Força-tarefa da Lava Jato não aceitou o convite de Temer
14/08/2017 22:17 - Atualizado em 17/08/2017 13:50
Rocha Loures
Rocha Loures / Divulgação
O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima revelou, nesta segunda-feira (14), que o ex-assessor especial de Michel Temer, Rodrigo Rocha Loures, convidou a força-tarefa da Operação Lava Jato de Curitiba para encontrar o presidente no Palácio do Jaburu. Segundo o procurador, o convite ocorreu em 2016, durante um evento da Associação Nacional dos Procuradores da República, em Brasília. Rocha Loures é o pivô da crise política na qual mergulhou o presidente – o ex-assessor foi flagrado e filmado com uma mala preta estufada com R$ 500 mil, vindos do grupo JBS, dinheiro supostamente destinado a Temer, segundo a Procuradoria-Geral da República.
Ainda de acordo com o procurador, o convite não foi aceito.
— Nós estávamos recebendo um prêmio, em Brasília. Houve um emissário do presidente, que não era presidente ainda, que nos convidou no Palácio. Nós acreditamos que não era conveniente, porque naquele momento não havia porque conversar com o presidente ou eventual presidente. Nós acreditávamos que esse tipo de reunião naquele momento não haveria uma repercussão positiva para a Lava Jato — afirmou.
Em 10 de maio do ano passado, a força-tarefa recebeu um prêmio da entidade pelo combate à corrupção. No dia seguinte, o plenário do Senado deu início à votação do parecer da Comissão de Constituição e Justiça sobre o impeachment da então Dilma Rousseff. Em 12 de maio, a petista foi afastada.
Consequências — O procurador também comentou o encontro entre a nova procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e o presidente Michel Temer, à noite, no Palácio Jaburu, fora da agenda oficial. Segundo os dois, seria para tratar da posse: “É claro que ela tem que se explicar, ela deu uma explicação, ela que deve, então, ser cobrada das consequências desse ato”, disse o procurador. (S.M.) (A.N.)

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