“Recebi cinco convites de partidos diferentes querendo me dar a vaga. Perguntando se eu teria vontade ou desejo de disputar a vaga de governador”. Foi o que disse o prefeito de Campos, Wladimir Garotinho (PP), entrevistado dessa sexta-feira (16) no programa Folha no Ar, da rádio Folha FM 98,3. Ele ainda mencionou uma brincadeira que as pessoas falam que ele deveria ser candidato, pois "é especialista em derrotar Bacellar". Cotado para concorrer na eleição do próximo ano, Wladimir falou sobre assuntos do governo municipal, como saúde, segurança e transporte público. Além disso, comentou as articulações para a disputa do governo do Estado em 2026, que tem como pré-candidato seu adversário político e presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (União), e também seu nome cotado para compor chapa.
Governador ou vice? — “Eu recebi essa semana a ligação de uns cinco partidos querendo me dar a vaga. Perguntando se eu teria vontade ou desejo de disputar a vaga de governador. Eu disse que está cedo, porque eles querem fugir da polarização. Quando eu estive com o Rodrigo Bacelar, politicamente falando, ao lado dele, parceiro dele, nunca estive. Por que eu tenho que me preocupar? A Pacificação não durou, Rodrigo não participou ativamente dela porque ele não estava aqui. A pacificação era liderada aqui pelo irmão dele, Marquinho. Então, eu estou esperando, acho que está cedo. Apesar de ser aquela história, né? Está perto e está longe, ao mesmo tempo. Muita coisa pode acontecer. Recebi ligação de vários partidos, inclusive alguns deles que, em tese, estariam aliados com o Rodrigo. Me ligando. Todos os partidos de centro-direita. PL. Posso citar o Republicanos e o MDB. Então, a poítica é dinâmica. Eu estou pensando muito, o cenario é muito incerto ainda. Tem pessoas que até brincaraam comigo, uma brincadeira que pode parecer provocativa. Disseram assim: 'rapaz, você é especialista em derrotar Bacellar, você tem que ser candidato". Pode parecer provocativa, mas é o que as pessoas disseram. Eu posso ser vice-governador? Eu também posso. Se o Washington Reis for candidato, eu posso ser vice”.
Possibilidades para 2026 — “Eu já ouvi que existe uma possibilidade de composição nacional para Eduardo ser vice em uma chapa nacional de Lula ou até de Tarcísio, para pacificar o país. Um da centro-direita com um da centro-esquerda. Eu já ouvi. Eduardo é do PSD. Tarcísio é do Republicano, mas ligado ao PSD de Kassab. Então, assim, tudo pode acontecer ainda. Você já imaginou uma chapa com Tarcísio e Eduardo Paes? Pacifica o país. Tudo é possível. Tem que ter calma. Tem que conversar, tem que dialogar, tem que dar tempo ao tempo”.
Futuro do Estado — “Pampolha é um grande amigo. Tenho contato com ele toda semana, por amizade, não é nem só política não. É uma pessoa de quem eu gosto, um menino do bem. Falei com ele ontem. Ele tem conversas que, segundo ele, não estão definidas. Mas vamos lá, que defina e que ele aceite ir para o Tribunal de Contas. Quero dar uma informação aqui, Luiz, que eu tenho certeza de que a grande maioria não sabe. A Constituição do Estado do Rio de Janeiro diz que, nos últimos dois anos do mandato, a eleição para governador se fará de maneira indireta. Então, Rodrigo não assume automaticamente o governo do estado se Claudio sair. Tem uma eleição indireta pela Alerj. Nossa, mas Rodrigo fez 70 votos. Teve unanimidade na Alerj. Ele vai ser eleito governador pela Alerj. Será mesmo? Será que a mesma esquerda que votou nele para presidente da Alerj vai votar para governador? Sendo ele declaradamente querendo ser candidato da direita de Bolsonaro, o PSOL vai votar nele? O PT vai votar nele? Os deputados ligados a Eduardo Paes vão votar nele? Será? O cenário é um hoje, pode ser outro amanhã, gente. Calma! Se vocês entenderem que política não é só o que se vê. Tem que olhar o cenário por trás. Tem gente achando que está com a eleição ganha. Rodrigo, para sentar na cadeira de governador, tem uma eleição indireta para governador, para vice-governador, porque o cargo também vai estar vago, e depois outra eleição para presidente da Alerj, tem três eleições antes de 2026. Vou repetir, antes da eleição de 2026 tem três eleições indiretas no estado. Três. Calma, gente. Vamos esperar o cenário se definir. E aí fica a minha pergunta. Será mesmo que Cláudio Castro, que é uma pessoa que eu tenho apreço, porque ele me ajudou muito. Apesar de ter as minhas queixas também, porque também faz parte da política, eu tenho apreço por Cláudio. Será que Cláudio vai resistir na cadeira até 4 de abril, sem Pampolha, vice-governador, com o Rodrigo no cangote dele? Eu afirmo, afirmo, que ele não resiste. Ele vai ter que sair esse ano, porque Rodrigo já fez a conta da eleição indireta. Eleição indireta, quanto mais para frente, mais força o Rodrigo perde, porque já está mais perto da eleição de governador, os partidos já não precisam tanto de Rodrigo mais, os deputados não precisam tanto de Rodrigo mais, os prefeitos não precisam tanto de Rodrigo mais. Então a eleição indireta para Rodrigo tem que ser esse ano. Tem que ser este ano, não ano que vem, quando o Cláudio sair”.
