Dora Paula Paes
12/03/2025 18:24 - Atualizado em 12/03/2025 18:34
Rodrigo Silveira
Há cinco anos, no dia 12 de março, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a Covid-19 como pandemia. A crise global, desencadeada pela doença, causou uma catástrofe. No mundo foram mais de 7 milhões de mortes. No Brasil, o número de óbitos ultrapassou 700 mil. O impacto na saúde pública foi gigantesco, no entanto, a maior cicatriz é a emocional: dor e saudade. Em Campos, que registrou mais de 1.800 óbitos, na fase mais crítica, e ainda mantém o alerta para a doença com duas mortes em 2025, médicos que estiveram na linha de frente falam de lições, mesmo que para alguns a pandemia parece ter sido um evento distante. "Para nós, a memória das lutas e das perdas se faz presente e marcante", diz a médica oftalmologista Cynthia Cordeiro.
Conforme informação da base de dados atuais da Subsecretaria e Vigilância em Saúde (SUBVS) de Campos dos Goytacazes, de 01 janeiro de 2025 até 08 de março último foram confirmados 14 casos de Covid-19, sendo que dois evoluíram para óbitos: um paciente de 54 anos morreu em 14/01, no Hospital Geral de Guarus e outro de 40 anos, morreu em 04/02, no Hospital Ferreira Machado. Este último com histórico pico hipertensivo e AVC hemorrágico.
"Refletir sobre os cinco anos desde o anúncio da pandemia de Covid-19 é um exercício emocional para quem esteve na linha de frente. Vivemos uma realidade intensa, marcada por cada paciente atendido, cada vida impactada e cada dia de incerteza. O trabalho em equipe foi fundamental, com profissionais da saúde unindo forças para enfrentar não apenas o vírus, mas também o medo e a desinformação. Aprendemos a nos apoiar mutuamente, a cuidar não só dos pacientes, mas também uns dos outros", diz Cynthia.
Hoje, ao voltar o olhar para os piores cenários, de quase 2 anos, a médica ainda acrescenta: "É um misto de alívio por termos superado os momentos críticos, mas também tristeza pelas vidas que não puderam ser salvas. A pandemia nos ensinou lições valiosas sobre saúde pública e a importância da empatia".
Rodrigo Silveira
No dia 11 de abril, a Prefeitura de Campos confirmou a primeira morte por Covid-19 na cidade. A vítima, um homem de 39 anos, estava internada no Centro de Controle e Combate ao Coronavírus de Campos, onde deu entrada em estado moderado, evoluindo rapidamente para grave.Paciente era caminhoneiro e esteve em Fortaleza (Ceará) e na Capital paulista, que naquela ocasião, eram duas áreas de grande circulação do vírus.
Vacinação continua
A vacina contra a covid-19 foi incluída no calendário nacional de imunização desde 2024, fazendo parte da vacinação de rotina das crianças de 6 meses a 4 anos, 11 meses e 29 dias, independentemente de ter iniciado ou não a proteção contra a Covd-19 com vacinas anteriores. As pessoas com 60 anos ou mais, gestantes, puérperas e imunossuprimidos acima de 5 anos devem receber uma dose da vacina a cada seis meses.
Os grupos prioritários que devem receber a vacina uma vez ao 1 ano são: pessoas que vivem ou trabalham em Instituições de Longa Permanência (ILP); indígenas; ribeirinhos; quilombolas; trabalhadores da saúde; pessoas com deficiência permanente ou comorbidades; pessoas privadas de liberdade com 18 anos ou mais; funcionários do sistema de privação de liberdade; adolescentes e jovens cumprindo medidas socioeducativas e população em situação de rua.
A aplicação da vacina é feita no Centro Municipal de Vacinação e Testes de Triagem Neonatal, que funciona na sede da Secretaria de Saúde, de segunda a sexta-feira é das 8h às 20h e aos sábados domingos e feriados, das 8h às 17h.
De segunda a sexta-feira, na Unidade Pré-Hospitalar (UPH) de Travessão, das 8h30 às 16h, e na Clínica da Criança, das 8h às 7h, com atendimento também é aplicada a vacina para todas as idades. Pessoas acima de 12 anos, também pode optar por receber a vacina no Clube da Terceira Idade, se segunda a sexta, das 8h30 às 16h.