DAS ligados a Maicon Cruz pedem exoneração em meio à polêmica com secretário
21/01/2022 16:36 - Atualizado em 21/01/2022 16:58
Maicon Cruz
Maicon Cruz / Divulgação
Contratados em DAS na Prefeitura de Campos ligados ao vereador Maicon Cruz (PSC) pediram exoneração de seus cargos nesta sexta-feira (21). Este é mais um episódio da tensão entre o governo e parte da base aliada na Câmara. O ex-vereador Thiago Virgílio postou um vídeo nas redes sociais onde Maicon diz que é independente e usou palavrões para criticar a postura do parlamentar e foi seguido pelo seu primo, o vereador licenciado e secretário municipal de Governo Juninho Virgílio: “Pra falar que é independente, tem que entregar os cargos que tem no Executivo”.
Desde o final do ano passado, Maicon tem criticado a atuação do secretário de Educação Marcelo Feres e feito cobranças públicas, inclusive na tribuna da Câmara. O vereador defendeu que sempre teve postura independente no Legislativo e afirmou que “pouco se importa” para o que o secretário de Governo pensa.
“O que o governo e o secretário pensam, pouco me importa. Não sou capacho de governo e o governo que fique à vontade para fazer o que quiser com os cargos. Nada disso vai, de forma alguma, intervir no meu mandato. Eu sou independente, fui eleito assim e continuarei sendo, para pode criticar o que tiver de ser criticado. Não serei conivente por causa de cargos, não vou ser adepto dessa política do toma lá, dá cá”.
Nas redes sociais, Thiago Virgílio postou um vídeo onde Maicon aparece falando com pessoas na rua que ele é um vereador independente. A reação do ex-vereador foi explosiva. “Independente de c* é r***! Que independente você é? Recebeu ‘apoio’ do nosso grupo na sua campanha. Agora cospe no prato que comeu. Seus ‘amiguinhos’ tudo (sic) empregados no governo municipal e você quer dizer que é independente? As ‘costas quentes’ que você tem dentro do grupo é o presidente da Câmara, Fábio Ribeiro. Então você entrega os cargos no Executivo e coloca aí no Legislativo”.
Nos comentários do post, Juninho Virgílio endossou as palavras do primo. “Concordo plenamente, pitbull! Para falar que é independente, tem que entregar os cargos que tem no Executivo”.
Sobre as palavras de Thiago, o vereador lembrou indiretamente do histórico de condenação da operação Chequinho. “Não vou descer ao nível que ele levou, olha o histórico político dele. A população espera e merece mais de nossos políticos”.
Maicon ainda relatou que não conversou com o prefeito Wladimir Garotinho. “Não tenho nada para falar com ele. Não sei se ele tem algo para falar comigo”. E completou falando que a decisão de exoneração não foi unilateral.
—Reunimos o grupo e expus a situação. Eles também estavam insatisfeitos porque estavam sendo talhados em suas autonomias dentro do trabalho pelo secretário Marcelo Feres e entramos no consenso.
Entre maio e junho do ano passado, durante as discussões do polêmico projeto de reforma no Código Tributário, aconteceu o primeiro racha na base de Wladimir na Câmara. Inicialmente, 23 dos 25 vereadores eleitos compunham o grupo, mas com a proposta de um pacote de 13 medidas de austeridade, Anderson de Matos (Republicanos), Helinho Nahim (PTC), Igor Pereira (SD), Nildo Cardoso (PSL) e Rogério Matoso (DEM) se debelaram e deixaram a situação.
Ao todo, 12 dos 13 projetos foram aprovados e ficou faltando a alteração no Código Tributário. Foi quando Fred Machado (Cidadania), Bruno Vianna (PSL) e Raphael Thuin (PTB) também se posicionaram contrários e o texto nunca chegou a ser votado. Em todas as fases, vereadores que deixaram a base e tinham indicações no governo acabaram com elas exoneradas. Thiago Rangel (Pros) também ensaiou um desembarque aos governistas, mas acabou recuando.

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