Carlos Portinho — “Portinho pode ser candidato a governador em uma composição, inclusive, com o Cláudio Castro. Portinho, que hoje é senador, e um ótimo senador, o que mais colocou recurso em Campos, inclusive. Um excelente quadro, excelente, o melhor senador do ponto de vista legislativo que o Estado do Rio tem. Mas eu digo assim, quanto trabalho legislativo, o Portinho é o melhor que tem. Bolsonarista raiz, foi líder do governo Bolsonaro e hoje é líder da oposição. Ele vai ter que abrir mão do Senado para Cláudio Castro. Eu já ouvi que Bolsonaro prefere Portinho a Cláudio, de gente do próprio PL. Vamos supor que Portinho tenha que abrir mão do Senado para Cláudio. Ele pode querer ser candidato a governador apoiado por Bolsonaro”.
Bolsonarismo x Rodrigo — “O núcleo bolsonarista não quer Rodrigo Bacellar. Isso é um dado político. Não quer, porque não se identifica. Rodrigo nunca foi de direita. Rodrigo vem do sindicato, ele é petista. Rodrigo votou em Lula a vida inteira. A gente é campista, a gente conhece a história. Rodrigo vem do sindicato dos eletricitários. Ele votou em Lula a vida toda. Você viu Rodrigo no palanque de Bolsonaro em Campos? Ele foi convidado por mim. Eu liguei para ele. Eu, Wladimir liguei para Rodrigo. Teve uma carreata e um comício, ele não veio. Ele votou em Lula na última eleição. Ele agora quer dizer que ele é candidato de Bolsonaro? O núcleo duro bolsonarista de deputados, de senadores, não quer Rodrigo. Ele está tentando montar no Estado é o seguinte, pela força da máquina, está tentando viabilizar todos os partidos para dizer que é a única opção que existe para Bolsonaro. Quero deixar bem claro aqui para quem é eleitor de Bacellar ou cabo eleitoral que está me ouvindo, não estou dizendo que ele está errado, não. Estou dizendo que é um jogo político que ele está fazendo. E com todo respeito, eu já disse isso em outra entrevista aqui, vai de novo parecer provocação, mas não é. Rodrigo não tem voto. O cara quer ser candidato a governador sem voto. Com o apoio de Bolsonaro, com o apoio de todos os partidos, com o apoio de todos os deputados, ele não tem voto. Gente, a pessoa tem que ter voto”.
Cláudio Castro — “Eu sou grato a Cláudio Castro. Se for candidato ao Senado, será o meu candidato. Tenho apreço e gratidão. Apesar de ter também as minhas mágoas, porque é da política, ele veio aqui e levantou a mão da minha adversária, como candidata dele, na minha reeleição. Eu briguei com meu pai por causa de Cláudio. Eu disse que eles estavam errados. Devo gratidão a Cláudio Castro”.
Desconfiança — “Castro preciso ajudar a cidade. Eu estou para encontrar com o governador. Cadê o meu cofinanciamento da saúde? Esse ano, o Estado não pagou um centavo ainda. Por que não pagou? Não estão deixando pagar, Cláudio? Eu estou desconfiado de que não estão deixando pagar, Cláudio, que é de propósito comigo. E aí ele é o governador. Ele quer o meu apoio para o Senado? Precisa pagar. Ou ele não precisa de Campos para a eleição do Senado? Vai ter que escolher também. Eu quero apoiá-lo. Eu quero apoiar Cláudio, mas ele precisa ajudar a cidade. Ano passado, a expectativa de receita do fundo a fundo de saúde do Estado para Campos era 150 milhões de reais. Sabe quanto foi pago? 27 milhões. E só foi pago 27 milhões porque, no final do ano, eu tive que ir à justiça para bloquear 16 milhões. Senão, não ia ter sido pago. Esse ano, até agora, não veio um centavo do Fundo Estadual de Saúde para Campos. Um centavo. Alguém não está deixando de pagar porque nos dois primeiros anos pagou? Peço aos vereadores, já que pediram uma agenda com os deputados, que cobrem dos deputados, porque um deles é presidente da Alerj. Então se quiser ajudar a cidade, estou aqui. Eu estou à disposição para conversar e ajudar a cidade. Eu estou pensando na minha cidade, não estou pensando em eleição agora. Só que tem gente que está antecipando o calendário político de 2026, talvez para me forçar uma aliança, segurar o dinheiro de Campos, nós temos que chamar o Vladimir aqui para conversar sobre 2026. Para mim, é o que está acontecendo, então eu quero deixar claro aqui. Se for isso, não terá o meu apoio. Porque eu estou aqui, para pensar na cidade. Eu não estou pensando em eleição. Eu sou prefeito. Ainda tem um governador em exercício. Ainda tem deputados em exercício. Vamos pensar na cidade primeiro? Vamos pensar no povo primeiro? Em 2026, a gente discute 2026”.
Tassiana no páreo? — “Se eu for vice de alguém, Tassiana será candidata a deputada federal. Não porque Wladimir quer. Tassiana, ela buscou ter reconhecimento através do trabalho dela. Não é porque ela é esposa do Wladimir, do prefeito. Ela buscou o espaço dela. Você pergunta assim, ela quer? Não sei. Ela nunca me pediu para ser candidata. Ela é uma pessoa trabalhadora, carismática, gosta de ajudar as pessoas e proativa. Chega em casa me dando esporro sobre coisas da Prefeitura que nem dizem respeito a ela. Mas ela me cobra. Que tem que fazer, que tem que acontecer, que a criança não sei o que, que a instituição não sei o que, tem que repassar, ela me cobra. Não tem ninguém em Campos hoje com condição de se eleger de forma tão expressiva quanto ela para deputada, seja estadual ou federal. O time dele é agora. Se não for agora, também passa o time”.
Base com três — “Hoje, o desenho é: se eu for federal, tá tudo bem, eu sou candidato a deputado federal e três estaduais, Bruno, Caio e Thiago. Vamos lá, se Rodrigo Bacellar for candidato a governador, Marquinhos não pode ser candidato a nada. Tem gente esquecendo disso. Então quem vai ser o candidato de oposição? Como é que não tem espaço para três candidaturas? Madeleine pode ser estadual e federal. Então pode ser tudo”.
