Centro Cultural Marcelo Sampaio homenageia Delcio Carvalho
Matheus Berriel 07/11/2019 19:37 - Atualizado em 11/11/2019 15:23
Nesta sexta-feira (08), o samba terá destaque na programação do terceiro Festival Doces Palavras (FDP!). Será realizado no Centro Cultural Marcelo Sampaio, a partir de 19h, um bate-papo sobre o Carnaval campista e seus poetas. Em seguida haverá um sarau em homenagem ao saudoso compositor campista Delcio Carvalho, que teria completado em março 80 anos de vida. Marcada para as 21h, a atração terá sucessos de Delcio interpretados por Morett Rosa e Marianna Goret, com pontuações históricas do professor e pesquisador Marcelo Sampaio. Entrada gratuita.
No repertório do sarau, sucessos como “Alvorecer”, “Minha Verdade”, “Sonho Meu”e “Acreditar”, todos compostos por Delcio Carvalho em parceria com Dona Ivone Lara. Também serão cantadas as músicas “Minha Infância”, parceria póstuma com o também campista Wilson Batista; “Vendaval da Vida”, assinada pelo homenageado junto a Noca da Portela; “Velha Cicatriz” e “Esperanças Perdidas” , parcerias de Delcio com Ivor Lancelotti e Adeílton Alves de Souza, respectivamente.
A mesa temática que antecede o sarau, mediada por Marcelo Sampaio, contará com participação dos compositores Toninho Shita e Fábio Guilherme, debatendo temas como o ingresso no meio dos compositores, as mudanças de data do Carnaval em Campos, a inserção de sambas escritos por autores de fora em agremiações campistas, entre outros.
— Eu nunca fui mediador. Tenho alguns amigos que dizem ser difícil conviver comigo, porque tenho opinião sobre tudo. E mediador é o contrário, tem que mediar as opiniões. Mas, eu vou, com certeza, com a minha sagacidade, provocar muito um compositor da antiga geração, o mais vitorioso compositor de sambas-enredos do Carnaval de Campos, que é Toninho Shita, e um compositor que não é tão novo na idade, mas é considerado da nova geração dos campistas, o Fábio Guilherme, que também já teve sambas emplacados em agremiações — afirmou Marcelo Sampaio. — Não quero deixá-los numa zona de conforto para parecer conversa de comadre. Eles vão vir aqui para exporem suas opiniões. Não vêm a passeio, vão trabalhar — pontuou.
O evento que integra a programação do FDP! também marcará a comemoração pelos cinco anos de existência do Centro Cultural Marcelo Sampaio, que funciona na casa do professor e pesquisador, à rua Antônio Félix de Miranda, 66, no Centro. Com a proposta de preservar a memória artístico-cultural de Campos e região, o espaço é inspirado no Instituto Cravo Albin, sediado no bairro carioca da Urca.
— Sempre fiz ensaios de teatro, ensaios de apresentações musicais aqui. Minha casa sempre foi uma efervescência do ponto de vista artístico-cultural. Mas, em 2014, quando eu fiz 50 anos, resolvi institucionalizar, no sentido de criar um centro que tem sua diretoria executiva, seu conselho consultivo, tem também uma vasta gama de atividades. Já fizemos muitos eventos aqui, trouxemos pessoas como Aluísio Machado, Jorginho do Império, a Barbara Alejandra, que é uma fotógrafa premiada na avenida Marquês de Sapucaí, no Carnaval do Rio de Janeiro. Todas essas atividades que já aconteceram aqui depois que virou Centro Cultural Marcelo Sampaio, nós vamos mostrar no telão que chamamos de ”projeções sampaianas” — disse o realizador do evento e proprietário do único espaço não público a já ter recebido uma reunião do Conselho Municipal de Cultura:
— Sou conselheiro titular da câmara de cultura popular, e teve uma reunião aqui, porque tanto o Trianon quanto o Museu Histórico, onde nos reunimos, estavam ocupados. Fico muito orgulhoso disso — pontuou Marcelo Sampaio.
Durante o evento desta sexta, ficarão expostos objetos doados para o Centro Cultural Marcelo Sampaio, além de uma coleção de quadros do artista plástico Fernando Luiz Neves com obras relacionadas a religiões de matriz africana.
— Tem, por exemplo, o “Exu Caveira”, “Ogum”, o erê “Menino Alado”, tem “A Voz do Feminino”... Na verdade, as pessoas vão encontrar total sintonia sobre o que eu costumo falar nas minhas palestras, nas minhas aulas, em todas as minhas intervenções públicas, com o que ele está retratando. E não foi nada combinado. São trabalhos lindíssimos de tinta acrílica sobre telas de 1m70 de altura por 1m de largura — explicou Marcelo.

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