Paulo Melo aponta para governador
28/11/2018 22:42 - Atualizado em 29/11/2018 19:40
O deputado estadual e ex-presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) Paulo Melo (MDB) disse, em depoimento à Polícia Federal na última terça-feira, que o governador Luiz Fernando Pezão (MDB) procurou deputados para que eles indicassem cargos no governo, em especial no Departamento de Trânsito do Estado do Rio de Janeiro (Detran). A informação foi publicada pelo jornalista Antônio Werneck no site do jornal O Globo.
Além de Melo, o seu sucessor na presidência da Alerj, Jorge Picciani (MDB), e o então líder do governo na Casa, Edson Albertassi (MDB), foram presos em novembro do ano passado na operação Cadeia Velha, acusados de receberem propina para favorecer empresários do transporte.
Durante as buscas, foi apreendido um computador de Albertassi onde os policiais federais encontraram uma planilha que indicavam o loteamento de cargos no Detran. No último dia 8 de novembro, a PF e o Ministério Público Federal (MPF) desencadearam a operação Furna da Onça, um desdobramento da Cadeia Velha, onde foram emitidos mandados de prisão contra dez deputados estaduais, entre eles, Melo, Picciani e Albertassi.
Todos são acusados de receberem “mensalinhos” de até R$ 200 mil e lotearem politicamente cargos do Detran. Também foram presos o secretário de Governo, Affonso Monnerat, o presidente do Detran, Leonardo Jacob, e seu antecessor no cargo, o deputado federal eleito Vinícius Farah (MDB), e assessores da Alerj.
Paulo Melo também admitiu durante seu depoimento que fez indicações, revelando que um dos nomes foi o de Carla Adriana Pereira, diretora de Registro do Detran, suspeita de ser uma das operadores do esquema de loteamento do órgão. Ela foi uma das pessoas que tiveram a prisão decretada durante a operação Furna da Onça.
A assessoria do governador informou em nota que “a eficiência de um governo democrático depende também da sua estabilidade política, sem, no entanto, que essa estabilidade se ampare em fisiologismos ou benefício pessoal”, diz um trecho. “O governador jamais tomou a atitude citada e sempre agiu sem fisiologismos ou benefício próprio, tendo como premissa o diálogo, sem cometer, ao priorizar o diálogo, qualquer crime, sempre na busca da melhoria de qualidade do atendimento à população” prossegue. O texto termina afirmando: “Todos os servidores que cometem crimes devem ser punidos na forma da lei”. (A.N.) (A.S.)

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