Futuro de Frederico — “Frederico é um grande amigo. O prefeito vai ser ele. A gente tem que entender e respeitar isso. Senão, a gente briga. É o que está acontecendo com várias cidades aqui da região. Quem saiu quer mandar. Cada um tem o seu CPF, cada um tem a sua história. Como é que eu vou chegar para Frederico, que é um cara respeitado por ser um bom gestor, onde ele viveu a vida dele. Não, não, você vai sentar aí, mas quem vai mandar sou eu? Que isso, gente? Pelo amor de Deus, ninguém aqui é criança mais. Essa fase passou, pelo menos para mim. Óbvio que tem composição política. Frederico, preciso que você mantenha fulano, mantenha ciclano. Mas a equipe dele, quem escolhe é ele. Principalmente a equipe mais próxima, que é chefe de gabinete, procuradoria, controle interno, secretário de fazenda. A transição já começou. Há pouco tempo, acho que há 30 dias atrás, eu publiquei um decreto delegando ao vice-prefeito a revisar todos os contratos continuados da Prefeitura de Campos. Ele montou uma comissão e fez o que tinha que fazer”.
Vitória na “pedra” — “O resultado do primeiro mandato veio com a eleição. Uma votação recorde, quase 193 mil votos. Então a população, na sua grande maioria, aprovou o governo, inclusive na pedra. Uma outra questão histórica, um Garotinho venceu na pedra. Eu venci em todas as urnas, em todas as sessões eleitorais da pedra. Na cidade inteira são 1.104 urnas, se eu não estiver enganado. Perdi em uma urna, no Alto do Imbé, por quatro votos. Então a gente ganhou praticamente em todas as urnas da cidade. Então o resultado veio. Então eu acho que o governo foi aprovado pela população. Erros a gente sempre tem”.
Relação com a Câmara de Campos — “Não existe arranhão nenhum com o Juninho Virgílio. Pessoa muito querida por mim, grande amigo, um líder de governo muito combatente. Também corrigir uma outra informação, o Fred não era o meu candidato. O Fred foi a pessoa que conseguiu reunir as melhores condições para ser o presidente, por uma característica dele. Fred é uma pessoa que dialoga bem, é um cara muito habilidoso de bastidor. A candidatura dele veio da bancada. Os dois são grandes amigos pessoais. O Fred tem uma relação até mais próxima, porque é meu concunhado. A gente tem uma relação muito próxima, mas os dois são grandes amigos. No começo tinham até outras pessoas se colocando, no final ficou entre os dois. Mas quem apresentou as melhores condições de ser candidato foi o Fred, porque teve mais apoio, teve mais engajamento, vereadores queriam mais ele. Então, acabou acontecendo. Você vai dizer assim, ah, você influenciou. Não, quando eu vi que ele é quem tinha as maiores condições, eu não podia dar um tapa na mesa e falar tem que ir para o outro lado. Eu tinha dois amigos ali. Então, ele apresentou as melhores condições e virou presidente da Câmara e nossa relação tem sido muito boa, não só com ele, mas como com a Câmara”.
Postura de Maicon Cruz — “Eu queria defender os profissionais de saúde que trabalham de maneira correta. E lamentar, e aqui eu vou dar nome, a postura do vereador Maicon Cruz. Eu queria lamentar porque ele é um vereador, ele tem mandato. Ele cometeu, no mínimo, uma falta de decoro ao divulgar um laudo médico. Ele está ferindo a lei de proteção de paciente. Ele não pode fazer isso. Além do que ele informou ser uma mentira. Ou ele foi induzido a erro pelas duas enfermeiras. Vou dizer o porquê. Nós temos um setor na prefeitura chamado Sesmt. É esse setor, formado na sua maioria por profissionais concursados, que dá o laudo de insalubridade. Se o funcionário tem direito à insalubridade e qual o percentual de insalubridade esse funcionário tem direito. Essas duas enfermeiras que fizeram denúncia para o Maicon Cruz, elas tiveram a sua insalubridade negada pelo Sesmt. Não foi o prefeito que negou, não foi a administração que negou, foi o Sesmt, formado por um servidor público. Negou para elas a insalubridade no percentual que elas queriam. Elas ficaram chateadas, revoltadas, começaram a fazer um movimento interno dentro do hospital contra o município, contra o hospital, contra o Hospital Geral de Guarus, contra o diretor, doutor Vitor Mussi”.
Conselho de Ética — Pegaram o prontuário médico, passaram para o vereador, o vereador lê o prontuário médico, que é uma coisa reservada na tribuna. Ele vai responder no Conselho de Ética da Câmara. Eu já soube através do líder de governo. Ele não pode fazer isso. E elas também vão responder sindicância, porque elas não podem passar um prontuário médico. Não é ameaça. Não pode”.
Presidência 2026 — “Eu vejo o cenário hoje favorável a centro-direita. É como eu vejo o cenário. Isso pode mudar, a política é nuvem, né? Hoje está de um jeito, amanhã está de outro jeito. Mas eu acho o cenário hoje favorável a centro-direita. E eu torço para que seja centro-direita ou centro-esquerda. E não esquerda radical e nem direita radical. Porque eu acho que o extremo faz mal. Tudo que é radical faz mal. Então vamos voltar um pouquinho para o diálogo”.
"Maior problema é o transporte"
Erros e acertos — “Se eu puder dizer erros e acertos da primeira gestão, para depois falar da segunda, eu acho que acertei mais do que eu errei. Obviamente eu errei. Errei um pouco também pelo temperamento, errei um pouco porque eu estava iniciando, um pouco imaturo na gestão pública. Era meu primeiro mandato de Executivo. Eu tinha sido deputado por dois anos”.
