Felipe Manhães: Árvores, muitas árvores
Felipe Manhães - Atualizado em 26/02/2025 08:36
Felipe Manhães
Felipe Manhães / Reprodução
 Uma pausa nos temas jurídicos para falar de um assunto que já abordamos aqui, e que rendeu frutos.
Por duas vezes ressaltamos a importância do plantio de árvores na cidade, principalmente na área central, onde há mais concreto, mais asfalto, mais veículos e, consequentemente, mais calor.
Seja porque pedimos ou não, certo é que a Prefeitura de Campos plantou e está plantando várias árvores na cidade, o que é de se parabenizar e agradecer. E pude comprovar a relevância do assunto quando diversos leitores me disseram que leram os artigos em que falamos das árvores e depois perceberam o plantio delas na cidade.
É uma ação do município que não há quem seja contra. Todos preferem sombra e refresco ao calor escaldante e o sol queimando a pele. É óbvio que os motoristas preferem deixar seus carros estacionados à sombra, que o pedestre prefere caminhar em uma calçada arborizada e que o ciclista prefere pedalar em uma ciclovia da mesma forma.
Estudos científicos em todo o planeta apontam, e não é difícil notar, que o calor aumenta a cada ano. Quando chega o verão por aqui, o calor agradável da estação já extrapolou o limite do aceitável e já está extremamente perigoso e insuportável, principalmente para os mais vulneráveis a ele, como idosos, crianças, animais de estimação, etc., além de diminuir a qualidade de vida de todos.
Em Campos, nesses meses de dezembro, janeiro e fevereiro, a sensação térmica na maioria dos dias era de mais de 40°C, e o que contribui para isso, ou pelo menos deixa de amenizar, é a ausência de árvores na cidade.
Repito o que já disse em outras oportunidades aqui neste espaço: um projeto de arborização da ciclovia Patesko, de ponta a ponta, revolucionaria a cidade de uma forma positiva a todos os motoristas e ciclistas, pois traria sombra e diminuição da temperatura na avenida mais movimentada, quente e poluída da cidade, que é a Av. 28 de Março, sem falar na beleza paisagística.
A Prefeitura tem a oportunidade nessa gestão de atuar em um tema que é dos mais unânimes entre a população de uma cidade quente como Campos e ainda transformar em cartão postal a principal avenida da cidade. É algo que será visto e usado por todos, todos os dias e que só trará benefícios.
Vejam a Av. José Alves de Azevedo, por exemplo. Ela seria a mesma sem os ipês amarelos? É algo de um potencial enorme até do ponto de vista turístico, seja pelo valor histórico do canal, o segundo maior canal artificial do planeta, seja pela florada dos ipês.
Por que não fazer algo parecido, ou melhor, na Av. 28 de Março?
Nenhum dos vereadores pensou em um projeto de lei que dê, talvez, um desconto no IPTU do imóvel que mantiver uma árvore em sua calçada, ou um projeto de incentivo ao plantio, distribuição de mudas, ou até mesmo na melhor divulgação das mudas que são disponibilizadas gratuitamente à população no Horto Municipal? Guardadas as devidas competências, tanto a Prefeitura quanto a Câmara Municipal podem e devem adotar medidas que arborizem a cidade.
Campos precisa se espelhar nas modernas cidades do Brasil e do mundo, embora tenhamos potencial para criar algo novo, que inspirará outras cidades, vide o nosso pioneirismo histórico em várias áreas.
O plantio de árvores na cidade tem uma importância significativa tanto para o meio ambiente quanto para a qualidade de vida da população. Melhoria da qualidade do ar, sombra, diminuição da temperatura, melhora na absorção do solo, diminuindo o impacto de enchentes, melhora na paisagem, etc.
Esperamos mais árvores, em mais pontos da cidade, principalmente aqueles de maior circulação de pessoas e veículos. Esperamos o parque da cidade na Av. Arthur Bernardes, com árvores grandes, caso contrário, ninguém frequentará um parque com arbustos nesse calor. E esperamos árvores em nossas ruas, cada vez mais desérticas.
*Felipe Manhães é advogado

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