Após terreno pegar fogo em Campos, ambientalista explica os impactos das queimadas
O incêndio em vegetação está cada vez mais frequente na região, como registrado no último sábado (27) em um terreno baldio no cruzamento entre as ruas Treze de Maio e Saldanha Marinho, em Campos. O Corpo de Bombeiros chegou a ser acionado por vizinhos do local, que fica em área de mata. O ambientalista e professor de Ecologia no Instituto Federal Fluminense (IFF) do município, Ricardo Terra, falou sobre os danos que as queimadas trazem não só para o meio ambiente, mas também para a população.
No sábado, o incêndio chegou a preocupar vizinhos do terreno e quem passava pelo local, que ainda fazia parte de um casarão histórico na cidade. Não houve feridos, mas o susto foi grande. Sérgio Pessanha, que mora próximo da área de vegetação queimada, relatou que o fogo poderia ter atingido imóveis próximos.
No sábado, o incêndio chegou a preocupar vizinhos do terreno e quem passava pelo local, que ainda fazia parte de um casarão histórico na cidade. Não houve feridos, mas o susto foi grande. Sérgio Pessanha, que mora próximo da área de vegetação queimada, relatou que o fogo poderia ter atingido imóveis próximos.
"A fumaça e as chamas chamaram atenção da vizinhança, assim acionamos os Bombeiros. O fogo crescia a cada instante, podendo ter atingido outras áreas próximas e causar maiores danos. Enquanto os Bombeiros trabalhavam, nós ficamos de longe acompanhando o combate ao fogo, que foi controlado com sucesso pelas equipes de emergência. O terreno foi vistoriado, os moradores puderam conferir como ficou o local e ainda bem que tudo não passou de susto, sem feridos e nenhum outro imóvel foi atingido durante o incêndio", disse Sérgio.
O ambientalista Ricardo Terra ressaltou sobre os danos ao meio ambiente que o incêndio em vegetação pode causar. Ele falou sobre o que acontece quando a mata é queimada, relatando ainda sobre o solo sofrer um empobrecimento com o tempo.
“Quando você queima a vegetação, a matéria orgânica que iria ser incorporada ao solo e gerar ali a riqueza do solo é perdida, então o solo vai empobrecendo com o tempo. Além disso, o calor também altera propriedades ali no solo, matos, microorganismos, então vai tornando o solo mais estéreo, mais suscetível a erosão. Tem aí destruição da biodiversidade, além da vegetação que você está eliminando ali, você está eliminando alimentos para abelhas, para insetos, locais de esconderijo ou abrigo de animais, então tudo isso causa um impacto na natureza”, explicou Ricardo.
O professor ainda falou sobre os danos relacionados à saúde da população, já que no período de inverno acontece a inversão térmica, o que pode agravar ainda mais situação de quem já tem problemas respiratórios.
“A gente tem danos à saúde porque, principalmente nesse período de inverno, a gente tem um fenômeno chamado inversão térmica. Sempre que você bota fogo, essa fumaça ao invés de subir, ela permanece aqui nas camadas mais baixas. Então, as pessoas têm um contato direto com essa fumaça. Dentro dessa fumaça você tem diversos gases, entre eles o CO2, monóxido e óxido de nitrogênio, mas você tem também material articulado que, quando inalado, principalmente por pessoas que têm problemas respiratórios, agrava esses problemas respiratórios, levando essas pessoas então a procurar hospitais, sobrecarregando a rede pública e causando riscos de saúde”, ressalta.
Outros casos de incêndio em vegetação também foram registrados durante este ano pela Folha, como uma queimada em um local conhecido como Beira Lago, em Guarus, em maio. A situação chamou a atenção com uma grande extensão de fumaça no céu durante a tarde, mas o Corpo de Bombeiros não foi acionado. Segundo populares informaram na época, a prática estava sendo comum naquela região.
No final de junho deste ano, uma queimada foi registrada em um morro na área de Lagoa de Cima. Também não houve registro de feridos, mas frequentadores relataram um susto com o alastramento do fogo. Em agosto, um fogo em canavial às margens da BR 356 foi registrado. Nas imagens, era possível ver as chamas e grande quantidade de fumaça. É importante ressaltar que não houve, até então, uma causa para as queimadas relatadas nesta reportagem. Ricardo Terra também deu algumas dicas sobre a prevenção para evitar que essas queimadas aconteçam na região.