Dificuldades — “Eu sou ser humano como qualquer outro. A cidade é muito grande, a gestão é muito complexa, a gente não consegue estar em todo lugar ao mesmo tempo, não consegue enxergar tudo ao mesmo tempo. Nós temos pessoas para isso, equipe para isso. E a gente nunca esconde as dificuldades, muito pelo contrário. Às vezes eu sou criticado, por uma parte da imprensa e até pela minha própria equipe, por falar talvez o que eu não deveria, muitas vezes sobre a questão das dificuldades da gestão. Mas eu prefiro ser verdadeiro. É melhor o cidadão ouvir de mim o que está acontecendo, mas sempre com uma mensagem de esperança, porque eu acredito sempre que tem jeito. Se a gente jogar a toalha, o líder da cidade é o prefeito. Se o prefeito joga a toalha, todo mundo joga também. No meu caso, é o contrário. Mesmo na dificuldade, eu dou mensagem de esperança que vai melhorar e corro atrás para que melhore. Então, acho que a gente conseguiu fazer um primeiro mandato muito bom”.
Segundo mandato — “Mais desafiador, por várias razões. Primeiro porque o sarrafo sobe. Você entregou serviço durante quatro anos, a população quer mais serviço. Então o sarrafo sobe, é natural, é normal. As pessoas sempre querem mais. Na nossa vida também é assim. Nós também não somos acomodados na nossa vida. Todo mundo quer mais. Você entregou um benefício, ela quer outro benefício. Você entregou, ela quer um benefício maior, ela quer uma coisa nova, ela quer uma obra nova. É normal que o sarrafo suba. E não tem condição financeira, muitas vezes, de se fazer tudo que a população deseja no momento que a população deseja”.
Ajustes nas contas — “A gente está agora num segundo mandato, por mais que seja continuidade. É um segundo mandato do mesmo prefeito, mas é um novo mandato, é um novo governo. Como todo início, precisa de ajuste. Então a gente passou esses primeiros quatro, cinco meses fazendo ajustes que são necessários para toda a gestão e agora é novamente com as coisas ajustadas, que nós estamos ajustando até devido à queda da receita, o que é uma realidade de todos os municípios da região. E eu disse como presidente da Ompetro, não como prefeito de Campos, que todos os municípios da região teriam dificuldade de fluxo de caixa, por conta da plataforma interditada, por conta da outra plataforma que pegou fogo, por conta do tarifaço de Trump, que influenciou no preço do barril do petróleo, que estava na casa dos 74, veio para 58. Mas a gente fez o dever de casa, por isso a gente passou de quatro a cinco meses ajustando a máquina pública para que essa queda de arrecadação a gente possa sentir o menos possível.”.
Transporte público — “O maior problema da cidade é o transporte público. Continua sendo, eu não nego isso. Eu disse, inclusive, em campanha, que era o maior problema e que eu ia lutar para conseguir resolver nesse segundo mandato. Não dava tempo de fazer tudo que a cidade precisava. Nós estamos, inclusive, no período de teste do ônibus elétrico. Ele está circulando. Só recebo elogio por onde o ônibus passa”.
Terminais — “A população resiste ao modelo de integração porque tem que fazer baldeação. Mas isso existe em qualquer média cidade do Brasil. Não é uma ideia que surgiu da cabeça do Wladimir. Inclusive, eu fui um crítico do modelo e de como foi tentado implementar no governo Rafael, porque aquilo não era estação, aquilo não era terminal, aquilo era tenda com banheiro químico e tablado improvisado. Se hoje você visitar qualquer uma das estações em obras, são estações modernas, amplas, arejadas. Mas isso é o que tem que ser feito. Inclusive foi pedido por escrito pelas empresas de ônibus, pelos permissionários de van, de que eu voltasse com o modelo de integração desde que maneira correta. Eu tenho esse documento assinado por eles na época. Então, a gente está em fase de implementação, mas Campos tem uma particularidade que outros municípios não têm, que é a extensão territorial. Eu acho que é o principal tema a ser enfrentado por mim ou por qualquer próximo prefeito que vier a me suceder”.
RPAs — “Existe um Termo de Ajustamento de Gestão, é um TAG, da Prefeitura de Campos com o Tribunal de Contas do Estado. E aqui eu queria parabenizar mais uma vez o trabalho da Procuradoria do Município de Campos, porque Campos é a única cidade do estado do Rio, que conseguiu aprovar TAG junto ao Tribunal de Contas do Estado. E nós não temos só um aprovado, nós temos dois, que é o TAG dos royalties e o TAG do RPA. Isso foi um trabalho muito bem feito pela Procuradoria do município de Campos, então eu quero agradecer à eles pela competência em conseguir aprovar”.
TAG — “Tem um acordo e tem um tempo para que se termine as contratações por RPA. O tempo não é hoje, o tempo é, se não estiver errado aqui de cabeça, fevereiro ou março do ano que vem. Então nós estamos tomando medida administrativa para isso. O novo organograma, ele é uma das medidas. E está escrito no TAG, está lá, quais são as propostas para não ter mais contratação por RPA. Transformar alguns deles em cargos comissionados. Está escrito no TAG. Então, não estou sendo acusado. Está escrito lá, foi aprovado. Essa é uma das medidas. A outra medida é concurso público, nós estamos fazendo. Inclusive, em junho, agora, nós vamos ter a posse, no Teatro Trianon, dos auditores fiscais, dos guardas municipais. Enfim, eu não vou lembrar todos os cargos de cabeça, mas são cinco ou seis cargos que nós vamos estar dando posse a ele no Teatro Trianon agora no mês de junho. Também engloba processo seletivo, também engloba possível contrato de gestão, também engloba ter terceirização. O TAG te dá várias ferramentas e oportunidades para você regularizar o RPA”
Cargos de confiança — “Mas é bom frisar que na Fundação de Saúde, por exemplo, a maioria dos cargos comissionados são servidores públicos. Como na Secretaria de Administração, que agora vai virar Recursos Humanos, do professor Weiner, a maioria dos cargos comissionados são servidores públicos. É uma maneira, inclusive, de valorizar o servidor público. Quando ele recebe um cargo comissionado, ele recebe 70% do valor daquele cargo. Porque o servidor público, isso é uma regra do próprio Tribunal de Contas, não pode receber o valor completo do cargo comissionado. Ele recebe até 70% do cargo comissionado. Então, o servidor público que é nomeado, ele ganha 70% do valor do cargo comissionado. Então você cria o cargo comissionado. Eu estou criando os cargos que são necessários para que não se tenha mais o RPA, mas muitos dos cargos que estão sendo criados são ocupados por servidores públicos”.
