Moradores da Penha pedem ajuda para a remoção de corpo de catador
Catarine Barreto 02/03/2020 19:38 - Atualizado em 10/03/2020 14:28
Moradores do bairro Porto Belo, na Penha, estão indignados com a falta de atenção das autoridades ao caso de Marcos Carvalho de Azeredo, de 56 anos, que foi encontrado morto no quintal de casa, na manhã desta segunda-feira (2), na rua Nanal. Vizinhos contaram que o homem, que perdeu a esposa há cinco meses e vivia sozinho, foi visto pela última vez na manhã de domingo (1º), na esquina da rua onde morava. Ele teria vendido uma parte do terreno e, quando o comprador chegou para deixar alguns tijolos, encontrou a vítima caída no quintal.
Morador do bairro há 15 anos, o catador de recicláveis era muito querido pelos vizinhos, que se disseram chocados com a falta de solução para a remoção do corpo. O Corpo de Bombeiros foi acionada, mas a explicação dada foi que os militares não têm atribuição para a remoção sem o atestado de óbito. A Polícia Militar esteve cedo no local, mas verificou não haver marcas de violência no corpo, não sendo também atribuição da corporação acompanhar o caso. Um médico para atestar o óbito e liberar o corpo para a remoção também foi solicitado à Unidade Pré-Hospitalar (UPH) da Saldanha Marinho e ao programa Emergência em Casa, pelo 192, da Prefeitura de Campos, mas nenhuma solução foi dada. 
- Nós já ligamos para diversos órgãos, mas nada foi feito. Eu já não sei mais para quem ligar. Conseguimos o número de um cunhado dele, que mora em Niterói, mas a família não tem condições de vir para Campos agora. Só queremos a dignidade, para que tirem o corpo daqui. Acredito que possa ter sido afogamento, porque o quintal está alagado, mas uma ambulância veio aqui e a médica disse que era mau súbito, mas ela nem entrou no quintal, nem tocou no corpo. Olhou de longe e disse que não entraria - contou Luiz Alberto.
Até às 20h49, o corpo de Marcos permanecia do quintal alagado da casa, coberto apenas por um saco de lixo providenciado pelos vizinhos.  

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