Campos recebe R$ 38,8 milhões em royalties
18/08/2021 07:11 - Atualizado em 20/08/2021 16:39
Os royalties do petróleo e gás entraram nos cofres dos municípios produtores mais cedo neste mês de agosto. Nessa quarta-feira (18) foram pagos os valores referentes à produção de junho, que sofreram redução para todas as cidades da região. Campos, cujo depósito foi de R$ 38.852.695,67, registrou uma queda de 4,2% em comparação ao mês anterior, quando foram repassados R$ 40.562.956, e uma alta de 61,6% sobre o pagamento de agosto do ano passado (R$ 24.039.318). Em oito meses de 2021, o município já recebeu R$ 356.491.394,80 em royalties e participação especial, valor 23% maior que o repassado em todo o ano passado (R$ 289.896.109,76).
Para São João da Barra foram pagos R$ 13.655.405, valor 2,4% menor que o depositado em julho (R$ 13.986.074) e 78,7% maior que o repassado no mesmo mês de 2020 (R$ 7.639.855).
Entre os municípios do Norte Fluminense, Quissamã foi o que registrou a maior queda, de 9,9%, neste mês, quando recebeu R$ 16.673.513,84, em comparação com o repasse de julho (R$ 18.501.559). Em agosto de 2020, o município recebeu R$ 9.008.523, valor 85% maior que o depósito mais recente.
O repasse feito nessa quarta-feira a Carapebus foi de R$ 5.806.789,30, enquanto no mês passado o município recebeu R$ 5.911.040, o que representa uma redução de 1,8%. Em relação a agosto do ano anterior (R$ 3.305.239), houve uma alta de 75,7%.
Macaé é o município que recebe os maiores valores de royalties na região e foi o que registrou a menor queda neste mês. Nessa quarta, foram pagos R$ 80.866.637,91, 1,4% a menos que em julho
(R$ 82.030.024) e 73,8% a mais que em agosto do ano passado (R$ 46.516.519).
 
 
— Eis o motivo que tanto prezo aos administradores municipais quanto à receita dos royalties do petróleo. A sua volatilidade em virtude das variáveis de cálculo torna essa receita por demais inconstantes. Este mês é um clássico exemplo, onde, conforme os gráficos, tivemos uma alta nos preços do petróleo internacional padrão comercial Brent, ultrapassando os US$ 75 no mês de junho, que é a referência para este repasse e uma leve queda no câmbio, que deixou nossa moeda cair de R$ 5,22 a chegar a ser cotada a R$ 4,90 no mesmo mês. O que impactou mais foi a produção na Bacia de Campos, que atingiu seu menor patamar em 10 anos. A região que já foi responsável por 80% da produção no país tem perdido espaço para a Bacia de Santos, onde está a maior parte dos campos do pré-sal. A bacia em junho teve uma grande queda na produção, de acordo com dados divulgados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A produção média de petróleo da bacia foi de 719,37 mil barris por dia (bpd) no mês passado, 30 mil barris diários a menos do que o registrado em março deste ano, 749,35 mil bpd, o pior desempenho até então. Somados petróleo e gás natural, a produção média diária na região, em junho, foi de 805,9 mil barris de óleo equivalente (boe/d). Entre as petroleiras, a Petrobras, maior operadora na bacia, foi a principal responsável por essa retração, segundo os dados da ANP. A produção da estatal, em junho, foi de 613,3 mil bpd, volume inferior aos 666,5 mil bpd registrados em março. Já as demais petrolíferas atingiram juntas, no mês, o maior volume de produção do ano, de 106,04 mil barris diários. A produção da Petrobras na Bacia de Campos está caindo, sucessivamente, desde que grande parcela dos investimentos da Petrobras migrou para a Bacia de Santos. Os campos do pós-sal da Bacia de Campos estão em fase madura e fase de investimento para recuperação e ampliação do seu fator de recuperação, visando maior produção e para que voltem a ter a magnitude do passado. A Petrobras produz, atualmente, na Bacia de Campos, 710 mil boe por dia, no pós-sal e pré-sal, o que representa 25% da produção nacional. A empresa vem focando em ativos com potencial para gerar mais valor no médio e no longo prazos e repassando campos com baixa produtividade para outros petroleiras menores como parte do seu plano de desinvestimento e mantém ativos fortes e investimentos para o complexo de Marlim, Albacora e Roncador. Acompanhar os movimentos da demanda petrolífera internacional por conta da pandemia, questões políticas internas e manter a cautela nos gastos desta importante receita para São João da Barra e toda região. Sigamos com o foco no combate ao SARS -COV-2 19, que tem deixado tantas famílias e toda sociedade enlutados por pessoas e personalidades queridas e importantes, como o querido Dr. Marcelo Lessa. Sigamos na luta pela democracia e atentos à administração desses recursos com seriedade — ressaltou o consultor de Petróleo, Gás e Tecnologia Wellington Abreu.

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