Municípios recebem royalties de agosto com nova queda
Dora Paula Paes 25/08/2017 17:52 - Atualizado em 27/08/2017 12:21
Plataforma na Bacia de Campos
Plataforma na Bacia de Campos / Divulgação
Dos 18 municípios que recebem royalties da Bacia de Campos, apenas um irá receber royalties da produção de junho, na segunda-feira (28) sem queda, na comparação com o repasse do mês de julho: Niterói (R$ 20.8 milhões, um aumento de 0,2%). Os demais amargam valores menores, tudo, segundo especialista, por conta o preço praticado na comercialização do barril de petróleo Brent. Campos irá receber R$ 25.396.935,05; uma queda de 9,9% em relação ao depósito no mês anterior — bom destacar que parte desse recurso será destinada para pagar a parcela da chamada “venda do futuro”. Fatia menor só faz aumentar ainda mais o sinal de alerta para qualquer possibilidade de redução da indenização para os petrorrentistas.
As perdas ficaram entre -0,4 (menor) para Maricá e -14,6% (maior) para Parati. Na Região Norte Fluminense, Macaé receberá R$ 30.021.320,53 queda de -10,6% em relação ao mês de julho, quando recebeu R$ 33.591.238,00.
Para São João da Barra, a Agência Nacional de Petróleo (ANP) irá depositar R$ 6.073.162,00 (-7,2%%). No mês anterior o depósito foi de R$ 6.548.968,00. Quissamã irá receber R$ 4.206.378,09 e Carapebus R$ 2.022.605,91.
— Era esperada uma queda em média de 10%, pois o preço do Barril Brent, oscilou de US$ 50 a US$ 47, chegando a ter o menor valor do ano que foi US$ 44,82. São João da Barra acumula assim um acréscimo de apenas R$ 13,2 milhões com relação ao mesmo período do ano passado. Um valor ínfimo mediante as dívidas encontradas que ultrapassam os R$ 250 milhões — avalia Wellington Abreu, analista do setor de petróleo.
Como não se pode prever o humor do mercado, no que tange o valor do Brent, pensar em perder royalties para revitalizar campos maduros da Bacia de Campos — direito adquirido por lei — deixa o analista preocupado. “Minha posição, independente de qualquer argumentação, é contra essa redução por vários motivos e o principal deles é a janela que se abre para gerar mais perdas futuras. Além disso e outras mais, estamos recebendo royalties sobre liminar, estamos em meio a crise que não temos perspectiva de retomada, dívidas herdadas, desemprego e muito mais. Esse papel (revitalizar campos maduros) é das subsidiárias que lucraram quatro décadas com a Bacia de Campos, e não falo somente da Petrobras, temos a Shell, Chevron, BP e outras mais. Sou contra e digo que o que esta ruim, pode piorar. Pois, o Governo Federal demonstra que esta totalmente pró petroleiras, sejam de onde for. Os municípios não têm nenhuma culpa pela ingerência da Petrobras, do desdobramento da Lava-Jato e ao meu ver não devem compactuar com as benesses que o Governo Federal quer dar as empresas. O alerta foi dado!”, conclui.

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