Vitória parcial com reintegração de posse suspensa ainda mantém famílias do PQ Aeroporto em alerta
21/04/2021 17:20 - Atualizado em 21/04/2021 19:49
Justiça suspendeu reintegração de posse autorizada anteriormente. Famílias relatam disparos de seguranças durante a madrugada.
Na tarde desta quarta-feira as famílias despejadas do Parque Aeroporto, que agora ocupam o Conjunto Novo Horizonte, do Minha Casa Minha Vida, tiveram uma boa notícia: a reintegração de posse que tinha data limite para ocorrer até hoje foi suspensa. Trata-se agora de uma das maiores mobilizações sociais na história de Campos.
No despacho, destacou-se a análise de fatos que não haviam sido expostos na denúncia da Realiza Construtora e que levaram, além da revogação da reintegração, à intimação que a prefeitura de Campos preste esclarecimentos sobre os empreendimentos Novo Horizonte I, II e III no prazo de 5 dias.
Na ocupação, o dia foi movimentado. As famílias realizaram uma assembleia e dividiram um grande lanche comunitário, com apoio e presença de associações, grupos políticos, movimento estudantil, sindical e partidos. Ao longo do dia, diversos parlamentares se manifestarem em defesa das famílias, como o deputado Glauber Braga (PSOL), Talíria Petrone (PSOL) e o deputado estadual Waldeck Carneiro (PT) que entrou em contato com o prefeito Wladimir e com o secretário de Estado da PM, Comandante-geral Coronel Rogério Figueredo.
INTIMIDAÇÃO
Os moradores do PQ Aeroporto, que ainda continuam sem água, luz e com o direito de ir e vir cerceado por diversas barricadas instaladas pela Realiza, relataram que diversos tiros foram disparados na última madrugada por seguranças privados. Chamou atenção que cápsulas das munições encontradas minutos depois no local são de pistolas de uso restrito das polícias e forças armadas.
Cápsula de projétil .40 encontrado após disparos de seguranças, segundo famílias.
Cápsula de projétil .40 encontrado após disparos de seguranças, segundo famílias.
MOBILIZAÇÃO CONTINUA
Diante da pandemia, do silêncio da prefeitura, das ordens de despejo e tendo como único teto as casas do Conjunto Novo Horizonte, as famílias decidiram em assembleia que se manterão organizadas, resistindo até que lhes seja apresentada uma solução, para que o direito constitucional à moradia seja plenamente assegurado.

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    Gilberto Gomes

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