Secretário de Saúde considera lockdown para deter avanço do coronavírus no estado
30/04/2020 14:30 - Atualizado em 05/05/2020 20:26
No dia em que o governador do Estado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, publicou um decreto prorrogando até o próximo dia 11 de maio as medidas de prevenção e enfrentamento à propagação do novo coronavírus no estado do Rio de Janeiro, o secretário estadual de Saúde, Edmar Santos, voltou a defender, nesta quinta-feira (30), um isolamento social mais severo e chegou a considerar o lockdown como medida para tentar conter o avanço da Covid-19. Edmar afirmou, ainda, que o Rio e o Brasil vão viver “o mesmo colapso que viveu Itália, Espanha e EUA” nas próximas semanas. Até essa quarta-feira (29), o estado registrava 794 óbitos e 8.869 casos confirmados da doença.
O secretário estadual de Saúde afirmou que espera para maio um “colapso” da rede por causa do coronavírus, não só no estado. “Essa conta não vai fechar. Eu vou ter uma necessidade de leitos impossível de suprir para qualquer estado do mundo. Então, não tem jeito”, destacou.
Segundo Edmar, considerando a subnotificação, deve ter no estado do Rio de Janeiro algo em torno de 140 mil infectados, 15 a 20 vezes mais que o número oficial de quase 9 mil. “Com essa quantidade de infectados, o mundo mostrou que 30% precisa de leito hospitalar, ou seja, a gente vai precisar de 21 mil leitos para internação de enfermaria e desses, 1/3, cerca de 7 mil, vão precisar de UTI. É humanamente impossível para qualquer sistema de saúde do mundo. A Itália não conseguiu, a Espanha não conseguiu, Estados Unidos não conseguiu”, afirmou o secretário.
 
 
Novo decreto — De acordo com o decreto do Governo do Estado publicado na edição desta quinta-feira do Diário Oficial, ficam mantidas medidas como o fechamento de escolas públicas e privadas, creches e instituições de ensino superior e, ainda, a suspensão da realização de eventos esportivos, culturais, shows, feiras científicas, entre outros, em local aberto ou fechado. Também segue suspenso o funcionamento de cinemas, teatros e afins. Academias, centros de lazer e esportivos e shoppings também devem permanecer fechados. A recomendação para que a população fluminense não frequente praias, lagoas, rios e piscinas públicas e clubes segue válida para todo o estado.
Somente serviços essenciais - supermercados, açougues, padarias, lanchonetes, hortifrutis, farmácias e lojas de conveniência - devem permanecer funcionando, porém devem seguir com todas as medidas de segurança para evitar aglomerações, além do cumprimento do distanciamento entre as pessoas.
Em caso de descumprimento das medidas previstas, as autoridades competentes deverão apurar as eventuais práticas de infrações administrativas e crimes previstos. Os demais tipos de comércio terão que realizar atendimento em domicílio.

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