Decisão STF — “A Prefeitura e a sua Procuradoria estão atentos, estão trabalhando, estão buscando caminho, mas não é uma coisa automática. O próprio advogado do Siprosep, o Fabrício, que também é muito competente, ele sabe disso. Ele andou conversando conosco, conversou comigo, conversou com o Wainer. Então não é uma coisa igual. Inclusive, eu vi juristas aí da cidade falando muita bobagem. E desculpa, falando bobagem sem conhecer o assunto a fundo. Então eu estou evitando falar do assunto, que é um assunto muito delicado, envolve vida de 1.400 pessoas. A gente vai buscar a modulação dos efeitos. O que é a modulação dos efeitos? É quem tem direito adquirido não ser prejudicado, não ter que mexer com quem já tem direito adquirido”.
Solar dos Airizes e Arquivo Público — “Sobre o Solar dos Airizes, está incluso na licitação o escoramento. Ele começará a ser feito. Inclusive, eu tive uma reunião semana passada com o secretário de Obras e ele me pediu lá a liberação de um orçamento para que a empresa que está responsável pela obra, ela possa fazer o escoramento. E aquilo é uma conquista do município de Campos. Obviamente, tem uma decisão judicial ali, já transitada e julgada. E a gente está cumprindo o que manda a decisão judicial. Mas é uma conquista a gente conseguir fazer a cobertura porque tudo inicia pela cobertura e agora a fase seguinte é o escoramento para que o prédio não caia. Tudo começa pela cobertura, como eu falei. Inclusive tem um outro patrimônio da cidade que é o Arquivo Público, que eu tive visitando sábado, que também está finalizando a parte de cobertura. Então não temos só o Airizes em processo de restauração. E repito, a restauração começa pela cobertura e escoramento quando necessário. No caso do Airizes, o escoramento é necessário. No caso do Arquivo Público, o escoramento não é necessário. Estive lá visitando, estive com a Rafaela, estive com o pessoal da Uenf, com a empresa responsável. No caso do Arquivo Público, não tem necessidade de escoramento. A cobertura está sendo finalizada”.
Museu Olavo Cardoso — “Quanto ao Museu Olavo, foi feito um acordo da Prefeitura com a Câmara de Vereadores, lá atrás, que usaria o duodécimo da Câmara para fazer a restauração do prédio. O projeto foi feito pela Prefeitura, o orçamento foi feito pela Prefeitura, encaminhado ao presidente da Câmara da época, que era o Marquinho Bacellar, e ele não fez. Então, tem que deixar muito claro que existiu um acordo, foi divulgado esse acordo, dito por mim, dito por ele, inclusive presidente da época, e ele não fez. Então, é muito simples quando as pessoas apontam o dedo só para um lado”.
Centro Histórico — “Sobre o Centro Histórico de Campos a Prefeitura tem feito diversas tentativas de ajudar. Mas vou repetir talvez uma coisa até cansativa. Não depende só do poder público, depende das entidades de classe. Depende do lojista em si, de que as pessoas profissionalizem e atualizem o seu negócio. A realidade atual, o mundo mudou. As maneiras de se vender mudaram. A cidade cresceu, criaram outros centros urbanos. Você vai para Goitacazes hoje, é um centro. Você vai ali para Arthur Bernardes, é outro centro. Você vai para Travessão, é outro centro”.
Cobrança aos deputados de Campos — “A segurança pública não é nem um dever do município. A gente ajuda sim. A guarda está na rua, a Ordem Pública está na rua. Eu agora estou mudando até o nome. Vai ser Secretaria de Segurança e Ordem Pública. E coloquei um coronel full da Polícia Militar, que foi comandante do batalhão aqui de Campos, que foi comandante da Regional, que é o Coronel Ibiapina, uma pessoa extraordinária, entendedor de segurança pública, para nos ajudar a segurança pública. Mas não é dever do município, é dever do governo do Estado. E aí vou repetir, é um mantra. Nossa cidade tem três deputados estaduais eleitos com base aqui. Tem uma quarta, que é a Carla Machado, que não é de Campos, é de São João da Barra, mas que tem muito voto aqui na cidade de Campos. E as pessoas cobram da Prefeitura sobre questões que não são ligadas à Prefeitura. Quando você tem três deputados e mais a Carla Machado, que é a quarta, com base aqui, o que é uma obrigação do Estado. Vamos cobrar de quem é direito, eu faço coro na cobrança. E olha que eu tenho um deputado que é muito amigo meu, pessoal, e eu cobro dele”.
Projeto “Guarus Mais Seguro” — “Nós vamos fazer um convênio com a Polícia Civil de Guarus, Delegacia de Guarus. É um projeto piloto chamado Guarus Mais Seguro, onde a Prefeitura vai pagar um Rais para quatro policiais civis, a Polícia Civil e a Polícia Investigativa. E segundo a própria polícia, os dados da própria polícia, a maior mancha criminal está numa região específica de Guarus, não é em Guarus inteiro. Numa região específica de Guarus, na divisa entre o Santa Rosa e o Eldorado. E também crescendo muito para aquela região de Travessão, mas que é atendida pela delegacia de Guarus. Então nós vamos fazer um projeto piloto chamado Guarus Mais Seguro, já está pronta a minuta de convênio, foi para a Polícia Civil, só assinar e devolver. É um convênio onde a Prefeitura de Campos vai pagar por mais quatro policiais extras por dia. Todos os dias para fazer um trabalho investigativo maior, para ajudar no trabalho investigativo, para prender mais criminosos”.
