Saulo Pessanha
18/07/2025 08:08 - Atualizado em 18/07/2025 08:36
Ano – 1986. Jornalista dos bons, Aloysio Balbi, então atuando como repórter de O Globo em Campos, vende a ideia para o jornal (que acolhe) sobre a realização de uma matéria com o famoso banqueiro Ronaldo Cézar Coelho (dono do Multiplic), que encontra-se na cidade fazendo campanha para deputado federal.
Ronaldo Cézar, claro, acha ótimo ganhar a matéria, e sem saber, naturalmente, que Balbi trabalha no Globo, mas como correspondente na cidade, propõe ao jornalista dar-lhe a entrevista no seu retorno ao Rio de Janeiro, de avião.
Balbi topa, mesmo admitindo para si a dureza de ter que voltar para Campos de ônibus, no mesmo dia.
No interior do avião, Balbi vê que Ronaldo também convidara o falante vereador Aldemir Gonçalves, o Ruço Peixeiro, que se apresenta para o banqueiro como “forte” cabo eleitoral.
Assim que o avião decola do Aeroporto Bartolomeu Lyzandro, Ruço começa a falar, garantindo a Ronaldo tantos votos aqui e ali na Baixada Campista.
Na concepção de Balbi a viagem duraria 40 minutos, o tempo que leva entre Campos-Rio um avião de carreira. Daí que, pacientemente, espera Ruço vender o seu peixe.
Só que o avião do banqueiro era um Lear-Jet e chega rapidinho ao Rio.
No aeroporto, onde havia um carro a esperá-lo, Ronaldo faz as despedidas e por conta de sua agenda apertada não dá chance a mais conversas com qualquer dos convidados do voo.
Aloysio Balbi volta para Campos sem a entrevista e justificadamente muito “p" da vida.