Prefeitura planeja volta da Biblioteca Municipal após reforma do Palácio da Cultura
04/02/2020 18:50 - Atualizado em 19/02/2020 14:27
Fora do Palácio da Cultura desde 2014, quando este foi fechado para reforma até hoje não concluída, o acervo da Biblioteca Municipal Nilo Peçanha está há mais de dois anos sem poder ser acessado integralmente pelo público. Após terem sido abrigados em diferentes locais, atualmente, os cerca de 30 mil livros encontram-se guardados no Arquivo Público Municipal Waldir Pinto de Carvalho, em Tocos. A ideia é que sejam trazidos de volta para Campos neste semestre, dependendo da conclusão das obras no Palácio da Cultura, que passará a abrigar também um Centro Municipal de Inovação.
— A Biblioteca Municipal Nilo Peçanha será reaberta quando o Palácio da Cultura for reinaugurado — disse o gerente da biblioteca, Maurício Xexéo. — A reabertura é a aspiração de todos, e o governo está atento e trabalhando para que o Palácio da Cultura seja reaberto com o acervo disponível e modernizado — pontuou.
Segundo informações da Prefeitura, atualmente o acervo da Biblioteca Municipal está “devidamente embalado para preservação e vem recebendo acompanhamento para evitar que seja danificado”. Desde que o Palácio da Cultura foi fechado, os livros passaram por diversos locais. Até 2017, ficaram em um imóvel na rua Salvador Corrêa, de onde acabaram retirados por falta de pagamento do aluguel, conforme relatou à Folha, em junho daquele ano, a presidente da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima (FCJOL), Cristina Lima.
— A empresa responsável pelas obras do Palácio da Cultura não pagou. Essa ordem judicial de despejo é datada do início de dezembro de 2016. A gente assumiu a Fundação dia 1º de janeiro de 2017. Quando chegou entre o final de janeiro e o início de fevereiro, próximo ao Carnaval, fomos procurados pelos herdeiros do imóvel onde a biblioteca estava, à Salvador Corrêa, 117, e eles estavam com essa ordem judicial. Foi quando descobrimos a situação. Como não houve transição de governo, nada disso foi passado para a gente. Se tivesse havido, já teríamos conhecimento disso antes de assumir — disse Cristina Lima à época.
Na ocasião, segundo Cristina, os livros foram divididos em quatro locais: um espaço na rua Tenente Coronel Cardoso, “cedido por um parceiro”; embaixo da plateia do Teatro Municipal Trianon; no Centro de Eventos Populares Osório Peixoto (Cepop); e na garagem do Museu Olavo Cardoso. Após o desativamento, chegou a ser estudada a possibilidade de a biblioteca funcionar no prédio da antiga Faculdade de Filosofia de Campos (Fafic) — hoje integrada ao Centro Universitário Fluminense (Uniflu) —, no Parque Leopoldina, mas, de acordo com Cristina Lima, não houve acordo com a Fundação Cultural de Campos (FCC).
Primeiro representante da sociedade civil a presidir o Conselho Municipal de Cultura (Comcultura), empossado em dezembro, o professor e pesquisador Marcelo Sampaio criticou a retirada dos livros de Campos:
— Considero lamentável que, tanto no governo passado como no atual, não se tenha encontrado um local adequado para guardar o acervo. Aliás, na minha opinião, nem o Arquivo Público deveria ficar tão distante da área central do nosso município.
Palácio da Cultura — Um dos debates mais intensos da área cultural no ano passado em Campos foi sobre a criação de um Centro Municipal de Inovação dentro do Palácio da Cultura. Em julho, integrantes do Comcultura protocolaram nota de repúdio ao projeto, que prevê o uso de aproximadamente 30% do espaço com áreas relacionadas a inovação, tecnologia e empreendedorismo. Desde então, houve diálogos a respeito do tema e, a princípio, o projeto está mantido.
— A obra está em andamento na parte interna e a previsão é de que concluída neste semestre. O Palácio da Cultura continuará sendo um espaço voltado para as atividades culturais e artísticas, de uma forma criativa e mais dinâmica. O projeto possui 70% de área dedicada integralmente à cultura; o restante será utilizado de forma integrada. O local vai abrigar a Biblioteca Nilo Peçanha, com acervo físico e virtual; espaço de exposição de artes plásticas; área de artesanato, aulas de violão, café bistrô, sala compartilhada de co-working, auditório; anfiteatro, que serão compartilhados. Os setores administrativos da FCJOL também funcionarão no local, como era antes. Durante a obra, o prédio também está sendo adequado às normas de acessibilidade, que vai permitir o acesso de todos a este importante equipamento cultural — informou em nota a Prefeitura.

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