O vereador Gersinho Crispim (Podemos) vai reassumir o mandato em São João da Barra na sessão desta terça-feira (20). O retorno acontece pouco mais de um ano após a prisão em flagrante pela suposta prática de “rachadinha” (aqui). Após a prisão de Gersinho, em 16 de outubro de 2019, o cárcere foi substituído por uma série de medidas restritivas, entre elas a que o afastou do mandato por 180 dias, posteriormente prorrogada pelo mesmo prazo, e a proibição de contato com testemunhas. Em julgamento recente, no mês passado, o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro manteve as sanções impostas, mas declinou a competência do caso para o juiz de 1ª instância. Ainda há recurso no TJ, antes de o processo descer, mas o fato é que deste a última semana Gersinho já poderia retomar o mandato.
Gersinho está no quarto mandato de vereador em São João da Barra. Foi eleito pela primeira vez em 2000, se reelegendo nas disputas de 2004 e 2008. Chegou a presidir a Câmara no biênio 2011/2012, saindo candidato a vice-prefeito no último ano, na chapa encabeçado pelo ex-prefeito Betinho Dauaire — venceu a disputa o ex-prefeito Neco. Em 2016, Gersinho volta a disputar uma cadeira na Câmara, no palanque de Neco. Foi eleito e logo depois passou a integrar o grupo da então prefeita eleita Carla Machado (PP). Depois de ser preso e afastado, o vereador rompe relações com a prefeita e tenta mais um mandato neste ano, agora pelo Podemos, que tem Márcio Nogueira como candidato à Prefeitura.
Na última semana, Gersinho protocolou um ofício na Câmara informando que estava apto e retomaria o seu mandato. Com a volta do parlamentar, deixa a Casa o suplente Alan de Grussaí (Cidadania). O blog tentou contato, por telefone, com Gersinho, para falar sobre o retorno ao Legislativo, mas não conseguiu.
O caso — A prisão em flagrante do vereador aconteceu na porta da Câmara, quando um assessor estaria entregando ao parlamentar R$ 3,5 mil. Gersinho foi delatado pelo então subdiretor da Casa, Jonas Nogueira dos Santos, que teria assumido o cargo por indicação do vereador, à época membro da mesa diretora. Jonas foi exonerado no fim de outubro do ano passado, pouco depois do episódio da prisão e afastamento do vereador. O processo que apura a situação de Gersinho tramitava em segredo de Justiça.
