Remédios para Curar ou para Adoecer?
29/11/2018 01:48 - Atualizado em 29/11/2018 01:56
Por Patrícia Arraes*
 
Morrem 72% da população brasileira por doenças crônicas não transmissíveis. Diabetes, hipertensão, doenças coronarianas, pulmonares, câncer.
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Em paralelo, estamos tentando mostrar o quanto a indústria do adoecimento faz com que tudo pareça tão comum. Indivíduos jovens vão a médicos e de lá já saem com medicações de uso eterno. Hipertensão, pré diabetes, depressão.
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Sou da época que donos de postos de gasolina eram "os ricos" e logo, aquele negócio nunca entraria em falência. Mas agora por onde ando vejo postos e mais postos com localização privilegiada, em grandes esquinas, dando lugar à farmácias! Megalojões com estacionamento na porta, ar condicionado, conforto, chocolates, chicletes, cremes, shampoos e remédios. 
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Como em uma loja comum, clientes vão às compras com suas cestinhas e fazem desse ato uma normalidade. As cabeceiras das camas vão se enchendo de remédios para isso e para aquilo. Um que não faz mais efeito, substituído por outro ou, somado a um terceiro e por aí vai...
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"Vai" para um lugar onde não existe a crítica: -- eu preciso mesmo disso? É normal tomarmos tanto remédio? O que eu poderia ter feito para não aceitar ou mudar essa situação?
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A expectativa de vida dos brasileiros tem aumentado, em média 76 anos aproximadamente, mas com que qualidade de vida o brasileiro chegará até lá?
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Tem sol lá fora, uma infinidade de "comida de verdade" a nossa disposição e, sim (!) são mais baratas que uma pizza gigante e uma coca-cola. Temos água à vontade, gengibre, limão, chás.
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Mas o sabor nos pega! A vida social e o COMERmorar nos engana. As horas olhando um celular com corpos talhados e dos sonhos nos faz desistir de um ideal que nós mesmos criamos, aí é mais fácil se entregar e, tomar um remedinho pra pressão, pra dormir, pra fazer xixi e pronto.
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Culpamos a genética embora a gente já saiba que nosso garfo pode influenciar diretamente nela. Culpamos o marido ou a esposa, a vizinha, a sogra. E enquanto isso, o empresário da farmácia ao final do dia, sorri.
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Tipo clichê da internet, apenas pare! Olhe para a sua cabeceira e pense se é isso mesmo o que deseja pra você.
Reflita e dê para as suas células o que elas merecem.
* Nutricionista e palestrante 

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