“Uma prevenção seria você cortar a vegetação antes da entrada no inverno. A vegetação só pega fogo se ela tiver seca. Ela começa a secar no início do inverno. Então, sempre que começar a entrar no inverno todo terreno baldio tem que suprimir a vegetação. Você corta a vegetação e retira aquele material. Ou deixa coberto ali, se ainda não estiver muito seco, porque ele é reincorporado ao solo. Com isso, você evita que haja essa queimada. Durante o inverno, o crescimento vegetativo é muito lento, tanto por conta de falta de chuva quanto por conta do frio. Então, normalmente você consegue”, explicou o professor.
O ambientalista Ricardo Terra ressaltou sobre os danos ao meio ambiente que o incêndio em vegetação pode causar. Ele falou sobre o que acontece quando a mata é queimada, relatando ainda sobre o solo sofrer um empobrecimento com o tempo.
“Quando você queima a vegetação, a matéria orgânica que iria ser incorporada ao solo e gerar ali a riqueza do solo é perdida, então o solo vai empobrecendo com o tempo. Além disso, o calor também altera propriedades ali no solo, matos, microorganismos, então vai tornando o solo mais estéreo, mais suscetível a erosão. Tem aí destruição da biodiversidade, além da vegetação que você está eliminando ali, você está eliminando alimentos para abelhas, para insetos, locais de esconderijo ou abrigo de animais, então tudo isso causa um impacto na natureza”, explicou Ricardo.
O professor ainda falou sobre os danos relacionados à saúde da população, já que no período de inverno acontece a inversão térmica, o que pode agravar ainda mais situação de quem já tem problemas respiratórios.
“A gente tem danos à saúde porque, principalmente nesse período de inverno, a gente tem um fenômeno chamado inversão térmica. Sempre que você bota fogo, essa fumaça ao invés de subir, ela permanece aqui nas camadas mais baixas. Então, as pessoas têm um contato direto com essa fumaça. Dentro dessa fumaça você tem diversos gases, entre eles o CO2, monóxido e óxido de nitrogênio, mas você tem também material articulado que, quando inalado, principalmente por pessoas que têm problemas respiratórios, agrava esses problemas respiratórios, levando essas pessoas então a procurar hospitais, sobrecarregando a rede pública e causando riscos de saúde”, ressalta.
Outros casos de incêndio em vegetação também foram registrados durante este ano pela Folha, como uma queimada em um local conhecido como Beira Lago, em Guarus, em maio. A situação chamou a atenção com uma grande extensão de fumaça no céu durante a tarde, mas o Corpo de Bombeiros não foi acionado. Segundo populares informaram na época, a prática estava sendo comum naquela região.
No final de junho deste ano, uma queimada foi registrada em um morro na área de Lagoa de Cima. Também não houve registro de feridos, mas frequentadores relataram um susto com o alastramento do fogo. Em agosto, um fogo em canavial às margens da BR 356 foi registrado. Nas imagens, era possível ver as chamas e grande quantidade de fumaça. É importante ressaltar que não houve, até então, uma causa para as queimadas relatadas nesta reportagem. Ricardo Terra também deu algumas dicas sobre a prevenção para evitar que essas queimadas aconteçam na região.
“Uma prevenção seria você cortar a vegetação antes da entrada no inverno. A vegetação só pega fogo se ela tiver seca. Ela começa a secar no início do inverno. Então, sempre que começar a entrar no inverno todo terreno baldio tem que suprimir a vegetação. Você corta a vegetação e retira aquele material. Ou deixa coberto ali, se ainda não estiver muito seco, porque ele é reincorporado ao solo. Com isso, você evita que haja essa queimada. Durante o inverno, o crescimento vegetativo é muito lento, tanto por conta de falta de chuva quanto por conta do frio. Então, normalmente você consegue”, explicou o professor.
A Folha entrou em contato com o Corpo de Bombeiros para saber os dados atualizados deste ano até o momento na região, mas não obteve retorno até o fechamento da matéria.