Professora Natália propõe rever contratos com fornecedoras de serviços e reservar 3% do orçamento para a assistência social
09/10/2020 07:58 - Atualizado em 09/10/2020 11:32
Entrevistada desta sexta-feira (9) no Folha no Ar, da Folha FM 98,3, a candidata a prefeita de Campos Professora Natália (Psol) apresentou como uma das suas principais propostas a de rever contratos com empresas fornecedoras de serviços ao município, como iluminação, limpeza pública e água e esgoto. Economias nestas áreas, como em outras, poderiam possibilitar, segundo ela, a retomada de programas sociais.
— Os empresários nunca vão dizer que recebem demais do estado ou que se gasta demais com as contratações municipais, mas se gasta. Um exemplo: só com iluminação pública e limpeza pública, o município gasta R$ 280 milhões/ano. É possível rever isso? Com certeza. A gente vai fazer? Com certeza. Existem prioridades, e existem formas de pensar o orçamento. Uma forma que exclui pobres do orçamento, e uma forma que inclui pobres no orçamento. O que a gente pode afirmar com toda a convicção é que a gente vai priorizar e focar as nossas políticas e as nossas ações nos pobres — afirmou Professora Natália.
— Quando a gente faz o estudo do orçamento, a gente vê que o município terceiriza muita coisa que ele poderia desenvolver. Por exemplo: a empresa Vital consome um grande quantitativo também dentro do orçamento. Por que não fechar parcerias e contratos diretos com as cooperativas populares de catadores de materiais recicláveis? Essa é uma proposta do nosso governo. Eles sabem fazer a coleta seletiva — sugeriu. — (Vislumbro uma) revisão com a Águas do Paraíba. É um contrato muito caro, e a gente não consegue entender, observando a qualidade do serviço que é prestado à população, porque é que a gente paga uma água tão cara no nosso município — pontuou Natália.
De acordo com a candidata, a proposta de renegociação dos contratos tem como objetivo desafogar os gastos públicos e priorizar o investimento em outras áreas. "A revisão do contrato com a Águas do Paraíba... A gente está dizendo que ele vai ser cancelado, suspenso? Não. A gente está dizendo que vai analisar o contrato, quanto se paga e quanto poderia pagar, tentando reduzir, obviamente, os custos desse gastos para a população e dentro do orçamento, aliviando um pouco essas contas, que estão sobrecarregadas demais com trabalhos que, às vezes, o município poderia fazer, mas não faz", disse ela. "O que a gente sabe é que precisa desafogar. De iluminação e limpeza, são R$ 280 milhões anuais na contratação. É preciso rever isso e negociar? É. A gente vai retirar a Vital? Não, não dá para fazer isso. A gente pode pensar em outras empresas a menores custos? Talvez. Isso são coisas que não estão fechadas. O que está fechado é que a gente precisa rever os contratos e reduzir onde pode ser reduzido. Obviamente, o que a gente está falando é que o nosso governo não vai reduzir da boca da população mais pobre. A prioridade é a população pobre", acrescentou.
Natália disse ainda que um dos seus objetivos, caso seja eleita, é garantir 3% do orçamento para a reativação e implementação de programas sociais como o Cheque Cidadão, a Passagem Social e o Restaurante Popular.
— O orçamento para assistência social nunca alcançou 2%. Nem nas épocas de maiores pujanças financeiras. Isso significa que a gente não tem prioridade efetiva nos pobres — afirmou a candidata. — Por que não pensar 3% do orçamento para a assistência? Isso não é inviável, é o mínimo que se pode fornecer para a assistência — disse ela, citando a realocação de equipamentos atualmente em prédios alugados para imóveis cedidos e tributação de IPTU progressivo como possíveis formas de aliviar o orçamento. — Tenho convicção que pensar 3% para a assistência, num orçamento de R$ 1 bilhão e 600 mil, R$ 1 bilhão e 700 mil, não é muito. É possível, se a gente pensar 3% para a assistência, retornar esses programas e ainda abrir um Restaurante Popular em Guarus — comentou.
O projeto de revisar os gastos, de acordo com Natália, passaria pelo próprio salário de prefeita. "É proposta reduzir o salário do prefeito, porque aí escalona com os outros salários e reduz a folha de pagamento. Por que não? Vamos pensar isso", idealizou.
Se os programas sociais estão entre as prioridades, a ampliação dos Centros Municipais de Educação Integrais (Cemeis) é vista com bons olhos, mas considerada inviável num primeiro momento.
— A gente não tem, ainda, no nosso programa, previsto o estabelecimento das escolas integrais. Eu acredito no projeto da escola integral, o Psol e a UP também acreditam, mas a gente não sabe se isso vai ser viável agora, porque você aumenta o número de funcionários também, precisa aumentar a estrutura em alguma medida. E aí você tem uma escola em tempo integral, que é uma escola modelo. É importante observar as experiências também dessas escolas e ver como elas vão se estruturar, para replicar ou não, dependendo também da arrecadação municipal e do quanto a gente possa investir nesse sentido — enfatizou Natália. —A gente quer fazer, mas não é possível neste momento para garantir a todas as escolas. A gente tem essa consciência. Então, a gente guarda esse projeto para pensar futuramente, se a gente consegue aumentar essa arrecadação e, aí sim, replicar esse modelo para outras escolas.
Confira a entrevista:
 
 
 
 

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