesco. Sou de São Paulo e esqueci os meus documentos na agência. — Vou ter que multá-lo — Tudo bem. Mas sou de uma família íntegra. — Família? Eu conheço todas as mais importantes de Campos. E qual é a família do senhor? — Strambi. Era Adolfo Strambi, um gerente de banco que atuou em Campos por muitos anos na década de 70. Jaburu, com o talão de multa na mão, coçou a cabeça e disse para o motorista infrator: — O senhor está liberado, mas preste atenção no trânsito da nossa cidade. Nisso, um dos bebuns grita da porta do bar. — Pô, Jaburu! Perdeu de fazer a primeira multa na sua carreira. O que aconteceu? E Jaburu, mandando Strambi embora, voltou para o bar e justificou o motivo pelo qual não aplicou a multa: — Só aprendi português até a letra “L”. Como é que eu ia escrever “Strabei” na multa. Qualquer advogadinho ia cancelá-la".