Armamento da Guarda — “Armar a Guarda está acontecendo. Todos os guardas terminaram o seu psicotécnico, vários deles já fizeram curso de tiro. Eu agora assinei nesta semana a solicitação à Polícia Federal do porte de arma para os guardas municipais. Não serão todos os guardas armados ao mesmo tempo. Importante dizer isso. Nós vamos armando os grupamentos da guarda. O primeiro a ser armado vai ser o GOI, que é o Grupo de Operações Especiais da Guarda. Então é bom que se fale. Essa é também uma contribuição que o poder público municipal, que a Prefeitura, vai dar à segurança pública. Porque você tendo um agente preparado, treinado, na rua, armado, também inibe a violência pública”.
Reajuste dos servidores — “A gente precisa ser verdadeiro. Quando as pessoas olham para o orçamento municipal e a receita corrente líquida, diz que a Prefeitura de Campos hoje tem um índice de folha de 51%. É o índice que a Prefeitura de Campos usa com folha de pagamento. O limite máximo é 54%. Só quando você vai pegar as receitas possíveis de pagamento de servidor, já estão estranguladas. Então é melhor ser verdadeiro. Para que eu continue mantendo o salário de servidor em dia, nesse momento eu não consigo dar o reajuste”.
"Dívida alegada não é verdadeira"
Investimentos — “A arrecadação dos royalties é volátil. Agora, por exemplo, ela caiu recentemente, está dando uma recuperadazinha, mas continua baixa e eu queria dar um dado aqui importante. A cidade está acontecendo e tem muito campista que não está vendo. Ontem sentou na minha mesa o grupo Natural Energia, com o proprietário de uma fazenda que vai ser construída aqui em Campos, já estão lá praticamente apalavrados. Vão fazer agora os contratos, R$ 2 bilhões de investimentos. A cidade está acontecendo. Nós alteramos a lei municipal sobre o plantio de eucalipto. Os capixabas estão vindo para Campos e comprando todas as terras disponíveis para plantar eucalipto. Um alqueire de terra no Espírito Santo custa R$ 400 mil, um alqueire de terra em Campos custa R$ 100 mil, R$ 120 mil. Então estão vindo para cá e estão plantando tudo de eucalipto. Já tem investido em plantio de eucalipto R$ 800 milhões dentro de Campos. E vai chegar a R$ 4 bilhões de plantação de eucalipto. Eu vou receber semana que vem, junto com o professor Almy, a Gel Biogás, que está fazendo plantio de capiaçu para fazer biogás, biomassa e biometano em Campos”.
Energia renovável — “Campos se tornará a capital da energia renovável do estado. Eu não tenho a menor dúvida. Nós já somos hoje a segunda cidade que mais gera energia solar no estado do Rio. Só perdemos para a capital, Rio de Janeiro. Somos a segunda. Estamos diversificando a economia. Está vindo para cá eucalipto, está vindo para cá café. Hotel Pedra Liza em Morro do Copo era um bem da Prefeitura, um patrimônio da prefeitura inutilizado, sendo depredado. Eu fiz um leilão público. O investidor do Espírito Santo comprou o Hotel Fazenda Pedra Liza, está a coisa mais linda do mundo. Ele gastou R$ 5 milhões, restaurou o Hotel Fazenda Pedra Liza inteiro e vai abrir lá um Hotel Fazenda Spa. Já está pronto. Sabe por que ele não abriu ainda? Porque ele está comprando tudo ao entorno para plantar café. Vai vindo o Espírito Santo para cá plantar café. Então a cidade está acontecendo e tem gente que não está vendo. Campos não é só mais royalties como as pessoas estão achando e estão acostumadas a ser”.
Agronegócio — “O agronegócio está crescendo muito. A monocultura da cana, ela vai ser impactada fortemente. E olha que eu tenho um vice-prefeito que é presidente da Coagro, que mexe com cana. Mas está vindo eucalipto, está vindo capiaçu, está vindo energia solar, está vindo café, tudo que ocupa a terra. Então a monocultura da cana vai ser afetada”.
Situação da rede contratualizada — “A dívida alegada pelo Sindicato dos Hospitais também não é verdadeira. A dívida auditada pelo município é em torno de R$ 40 milhões. E a dívida não é do governo Wladimir. O governo Wladimir está em dia com as instituições. Inclusive, Paulo Hirano me mandou ontem à noite a tabela de pagamentos aqui. O que tem atrasado do governo Wladimir, acho que é coisa de março agora deste ano. Nós estamos em maio. Então, são dois meses de GAP de uma coisa para outra, o que é normal dentro do serviço público. Então, não tem nada de atraso do meu governo. Mas é importante dizer isso porque alguns hospitais não estão pagando aos seus funcionários alegando que a Prefeitura está em dívida. Eu quero repetir, se tiver funcionário de algum hospital me ouvindo, pode dizer dentro do hospital, porque o Wladmir, o prefeito, está dizendo. Não existe débito do governo Wladmir com os hospitais. Porque tem um hospital que não paga funcionário há um ano. O governo Wladimir está em dia com os hospitais. O que tem é residual de dois meses para cá, porque é normal. No serviço público tem a auditoria, o processamento, a liquidação, o pagamento”.
