Sesc abre mostra sobre jongo e capoeira
28/02/2018 18:08 - Atualizado em 02/03/2018 15:27
Divulgação
O Sesc Campos exibe a partir desta quinta-feira (1º) a exposição fotográfica “Nas Rodas da Vida — O Jongo e a Capoeira”. A mostra, que se estende até o dia 29 de abril, reúne 24 imagens ampliadas clicadas pelos fotógrafos Edu Monteiro e Alcino Giandinoto em locais de celebração das duas manifestações artísticas, reconhecidas como patrimônios imateriais brasileiros.
Gaúcho radicado no Rio de Janeiro, o pesquisador e capoeirista Edu Monteiro registra há muitos anos rodas de capoeira. Já o italiano Alcino Giandinoto, um apaixonado pela cultura afro-brasileira, capta suas imagens no Jongo da Serrinha, grupo do bairro de Madureira dedicado à preservação da memória do Jongo.
O resultado desse trabalho pode ser visto na exposição do Sesc Campos, cuja curadoria é de Heloisa Alves e Blonsom Faria. Os curadores consideram que as imagens dos fotógrafos têm em comum impressões bem particulares sobre a duas manifestações culturais:
“As imagens são subjetivas e vão muito além do Jongo e da Capoeira. Elas trazem o olhar dos fotógrafos sobre o movimento, sobre os detalhes dos corpos em movimento e do ambiente”, observa Heloisa.
Capoeira na região
O jongo e a capoeira estão presentes em duas regiões onde há unidades do Sesc RJ: Madureira, zona norte do Rio, e Campos, norte fluminense. Ambas foram regiões de cultivo e/ou beneficiamento do açúcar, no período colonial, atividades que demandavam muita mão de obra, na época representada pelos homens e mulheres escravizados, que com eles trouxeram sua cultura.
O jongo, mantido vivo por núcleos familiares de afro-brasileiros ao longo dos séculos, em 2005, obteve o reconhecimento internacional como patrimônio imaterial brasileiro. Em Madureira, o Jongo da Serrinha e, em Quissamã, município vizinho a Campos, o Jongo Tambores de Machadinha são referência da história de resistência e difusão do jongo e da cultura afro-brasileira.
A capoeira, esse misto de dança e luta, multidimensional, foi também reconhecida como patrimônio imaterial brasileiro em 2014. Campos recebeu, em 2016, o Encontro Internacional de Capoeira, com grandes capoeiristas de todo o mundo.
Madureira e os bairros vizinhos abrigam não só inúmeras academias como rodas de capoeira em suas ruas e praças. (A.N.)

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