Com quase 90 anos, comendadora da República, Cidadã Honorária de Brasília e com mais de 13 títulos importantes, a campista Cirlene Ramos terá parte da sua história em exposição no foyer da Câmara Municipal de Campos, nesta quinta-feira (26), às 17h. Por mais de 30 anos, Cirlene, que é natural de Vila Nova, trabalhou junto ao ex-presidente Juscelino Kubitschek (1902 - 1976) - que construiu Brasília -, principalmente assessorando a primeira-dama Sarah (1908 - 1996). Para ir tão longe e construir uma carreira que tenha orgulho de trilhar, ela deixa uma mensagem aos jovens: estudo e educação no trato com as pessoas.

Cirlene se orgulha de ter trabalhado muito por Brasília e pelo Brasil, mesmo nos bastidores e, acima de tudo, com muita discrição. Com memória que remete à história do país e da família de JK, ela destaca que aprendeu muito com o casal e cita que eles foram seus exemplos de determinação, dignidade e coragem. “Minha dedicação à família Kubitschek, e ao País, foi movida pela identificação de amor à Pátria, e pelo mesmo sentimento de respeito aos valores morais e espirituais, dedicados ao povo brasileiro”, ressalta. O memorial JK, inclusive, chegou a ficar sob sua responsabilidade.

Um pouco dessa história estará na exposição que terá cerimonial especial, incluindo falas da homenageada e das autoridades. Medalhas e troféus, honrarias que coleciona ao longo de sua vida junto à família e ao serviço prestado à Pátria, estarão à mostra. Na sua biografia, consta, entre muitas, as honrarias que recebeu do ex-presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, além de medalhas concedidas pelo Exército Americano.

Como ela chegou à família JK, Cirlene lembra que foi através de uma faxineira. “Concursada e nomeada pelo governador do Estado do Rio de Janeiro para a Secretaria de Educação e Cultura, posteriormente fui designada para atuar no Departamento de Educação de Adultos, hoje EJA. Concomitante à minha atividade na Secretaria de Educação, por meio de uma ajudante de limpeza, surgiu a oportunidade de trabalhar como assessora particular de Dona Sarah, primeira-dama do país, e para o Presidente JK. Essa faxineira me falou que havia uma vaga, fui na entrevista e mesurpreendi por ser escolhidaentre as candidatas”, conta. Inclusive, retratado em produção audiovisual.

A comendadora da República, integrante da Academia Brasiliense de Letras, Academia Internacional de Arte Cultura e História, Patrona do Exército Brasileiro, e condecorada por diversos países, ainda segue sua trajetória comdesejo de servir. Segundo ela, está pronta para representar Campos e seu País, além do orgulho de ser mulher, campista e ter trabalhado para o desenvolvimento do seu País.

Após se aposentar, Cirlene voltou para Campos. Hoje, vive de forma discreta com a filha Victoria, porém, sempre teve vontade de contribuir mais com o município, com sua história, a partir do adiantar da sua idade. Nem sempre, no entanto, isso foi possível.

Cirlene revelou que ao tentar um contato no aniversário do prefeito Wladimir Garotinho, com pensamento de se apresentar, por exemplo, foi recepcionada na Prefeitura como alguém que busca uma cesta básica. Mas, na Bienal do Livro, no início de junho, esteve com Wladimir rapidamente por intermédio do subsecretário de Turismo, Edvar Junior. “Foi um encontro muito rápido, mas ainda gostaria de encontrá-lo novamente, assim como, a nossa primeira-dama Tassiana, para contar sobre os anos que colaborei com a família Kubitschek, principalmente, com a dona Sarah”, disse.

É com júbilo que ela está na expectativa de compartilhar sua história na Câmara de Vereadores. Para Cirlene essa oportunidade precisa de agradecimentos, principalmente, ao vereador Marquinhos do Transporte e à Emugle - que está tornado possível a exposição via Amanda e Renata. “No gabinete do vereador Marquinhos tivemos o acolhimento que não encontramos na história da cesta básica. Ainda agradecemos aos vereadores Fred Rangel (presidente da Casa), Marcelo Feres, Subtenente Jackson e Maicon Cruz”, ressalta a filha de Cirlene, Victoria.