Dívida judicializada — “A dívida, que eles alegam, que não é de R$ 100 milhões, está auditada. É R$ 42 milhões ou R$ 44 milhões, alguma coisa nessa casa. Está auditada e está judicializada. Se ela está judicializada, ela tem que seguir o rito da Justiça. Não é a Prefeitura que decide pagar ou não, ela está judicializada. A gente tentou um acordo judicial para parcelar a dívida e tentar pagar. A Procuradoria chegou a encaminhar para o Ministério Público uma minuta de acordo com os Plantadores de Cana e o Álvaro Alvim se recusou a fazer acordo e disse que ganharia na Justiça. A Santa Casa topou o acordo, os Plantadores topou o acordo e a Beneficência topou o acordo. Mas a Beneficiência era muito pouco, porque já tinha recebido a maioria na época da Covid. Foi uma das exigências da Beneficência para abrir o CCC na época, que era o Centro de Combate ao Coronavírus, foi receber o que tinha de dívida para conseguir tocar o centro. Então a gente chegou a mandar uma minuta de acordo para o Ministério Público e o Ministério Público deu parecer contrário ao acordo. Disse que a via correta é o devido processo na Justiça, com a decisão judicial se pagar por precatório. Então, nem que eu quisesse, eu poderia fazer acordo para pagar a dívida pra trás. 95% dessa dívida é do governo Rafael. Existiu uma dívida ali dos últimos cinco meses do governo Rosinha, se eu não estiver enganado, e o resto é toda do governo Rafael, que não pagou aos hospitais”.
Repasse municipal — “Por que eles só começaram a falar dessa dívida e que esta dívida está enviabilizando agora? Eles passaram quatro anos e essa dívida não enviabilizou? Por que é que só começaram a falar dela agora? Me é estranho. Por quê? Os hospitais passaram quatro anos trabalhando conosco, sendo parceiros da Prefeitura, não estou aqui criticando os hospitais, não estou. Os hospitais foram parceiros da Prefeitura há quatro anos. Fizemos muitos mutirões de saúde, operamos muita gente. Se você for botar o valor de hoje, nós já repassamos aos hospitais R$ 1,2 bilhão. Já contando esses quatro meses, cinco meses. E vou repetir, não existe débito do governo Wladimir com os hospitais. É coisa muito residual ainda desse ano”.
Sistema de regulação — “O motivo é que nós trocamos o nosso sistema da saúde. Existia um sistema que fazia as regulações e eu não estava satisfeito com o sistema, porque eu achava que ele não me oferecia as ferramentas necessárias para fazer a regulação. Eu troquei o sistema e o novo sistema começou a me dar ferramentas que o outro não me dava. E eu comecei a apertar algumas situações que eu não estava vendo e por um caminho razoável. E aí eles começaram a reclamar. Exemplo, eu tenho um contrato de 20 leitos com o Hospital X. Chegando na hora ele me apresenta 28 leitos para pagar. Ah, mas o Estado regulou. O Estado regulou? Cobra do Estado. Porque quem paga é a Prefeitura, até hoje. A Prefeitura está pagando tudo sozinha até hoje. Não, eu não vou pagar mais. Ah, mas o leite foi usado? Foi usado porque o Estado regulou. Vai lá a cobra do Estado. Eu não tenho como arcar pela saúde da região inteira sozinho mais. Os outros oito leitos, o Estado tem que pagar, quem regulou foi ele. Cadê o cofinanciamento estadual? Agora, qualquer dia da semana, se for no Ferreira Machado, de cada 10 leitos ocupados, quatro são de pacientes de fora de Campos. Eu não estou reclamando de atender não, eu atendo. No meu público, Ferreira Machado e HGG, a porta vai continuar aberta. Eu vou atender. Agora, no filantrópico, que o Estado regulou, eu não posso pagar essa conta”.
Repasse estadual — “O Estado fez nos dois primeiros anos do meu governo um cofinanciamento de saúde. Então, já que ele fazia um cofinanciamento de saúde, que não era nem para os filantrópicos, é para a minha rede própria, eu falei, quer saber, já que o Estado está me ajudando, vamos fazer e vamos pagar. Agora o Estado não me paga, ano passado não me pagou, esse ano até agora não me deu um centavo sequer”.
“Bacellar deveria ajudar” — “Rodrigo Bacellar, presidente da Alerj, dizem que quem manda no Estado é ele. Por que a Prefeitura de Campos não recebe um centavo esse ano? Ele tem que dizer, manda ele passar o dinheiro pactuado. Ele é campista. Ou ele não quer o bem da cidade dele? É simples assim. Então vamos levar essa discussão para o Conselho de Saúde, pra Câmara de Vereadores. E aí, além desse caso, do que é regulado pelo Estado, alguns procedimentos ambulatoriais, como fisioterapia, consultas médicas, elas não eram reguladas. Elas eram porta aberta. A pessoa chegava no hospital filantrópico, que tinha um contrato vigente com a prefeitura, chegava lá, o hospital me informava, eu fiz quatro mil consultas por mês e eu pagava. Agora passou a ser regulado e aí os hospitais começaram a gritar. Vamos fazer o que tem que fazer. É simples. Eu não quero problema com o hospital filantrópico nenhum. Pelo contrário, são grandes parceiros que o município tem e a saúde de Campos não vive sem eles”.
Fechamento do CRDI — “A dengue é uma doença sazonal, ela tem período do ano. Para que eu vou manter um centro de dengue no centro da cidade para quem é de Goitacazes, de Poço Gordo, de Farol, de Santa Maria, de Morro do Coco, de Travessão, de Serrinha, de Douro de Macabu, ter que vir para o centro para fazer exame e ficar no soro? Numa doença sazonal. Então era muito mais coerente ter um centro de hipertensão, porque tem um ano inteiro. Era mais certo. Já que tem hipertensão, é uma doença endêmica, era melhor ter um centro de hipertensão. Mas também não tinha que ter um centro de hipertensão, assim como não tem que ter o CRDI (Centro de Referência de Doenças Imuno-Infecciosas). Porque o SUS preconiza que o atendimento tem que ser descentralizado. É na ponta. Qual é o sintoma da dengue? Febre e dor no corpo. Isso ele tem que procurar a Unidade. Básica de Saúde, a qual ele é referenciado, o cidadão. Se na unidade de saúde tiver um agravamento do quadro ou identificação da dengue, ele vai para unidade pré-hospitalar, que também tem uma por região. Se na unidade pré-hospitalar piorar o quadro e ele precisar ser internado, ele vai para o hospital. É descentralizado o atendimento”.
Críticas ao fechamento do CRDI — “Com todo o respeito ao Dr. Luiz José que eu tenho, não é nada contra, ele fez uma crítica dura, pediu pra Fiocruz escrever uma carta, começou a disparar um monte de bobagem nos grupos de WhatsApp. O Zé Luiz é servidor público. Ele tem que trabalhar onde o município lotar ele. Ele tem que trabalhar, por exemplo, dentro do Hospital Geral de Guarus, que tem um laboratório próprio. Ele tem que trabalhar dentro do Hemocentro, que tem laboratório próprio. Por que que ele tem que ficar num prédio alugado, se eu não estiver errado aqui, a R$ 50 mil por mês de aluguel? R$ 50 mil por mês de aluguel, o prédio do CRDI. Então, se ele é funcionário público, ele pode fazer o mesmo serviço dentro do serviço público. E tem que ser descentralizado o serviço. É um grande profissional. Só que o mesmo serviço que ele pode prestar lá, onde era um prédio alugado e que me custava, além do aluguel, acho que se não estiver errado, era R$ 190 mil por mês o CRDI. Ele pode fazer o mesmo serviço dentro da rede pública. E vai sair muito mais barato. E é o que o SUS preconiza, que o atendimento tem que ser descentralizado”.
SOS Coração — “O S.O.S. Coração, programa premiado nacionalmente, já salvou mais de 500 vidas. Alguém vai ser louco de parar com isso? Alguém vai ser louco de parar com o S.O.S. Coração? Pode ser que apareça um doido um dia. Mas não pode. Eu coloquei isso no meu plano de governo, não consegui executar. Quem juntou ali foi o Dr. Maninho, com o Dr. Hali, filho de Dr. Abdu Neme. Vieram a mim e falaram: me dá a condição que eu faço. Eu acreditei e hoje está de pé. E eu quero agradecer aos dois aqui, porque os dois foram que botaram debaixo do braço. Hoje o Maninho não está na execução, porque ele não é cardiologista. Quem está na execução é o Dr. Halim e toda uma equipe que funciona brilhantemente”.
Histórico — “Tudo tem um histórico de como encontramos a cidade. Importante lembrar. Salários atrasados, unidades fechadas, em plena pandemia. Tivemos, inclusive, um pico de pandemia logo assim que eu assumi o mandato. (...) Eu consegui respirador, leito de UTI, remédio, principalmente o bloqueador neuromuscular, que ficou em falta na época. Você tinha o dinheiro para comprar e não tinha onde comprar, não tinha fornecedor que entregasse na época. Para poder fazer a entubação. Eu me lembro bem, e essa imagem não sai da minha cabeça. Foi um momento muito difícil. E naquele mesmo momento da pandemia, a gente tinha uma realidade de salários atrasados dos servidores, dos contratados, enfim. Um momento muito difícil que a cidade enfrentava. E nós conseguimos, ao longo dos primeiros quatro anos, superamos a pandemia, fizemos tudo aquilo que tínhamos que fazer, e superamos a pandemia, equilibramos a cidade. E o resultado eleitoral veio”.
Limpeza — “Então é importante você saber se comunicar com a população. Vou dar um exemplo aqui. Limpeza pública. Nós temos 14 equipes fixas trabalhando todos os dias na rua. Equipes essas em torno de 20 a 25 pessoas em cada equipe. Todos os dias tem 14 equipes na rua. Eu queria ter 80. Mas eu não consigo pagar por 80. Eu não consigo pagar. Quando eu assumi tinham quatro”.
Apelo — “Eu faço aqui mais uma vez um apelo à população de Campos. Ajude! Colabore! O entulho não está na rua sozinho, não tem asa, não tem perna. Eu tenho 12 pontos de entrega voluntária de entulho, os chamados entulhódromos. A população pode jogar de graça. Funciona todos os dias, inclusive final de semana, de 7h às 19h. E a população joga na rua. Então não adianta apontar o dedo e cobrar”.
Receita dobrada — “Quando eu assumi, a receita própria do município era em torno de R$ 500 milhões por ano. Hoje ela está em R$ 1 bilhão. Eu dobrei a receita própria do município. A receita própria, ISS, TBI, IPTU, ICMS, quarta parte do IPVA. Tudo que é receita própria do município, a gente dobrou em quatro anos. A gente tem que trabalhar dentro do que a gente tem, ser realista. Se a população quer um serviço público de qualidade, desde sempre, ela tem que pagar uma contribuição para a sociedade, não tem jeito”.
40% de reajuste — “Tanto dobramos, que se você pegar a folha de pagamento do concursado, não estou falando de outro cargo nenhum, de janeiro de 2021 a dezembro de 2024, ela aumentou em 40%. O servidor público de Campos teve, em média, um aumento de 40% da sua folha. Teve gente que teve 10%, outro 15%, tem gente que teve 40%, tem gente que teve mais do que isso. Então, ah, não deu nada para o servidor. Não, desculpa, não é verdade. A folha de concursados da Prefeitura aumentou 40% de janeiro de 2021, quando eu assumi, até dezembro de 2024, com descongelamento de plano de carreira, com reajuste de 10,48% que nós demos. Então não adianta ficar vendendo expectativa e ilusão se depois não conseguir cumprir e não pagar o salário do servidor em dia”.